segunda-feira, agosto 06, 2018

Sondagem: Santana ameaça tirar votos à direita e ao Bloco

O novo partido liberal de Pedro Santana Lopes ameaça tirar eleitores ao PSD do qual decidiu desvincular-se, mas também ao CDS e ao Bloco de Esquerda (BE), segundo uma sondagem da Aximage para o Jornal de Negócios. Quase um quarto dos inquiridos (24,4%) não afasta, à partida, a hipótese de pôr a cruz do boletim de voto na nova formação política de Santana Lopes, caso fosse às próximas eleições legislativas de 2019. É no eleitorado de direita - PSD e CDS - mas também do Bloco onde o antigo primeiro-ministro mostra maior capacidade de penetração. Quase 37,5% dos eleitores do CDS inquiridos admite apoiar a nova formação partidária. No caso do PSD, este valor cai, mas fixa-se nuns expressivos 27,8%. 
Segundo esta sondagem, o partido de Catarina Martins seria o terceiro mais afectado na sua base de apoio. Um em cada quatro eleitores bloquistas (25,1%) considera mudar o sentido de voto em prol do antigo presidente das câmaras de Lisboa e da Figueira da Foz. Já o PS de António Costa e a CDU, que junta PCP e PEV, podem respirar de alívio. Apenas 13,8% dos eleitores socialistas admitem a possibilidade de votar no partido de Santana Lopes. A estimativa cai para uns residuais 3,8%, no caso dos comunistas.
No pior cenário, Santana elege-se a si próprio
No pior dos cenários, Santana parece ter garantida a sua eleição para o Parlamento. É que apenas 1,9% dos inquiridos deram a certeza que votariam no partido do ex-rival de Rui Rio. A percentagem é diminuta, mas a confirmar-se significaria que Santana poderia eleger pelo menos um deputado, ou seja, eleger-se a si próprio. Esta sondagem reforça a sensação de mal-estar dentro do PSD. Tal como o Negócios já noticiou, ontem, Santana Lopes cortou oficialmente relações com o partido e a sua carta de despedida foi divulgada este sábado pelo Observador. E, em entrevista ao ‘Expresso’, o director da campanha presidencial de Marcelo Rebelo Sousa, Pedro Duarte, desafiou o PSD a mudar de líder e apresentou-se como primeiro candidato contra Rui Rio.
Ficha técnica
Universo: indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais em Portugal com telefone fixo no lar ou possuidor de telemóvel.
Amostra: aleatória e estratificada (região, habitat, sexo, idade, escolaridade, actividade e voto legislativo) e representativa do universo e foi extraída de um sub-universo obtido de forma idêntica. A amostra teve 600 entrevistas efectivas: 290 a homens e 310 a mulheres; 58 no Interior Norte Centro, 83 no Litoral Norte, 105 na Área Metropolitana do Porto, 114 no Litoral Centro, 162 na Área Metropolitana de Lisboa e 78 no Sul e Ilhas; 101 em aldeias, 154 em vilas e 345 em cidades. A proporcionalidade pelas variáveis de estratificação é obtida após reequilibragem amostral.
Técnica: Entrevista telefónica por C.A.T.I., tendo o trabalho de campo decorrido nos dias 13 a 16 de Julho de 2018, com uma taxa de resposta de 73,1%.
Erro probabilístico: Para o total de uma amostra aleatória simples com 600 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,020 (ou seja, uma "margem de erro"- a 95% - de 4,00%).
Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de Jorge de Sá e de João Queiroz (Jornal de Negócios, infografia do Correio da Manha)

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