sexta-feira, março 29, 2019

Nota: CINM versus CE

Li a totalidade do documento da Comissão Europeia (acabei-o hoje) a propósito do CINM e registei, a sublinhado, todas as desconfianças, as suspeições, as insinuações e até várias críticas e dúvidas relativamente a Portugal que dele constam. Obviamente que considerando a importância do CINM para a RAM, em termos de receitas propiciadas ao orçamento regional, espero que alguém se digne prestar os esclarecimentos políticos e técnicos devidos.
Por exemplo, eu gostava de saber entre 2000 e 2019 qual o valor das receitas geradas pelo CINM a favor do orçamento regional. Gostava também de saber quantos postos de trabalho foram criados, na totalidade, todos os anos, entre 2000 e 2019, e quantos deles se situam na RAM e quantos alegadamente estão localizados fora dela. Gostava muito de perceber se a proposta de Miguel Sousa para o CINM - tão valorizada que até foi essa a justificação dada, a dinamização da mesma, para a continuidade do político como deputado regional em 2015 - acabou morrendo, se foi feita alguma coisa de concreto, que obstáculos, caso tenham existido, foram encontrados e por quem, etc. Não acham que alguém deve essa explicação às pessoas? Mas desconfio que, como é habitual, os "iluminados" do costume, os tais que tudo sabem (ou tudo sabiam?) - mas conduziram o CINM a esta situação complicada... - e os espertalhões, também do costume, que julgam que em política os assuntos morrem com o tempo, pelo que o melhor é não falar deles e esperar que eles saiam da agenda mediática, vão tentar passar por entre os pingos-da-chuva.
Que raio de paradoxo é este: então a merda da União Europeia, através da sua Comissão (embora o Parlamento Europeu também tem sido uma arena repugnante a este nível, fechando os olhos a outras praças financeiras europeias e branqueando escândalos como o do Panamá Papers e outros), anda a lixar a Madeira (o CINM) e daqui a umas semanas toca a andar a pedinchar o voto dos madeirenses lixados nas instituições europeias que os lixaram?
O anterior Presidente da SDM, concessionária do CINM - onde a RAM tem menos de 50% do capital social - demite-se sem dar explicações concretas, sem desvendar se tomou conhecimento prévio deste processo - a notícia de Bruxelas surgiu um dia depois de anunciar a sua saída?
Estamos ou não - e não falo das pessoas mas de procedimentos e decisões que acho erradas - perante um processo que pode fragilizar claramente a SDM quando se a coloca sob o controlo de um investidor privado, sem que se saiba o que dali vai sair de concreto,perante os factos agora ocorridos, e sem que se saiba também como vai a Comissão Europeia reagir a estes procedimentos que revelam alguma falta de perspicácia quando supostamente as opções deveriam ter sido outras, mais discretas? (LFM)

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