Eu não mudo de
opinião e por isso, na sequência de um texto que escrevi há várias semanas -
mas reconheço que ninguém liga puto a isso até porque porque os procedimentos internos de decisão
são integralmente semelhantes aos que em 2014 foram criticados e imputados ao
anterior líder e catalogados de inadequados - considero que Rubina Leal,
enquanto responsável pela estrutura do PSD do Funchal nunca, repito, NUNCA,
poderia ter integrado o secretariado do partido. Não se trata de questões relacionadas
com a pessoa mas apenas considerações de natureza partidária, apenas e só
partidária.
O secretariado de
um partido é um órgão de gestão
corrente, política e administrativa, dando atenção aos assuntos do partido,
internos e externos, sempre sob a a orientação a Comissão Política e particularmente
do seu Presidente.
Nas campanhas
eleitorais a pressão e as exigência que se coloca ao secretariado aumenta
substancialmente.
Rubina Leal tem de
se concentrar no Funchal, saber até que ponto o PSD-M no Funchal está curado do
impacto negativo das autárquicas de 2013 e de 2017. RL tem que mobilizar as bases, saber se as
estruturas partidárias de apresentam valores empolados de militância que não
assentem em nenhuma ficção. Tem que pensar e estruturar três campanha eleitorais.
Tem que fazer urgentemente um retrato da realidade política e social de cada
freguesia, tem que conhecer os sítios de cada freguesia, tem que criar novos
canais de contacto permanecente com as bases partidárias que em ano eleitoral precisam
ser diferentes do que acontece quando não há desafios eleitorais pela frente.
Rubina Leal não precisa do secretariado, não devia envolver-se no secretariado
do partido, porque duvido que este órgão do PSD-M venha a privilegiar o Funchal
nas acções de campanha e nos apoios previstos nas três campanhas eleitorais, em
detrimento dos demais municípios. Isso seria desastroso para o PSD-M porque dificilmente
não deixaria de gerar irritação e causar reacções negativas da parte das estruturas
partidárias nas demais freguesias e concelhos fora do Funchal.
Ora para fazer
isso não pode andar envolvida no secretariado do partido que tem obviamente, uma visão mais geral e não beneficiar o Funchal. Até porque o peso
eleitoral da capital no global dos votos do PSD regional foi diminuindo ao ponto
de rondar hoje os 30 e poucos por cento.
Duvidas? Vamos tirá-las já:
a) Legislativas nacionais - em 2009 o PSD-M obteve no Funchal 25.511 votos que corresponderam a 38,5% do total de votos somados, 66.194. Em 2011 o PSD-M obteve no Funchal 26.177 votos correspondentes a 38,1% do total de votos obtidos, 68.649. Finalmente em 2015 o PSD-M obteve no Funchal 17.522 votos que corresponderam a 37,1% do total de votos regionais, 47.228.
b) Regionais - em 2007 o PSD-M com a nova lei eleitoral obteve no Funchal 35.696 votos que corresponderam a 39,5% do total de votos somados, 90.339, eleições antecipadas que constituíram uma excepção por tudo o que as rodeou. Em 2011 o PSD-M somou no Funchal 26.706 votos correspondentes a 37,3% do total de votos obtidos, 71.556. Finalmente em 2015, nas antecipadas, o PSD-M obteve no Funchal 22.545 votos que corresponderam a 39,9% do total de votos regionais, 56.569.
c) Autárquicas - em 2009 o PSD-M obteve no Funchal 29.227 votos que corresponderam a 40,5% do total de votos somados, 71.188. Em 2013 o PSD-M sofreu um desaire eleitoral significativo, obtendo no Funchal 17.450 votos correspondentes a 37% do total de votos obtidos na Região, 47.207. Finalmente em 2017 o PSD-M somou no Funchal 17.971 votos que corresponderam a 38,6% do total de votos regionais, 46.536.
Mais um dado:
a) Legislativas nacionais - em 2009, a votação na Madeira foi de 54,5% contra 55,1% no Funchal, valores que passaram, respectivamente, a 54,3% e 55,7% nas eleições de 2011 e 48,9% e 50,1% nas legislativas de 2015
b) Autárquicas - a votação na Madeira em 2009 foi de 55% contra 52,8% no Funchal, valores que passaram, respectivamente, a 55,5% e 50,5% nas eleições de 2013 e 54,1% e 52,8% nas autárquicas de 2017.
c) Regionais - em 2007 a votação na Madeira foi de 60,5% contra 59,8% no Funchal, valores que passaram, respectivamente, a 57,5% e 58,4% nas eleições de 2011 e 49,7% e 49,96% nas regionais de 2015.
Finalmente o que
acho que Rubina Leal precisa é de um pequeno secretariado no Funchal para
operacionalizar as decisões tomadas e manter uma ligação funcional e célere com
as estruturas das 11 freguesias da capital. Até porque é fácil prever quais são
os terrenos que serão privilegiados por outros...
Espero muito sinceramente
que este erro estratégico não venha a afectar a eficácia operacional da
estrutura social-democrata no Funchal.
Uma nota final:
nos anos, muito anos, em que integrei o secretariado regional do PSD-M, com as
funções que me foram atribuídas, não me recordo de alguma vez dele ter feito
alguém com responsabilidades políticas concelhias ou numa freguesia. Por isso
assumo sem hesitação esta divergência com esta opção tomada, esta opção em concreto.
Não acredito na multiplicidade de competências das pessoas. Os tempos não são
nem para disputas pessoais nem para dependências mediáticas. Anotem por favor
isso. Isto é o cerne de tudo o que se está a passar e se vai passar até final
de 2019. Quando ao resto, dispenso comentários (LFM)
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