Já todos percebemos que os meses de Julho e
de Agosto serão dois meses decisivos para o nosso futuro, quer em termos
sanitários, de evolução ou controlo da pandemia com o movimento aeroportuário normalizado,
quer em termos de retoma económica, e de incentivo para percorrermos com
confiança e convicção um longo caminho de recuperação que temos pela frente, e
que precisamos percorrer depois do rasto de destruição e de desilusão deixado
pela pandemia descontrolada que ainda persiste na sociedade e nas nossas vidas,
condicionando tudo e todos.
Uma pandemia que impede que se levantem as
guardas ou que deixemos de respeitar todas as medidas cautelares e de prevenção
devidamente publicitadas e repetidamente recomendadas.
Julho e Agosto serão dois meses essenciais
para o turismo regional, sem o qual a Madeira dificilmente terá a tão apregoada
retoma económica que queremos e evitará um caos social de repercussões que é
melhor nem imaginarmos, ainda por cima numa terra sem grandes recursos. Aliás
Portugal e a Europa passam pelo mesmo, enfrentam esse mesmo desafio.
Mas para termos o turismo de novo não
podemos estar com lirismos idiotas, nem dependermos todos de uns poucos
pretensos iluminados que acham que só eles são os detentores das verdades e das opões mais
adequadas, não discutindo, não ouvindo, não falando com quem devem falar.
É tempo de abandonarem as reuniões por videoconferência
e começarem a dar o exemplo, promovendo reuniões presenciais, colocando à
volta da mesa todas as entidades que directa
ou indirectamente estão ligadas ao turismo e precisam ser chamadas e ser ouvidas.
Quando há grandes decisões a serem tomadas
- veja-se o exemplo do próximo Conselho Europeu que terá que decidir em função
das necessidades actuais dos estados-membros e da continuidade do projecto
europeu, e que por esse motivo terá lugar em Bruxelas, abandonando a
videoconferência - as pessoas precisam estar juntas, não distantes umas das
outras. No caso do turismo na RAM chegamos inevitavelmente a esse momento, a
esse tempo em que todas as partes precisam estar reunidas à volta da mesma
mesa, não de outra forma.
Sem o envolvimento dos privados a retoma
turística será uma ilusão. E o poder pode insistir em querer impor as suas
perspectivas, as suas decisões que não irá longe. Vai seguramente bater de
frente porque precisa de discutir tudo com os privados e abrir caminhos e
restabelecer rotas numa lógica de partilha de ideias. Não sei se isso tem sido feito.
A verdade é que poucas ou nenhumas notícias têm sido publicadas apontado nesse
sentido. Não há uma cronologia de medidas até final de ano, mesmo que condicionadas
pela evolução sanitária, sabe-se apenas que os privados isoladamente já
decidiram reabrir hotéis de forma lenta e em função da resposta tímidas do
mercado, mas pouco mais se sabe, nomeadamente em termos de perspectivas de tráfego
de passageiros, promoções a pensar no fim-do-ano, retoma dos contactos com operadores,
plano de acção promocional, quais as prioridades dessa promoção, como se
compatibiliza a realidade sanitária com a sua importância para o turismo regional no
caso de alguns países europeus cuja evolução sanitária mostra ainda muitas dúvidas
e preocupações, etc. Dois desses casos, Reino Unido e Suécia, a que se junta
uma Alemanha que parece estar de novo a braços com o ressurgimento da pandemia,
são exemplos disso mesmo. Qual o estado económico nos países geradores de fluxos
turísticos na Europa? Qual o impacto da evolução preocupante da situação
sanitária em Lisboa no eventual afastamento de turistas e na criação de obstáculos
a qualquer promoção que seja perspectivada? E qual o papel da TAP neste turismo
que pouco ou nada terá a ver com o que esta actividade era no passado recente?
É muito fácil, penso eu, retomar na construção
civil uma obra parada pela pandemia. Ate admito que não seja, no caso de
alguns, tão fácil como parecia, porque a incerteza marca presença no nosso
quotidiano e o acesso ao crédito poderá não estar tão facilitado como no
passado recente, isto no caso de alguns investidores e promotores.
Sem aviões e turistas não há retoma
Mas para termos turismo, precisamos de
tanta coisa, de aviões a voar, de hotéis abertos, de operadores turísticos no
terreno, de promoção agressiva e sustentada em termos da lógica dos mercados
prioritários (numa retoma que será lenta e que no imediato assentará no fluxo
turístico de mercados mais próximos e com facilidade de ligações) nos meios de
comunicação social, etc. Deixo isso aos especialistas. Sei que eles não gostam
que "estranhos" opinem sobre uma "quinta" que eles acham
que é deles e só deles. Não me incomoda nada isso. Mas precisamos sobretudo, e
isso é condição essencial, de garantia de segurança sanitária aos que nos
procurarem, porque pensar o turismo hoje, como o faziam no ano passado, é
utopia e absurdo.
Duvido que as pessoas abandonem a segurança
das suas casas nos seus países de residência para se dirigirem a destinos
turísticos sem essas garantias de vigilância, sem a certeza de uma segurança
sanitária (sempre relativa neste contexto) que será a chave de tudo. Duvido que
os potenciais turistas aceitem correr o risco de infecção pelo vírus transformando
em pesadelo, pela sua incúria e falta de rigor na escolha dos destinos, aquilo
que deveriam ser dias de descanso e de desintoxicação mental, longe da pressão
causada pela pandemia.
Mas mesmo como outsiders da tal
"quinta" de acesso restrito, há questões, dúvidas, incertezas, que
não hesitarei em suscitar sem a pretensão de querer "descobrir a
pólvora":
- acho que o Funchal, a nossa cidade, mais
do que retomar a confiança das pessoas e de combater o medo, tem que dar o
exemplo em termos de cumprimento das regras sanitárias. A tolerância deve
continua a valor mínimos porque estes tempos não são para caganças ridículas, exibicionismos
idiotas ou “heróis” da trampa. Falo dos que acham que não estão obrigados a cumprir
essas regras sanitárias em nome da defesa dos interesses da colectividade no
seu todo;
- o Funchal, sobretudo aos fins-de-semana, precisa
de animação nas ruas, de luz, ruído, música para que as pessoas se sintam
envolvidas numa nova dinâmica. E temos artistas – há demasiado tempo parados e
sem rendimentos que precisam ser ajudados e aceitarão envolver-se nesse projecto
de animação. Mete dó ver uma cidade deserta, quase abandonada, fantasma diria
eu. Basta dar uma volta pelo Funchal a partir das 21 horas;
- a retoma não é abrir cafés, restaurantes,
espaços comerciais, lojas, etc, que depois não recebem clientes ou não
conseguem ter um movimento de caixa que seja. Isso pode ser tudo o que quiserem
chamar, mas certamente retoma não será. Porque é preciso não esquecer que muita
gente perdeu rendimentos e que apesar dos apoios recebidos, incluindo as
moratórias bancárias, a normalidade no emprego e nos salários ainda vai demorar,
dizem que pelo menos um ano, e muitos são aqueles cidadãos que continuam a
olhar com receio para o que possa acontecer, por não terem a certeza de que
recuperarão os seus empregos e os seus rendimentos;
- acresce que os negócios precisam
adaptar-se a um tempo novo, quer em termos de práticas no seu funcionamento,
quer em termos de preços e de ofertas aos clientes, tornando-se aliciantes,
mais do que porventura eram, torneando deste modo alguma relutância em tomarem
medidas necessárias mas que exigem coragem e pragmatismo. Os restaurantes
precisam de simplificar menus, de reduzir MESMO o espaço reservado aos
clientes, serem exemplares na desinfeção dos espaços, terem novos serviços que
antes não tinha, simplificar processos, adoptar novos preços, etc. Os cafés e
bares terão que fazer o mesmo, porventura deverão rentabilizar os espaços ao ar
livre por razões facilmente perceptíveis. Os centros comerciais porventura terão
que repensar com as lojas o seu funcionamento e a ocupação de espaços, libertando
as lojas de algum potencial atolamento que afasta clientes em vez de os atrair,
valorizando mais do que faziam antes, as promoções ou de ofertas aos
consumidores. As lojas com espaço menor, devem facilitar o acesso e circulação
no seu interior para que as pessoas não olhem para elas com desconfiança e
receio. Também as lojas comerciais de rua porventura precisam muito de tomar
medidas adequadas a um tempo novo, tornar-se mais atractivas, apostando na
proximidade, tudo isto à espera de uma normalidade que apenas a esperança de
uma vacina já no final deste ano ou certamente em 2021 propiciará;
- quanto ao turismo, o que é que está a ser
negociado, com quem, em termos de retoma das ligações aéreas? A imagem de
Portugal no estrangeiro, vetado por mais de 12 países devido ao indicador
estatístico (número de casos ou mortes por 100 mil habitantes, raramente usado
entre nós, quiçá porque não interessava...), vai ajudar-nos? Com o agravar da
situação sanitária em Lisboa, será que obrigar potenciais turistas a escalas na
capital será opção recomendável? É essa a melhor solução? Estarão os turistas
dispostos a isso?
- Mais. Quais as companhias low-cost que
antes operavam para a Madeira e que estão neste momento encostadas, quais as
que vão ficar paradas de vez, quais as que vão falir ou quais as que já pediram
a insolvência? Como vamos substituir as ligações aéreas entre esses países
geradores de turismo e a Madeira? Usando a TAP? Acreditam nisso? Será que
alguém podia divulgar um estudo que mostrasse qual o peso de cada companhia no tráfego
de passageiros entrados na RAM em 2019, um ano de normalidade? Por exemplo
ficamos a saber que a TAP apenas foi responsável por 2 a 3% dos passageiros que
em 2019 desembarcaram no Algarve, onde esmagadora maioria dos turistas chegam
em companhias aéreas de baixo custo
- e qual
o futuro de muitas pequenas empresas prestadoras de serviços na área do
turismo, que dependem exclusivamente da pujança do sector, e que estão hoje
confrontadas não apenas com uma queda inevitável de turistas desembarcados, mas
com a obrigação de cumprimento de regras sanitárias que obrigarão a
investimentos, a mais pessoas ao serviço e a uma transformação da sua oferta.
Veja-se o que se passa com companhias de aluguer de veículos em dificuldade ou
falência, com empresas de transferes de turistas que passam a ter limitação de
lugares e que por isso precisam de mais automóveis e mais pessoas ao serviço à
medida que a procura for crescendo.
- Posso ainda falar, por exemplo, dos
autocarros de excursões que certamente passarão a ter limitações de lugares, dos
pequenos automóveis que no caso da RAM transportavam com lotação máxima turistas
para as levadas ou para passeios pelas serras, dos barcos que propiciam actividades
náuticas aos turistas e cuja lotação vai ser necessariamente revistas e
limitada, etc
- Posso ainda falar dos restaurantes e dos hotéis
que precisam manter com rigor as normas desinfeção de instalações, de higiene e
de distanciamento social, pelo que não só o espaço disponível será menor - o
que obrigará a um refazer de horários de funcionamento, a uma mudança e
simplificação da oferta, incluindo menus, e a novos modelos de gestão do
pessoal - como a oferta de serviços deverá alterar-se. Desconheço se os
pequenos espaços, no caso de bares e restaurantes, terão condições para
continuarem abertos caso não tenham espaços exteriores adicionais. Desconheço
se os turistas futuros quando escolherem um hotel continuarão a procurar no
exterior - refeições, excursões ou animação - ou se os hotéis serão cada vez
mais pressionados a responderem a uma procura diferente, integral, algo que
antes não faziam de forma tão convicta por opção dos próprios e para viabilizarem
partilha de serviços. Concretamente: os turistas que ficarem em hotéis ou no
alojamento local, vão continuar a consumir refeições nos restaurantes, ou
optarão por fazê-lo quer nos hotéis escolhidos, quer nos alojamentos locais,
comprando tudo para uma produção de refeições dentro de portas? Tal como
referi, são mais as dúvidas e incertezas que respostas
- poderia ainda fala nos jantares ou
almoços promovidos por operadores turísticos na RAM com direito a folclore. O
que vai ter que mudar a esse nível, desde a ocupação do espaço à oferta de
serviços, passando pelo transporte de turistas!!! Acho melhor nem especular
sobre essa matéria, mesmo sendo mais do que evidente que até uma normalidade
efectiva, em termos de segurança sanitária, nada será como antes, nada mesmo. E
as pessoas que não entenderem isso não vão resistir.
Tudo tem a ver apenas e só com o turista, com a sua escolha e decisão
Nunca me canso de o referir: não vale a
pena cada um de nós andarmos a chegar a conclusões ou a suscitar dúvidas por
muito lógicas e legítimas que sejam. O problema do turismo no caso da RAM, palavra
de um curioso, os desafios mais importantes no quadro do futuro do nosso
turismo, residem apenas e só numa pessoa, no turista, na sua vontade, nas suas
escolhas, nas suas disponibilidades para viajar e numa opção que apenas a ele
cabe: vir ou não vir à Madeira e, caso venha, usar os serviços que lhes oferecem
sem ter garantias de que não corre riscos de infecção. Se assim for ele não
virá.
Porque não tenhamos ilusões: não há países nem
regiões imunes ao vírus, não há espaço a tretas quanto a isso, e com a abertura
do nosso aeroporto e o incremento das chegadas do exterior, mesmo com os testes
- que os especialistas garantem que não são garantia de segurança sanitária
nenhuma, apenas indicam um determinado
estado clínico de uma pessoa num dado momento ou num pequeno espaço temporal -
vamos ter inevitavelmente mais casos (será milagre o contrário), embora eu
tenha hoje a certeza reforçada de que o Serviço Regional de Saúde e os
privados, estão hoje dotados de meios e de condições de resposta que no início
da pandemia provavelmente não tinham, a começar pelo material disponibilizado
aos profissionais de saúde e capacidade de testar.
Vamos, portanto, ter esperança, confiar na
nossa capacidade colectiva, na nossa inteligência, na nossa necessidade de nos
defendermos e defendermos esta terra. Sem tolerâncias com quem não cumpre e é
um perigoso para todos os restantes, sem fecharmos os olhos quando tivermos que
denunciar ou solicitar a intervenção das autoridades policiais competentes. A
tolerância abre porta à permissividade e a permissividade arrasta consigo
situações perigosas que nestes tempos de pandemia que queremos combater.
Duas notícias estranhamente...avisadoras
Entretanto, já esta semana, confrontei-me
com duas notícias que acabaram por ser estranhamente avisadoras de que este
processo – a retoma do turismo - pode ser mais lento do que se pensa e demorar muito
mais tempo do que aquilo que muitos esperam.
A primeira dessas notícias dava conta…
“Portugal já não é visto lá fora como um milagre na
luta contra o COVID-19 e o aumento do número de casos confirmados leva alguns
países a pensar duas vezes antes de abrirem as suas fronteiras a viajantes
portugueses. No sentido inverso, a preocupação também tem consequências: os
estrangeiros parecem temer uma visita a Portugal.
«Ou
isto é controlado rapidamente ou o Verão vai ao ar. Começámos bem, mas
claramente a epidemia está a correr mal», afirma Pedro Lopes, administrador do
Grupo Pestana no Algarve. Citado pelo jornal Expresso, indica que o nível de
reservas por parte de portugueses é positivo, «mas não é suficiente».
Segundo
o responsável, as reservas dos ingleses ainda são «muito poucas» e se a
quarentena para Portugal se mantiver, o cenário poderá ser ainda pior:
«Significa dar-nos um cartão vermelho e o mercado britânico para nós é
fundamental.» No geral, a indústria aguarda pela retoma da actividade aérea
para que os números possam melhorar.
De
acordo com a mesma publicação, os hotéis estão a ver canceladas reservas que já
estavam feitas para Julho e Agosto. O voto de confiança depositado está a cair
por terra, mas isso também significa que tudo pode voltar a mudar com a mesma
rapidez caso a taxa de infecção em Portugal melhore.
«Estávamos
com algum optimismo para o segundo semestre, mas a expectativa dos hoteleiros
voltou a ser baixíssima», adianta ainda Cristina Siza Vieira, presidente
executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP). Ao Expresso, sublinha
que a situação que levou a decretar medidas excepcionais para a Área
Metropolitana de Lisboa foi «um balde de água fria», uma vez que «estavam a ser
preparados nos hotéis para este Verão alguns eventos internacionais de menor
dimensão, que estão a sofrer cancelamentos e quedas abruptas».
O
mês de maio confirmou a paralisação do mercado de Alojamento Local (AL), com as
taxas médias de ocupação neste tipo de alojamento a atingirem os 5% em Lisboa e
os 3% no Porto, segundo apontam os mais
recentes dados da Confidencial Imobiliário, no âmbito do SIR-Alojamento Local,
divulgados este segunda-feira.
Esta
análise mostra ainda que, mesmo incluindo alguns dias de desconfinamento, maio
agravou os já baixos níveis de ocupação observados em abril, altura em que
Lisboa registou uma taxa média de ocupação de 10% e o Porto de 11%.
Em
maio de 2019 a ocupação média em Lisboa foi de 73% e no Porto de 66%. Em março,
a ocupação média do AL nas duas cidades rondou os 40%, refletindo ainda a
dinâmica de um mês que combinou períodos pré e pós-Covid-19”.
A segunda, mais recente, confirmou o que
acho que ninguém duvidava, quanto às mudanças do comportamento e dos consumos dos portugueses:
“A maioria dos portugueses (60%) ainda não voltou a
comer em restaurantes, revelam os dados do mais recente barómetro da
Intercampus para o CM. Apenas 39% dos inquiridos o fizeram. O Centro é a região
do País com uma retoma mais lenta: 64,6% ficaram em casa à hora da refeição. No
Algarve, região com melhores indicadores, a população dividiu-se (50%) quanto
ao regresso aos restaurantes. No conjunto do território nacional, são os
cidadãos na faixa etária entre os 35 e os 54 anos de idade a mostrar maior
confiança no setor, com 54,1% dos inquiridos a indicar já ter feito refeições
fora de casa. No grupo etário dos 55 e mais anos, 65,4% ainda não se sentou à
mesa de um restaurante após o desconfinamento. Uma percentagem significativa
dos portugueses (mais de 40%) não pensa voltar a espaços de restauração, com
regularidade, num futuro próximo. A maior parte (56,2%) dos homens tem planos
para regressar, enquanto apenas 40,6% das mulheres diz que sim a ir ao restaurante.
As razões são duas: medo do contágio (48%) e razões económicas (44%). Apenas
38,3% dos inquiridos nos 55+ dizem ter receio. Em nenhum outro grupo etário o
valor é tão baixo”
O povo que depois decida e escolha
É por causa de tudo isto, conjugado, que
sou apologista do diálogo, da troca de ideias e de opiniões, da partilha de sugestões,
sem imposições, sem iluminados, sem donos da verdade absoluta e única. Os
desafios que estão em cima da mesa, perante o rasto de destruição social, económica
e mesmo sanitária, deixado pela pandemia, e ainda não controlado, exige o
pragmatismo de construirmos pontes e de viabilizarmos diálogos e consensos, também
na política, sobretudo na política, sob pena da opinião pública, quando esse tempo chegar, arrasar quem esteve
mais preocupado em fomentar instabilidade, em valorizar guerras partidárias ou defender
interesses pessoais, com recurso a
idiotices e politiquices rascas e rafeiras,
em vez de empenhadamente procurarem caminhos novos e comuns, num tempo desafiante
e diferente, que garanta resultados concretos e não em conduzir-nos por atalhos
sem saída, apena porque recusaram a procura de soluções para os nossos problemas
comuns, com base numa actuação concertada e eficaz.
Caberá depois ao povo, sem manipulação e sem
deixar-se influenciar por patetices mediáticas fabricadas nos subterrâneos mais
porcos da política, decidir por si, no momento próprio, separando quem esteve
com ele ou contra ele, quem se empenhou e quem nos enganou e tramou. E depois agir
e decidir em conformidade, castigando quem não merece perdão. Política é isso
mesmo, sempre foi isso (LFM)
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