segunda-feira, março 04, 2019

Dívida pública arranca o ano a subir. Toca nos 248 mil milhões de euros


O IGCP foi ao mercado no início do ano obter 4.000 milhões de euros. A operação sindicada provocou uma subida da dívida pública, revelam dados do Banco de Portugal. A dívida pública subiu 3 mil milhões de euros entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, para 248 mil milhões de euros, revelou esta sexta-feira o Banco de Portugal. O Tesouro foi ao mercado logo no primeiro mês do ano buscar quatro mil milhões de euros, um montante que cobre 25% das necessidades de financiamento de 2019.

“Para este aumento contribuiu essencialmente o acréscimo dos títulos de dívida”, diz o banco central. “Os ativos em depósitos das administrações públicas aumentaram 3,9 mil milhões de euros, pelo que a dívida pública líquida de depósitos registou um decréscimo de 900 milhões de euros em relação ao mês anterior, totalizando 227,4 mil milhões de euros”. Em dezembro de 2018, o stock da dívida pública estava em 244,9 mil milhões de euros, o equivalente a 121,5% do PIB. A dívida das Administrações Públicas tinha terminado o ano passado com tendência de descida em resultado do pagamento ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas o inicio de 2019 conta uma história diferente. Portugal realizou, a 9 de janeiro deste ano, uma emissão sindicada de dívida a dez anos. A operação permitiu um financiamento da República em quatro mil milhões de euros a uma taxa de juro inferior a 2%. O IGCP recorre, como é habitual, a um sindicato bancário para realizar a primeira operação de financiamento do ano, em que é aberta uma nova linha de obrigações que servirá de referência para o prazo a dez anos. Para este ano prevê realizar emissões de obrigações no valor de 15,8 mil milhões de euros, sendo a principal fonte de financiamento da República em 2019. Com a operação desta quarta-feira, o IGCP já assegurou um quarto do montante necessário. Para 2019, o Governo prevê uma dívida de 118,5% do PIB. A dívida pública continua a ser uma preocupação para as instituições que acompanham Portugal. A Comissão Europeia disse esta semana que Portugal está melhor mas que permanecem desequilíbrios, entre eles o elevado rácio da dívida. Este tem sido também o argumento do Governo para não facilitar na redução do défice orçamental, apesar deste se aproximar do equilíbrio (texto de Marta Moitinho Oliveira, Eco digital)

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