O IGCP foi ao mercado no início do ano obter 4.000 milhões de euros. A
operação sindicada provocou uma subida da dívida pública, revelam dados do
Banco de Portugal. A dívida pública subiu 3 mil milhões de euros entre dezembro
do ano passado e janeiro deste ano, para 248 mil milhões de euros, revelou esta
sexta-feira o Banco de Portugal. O Tesouro foi ao mercado logo no primeiro mês
do ano buscar quatro mil milhões de euros, um montante que cobre 25% das
necessidades de financiamento de 2019.
“Para este aumento contribuiu essencialmente o acréscimo dos títulos de
dívida”, diz o banco central. “Os ativos em depósitos das administrações
públicas aumentaram 3,9 mil milhões de euros, pelo que a dívida pública líquida
de depósitos registou um decréscimo de 900 milhões de euros em relação ao mês
anterior, totalizando 227,4 mil milhões de euros”. Em dezembro de 2018, o stock da dívida pública estava em 244,9 mil
milhões de euros, o equivalente a 121,5% do PIB. A dívida das Administrações
Públicas tinha terminado o ano passado com tendência de descida em resultado do
pagamento ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas o inicio de 2019 conta
uma história diferente. Portugal realizou, a 9 de janeiro deste ano, uma
emissão sindicada de dívida a dez anos. A operação permitiu um financiamento da
República em quatro mil milhões de euros a uma taxa de juro inferior a 2%. O IGCP recorre, como é habitual, a um
sindicato bancário para realizar a primeira operação de financiamento do ano,
em que é aberta uma nova linha de obrigações que servirá de referência para o
prazo a dez anos. Para este ano prevê realizar emissões de obrigações no valor
de 15,8 mil milhões de euros, sendo a principal fonte de financiamento da
República em 2019. Com a operação desta quarta-feira, o IGCP já assegurou um
quarto do montante necessário. Para 2019, o Governo prevê uma dívida de 118,5%
do PIB. A dívida pública continua a ser uma preocupação para as instituições
que acompanham Portugal. A Comissão Europeia disse esta semana que Portugal
está melhor mas que permanecem desequilíbrios, entre eles o elevado rácio da
dívida. Este tem sido também o argumento do Governo para não facilitar na
redução do défice orçamental, apesar deste se aproximar do equilíbrio (texto de
Marta Moitinho Oliveira, Eco digital)
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