Quando vejo
os números do turismo que no caso de Portugal indiciam uma queda de turistas
ingleses, fico preocupado. Acabei de fazer uma recolha de indicadores
turísticos de várias regiões insulares, quer em termos gerais, quer em termos
do peso real do chamado turismo nacional e entre estrangeiros, das principais
nacionalidades geradoras de turismo que oportunamente publicarei só para
comparação e por curiosidade.
Parece-me
que a Madeira – e não sou especialista no sector limitando-me a projectar o que
os números dizem - precisa de perceber que há mercados turísticos muito fortes que
estiveram mergulhados na instabilidade social e política durante vários anos – facilitando
a concorrência europeia nomeadamente – os quais começam a recuperar paulatinamente
voltando a ser aposta dos principais operadores turísticos europeus pelo que a
concorrência que antes não se fazia sentir entre a RAM e alguns destinos no
norte de África ou mesmo noutras zonas geográficas, nos últimos tempos alterou-se
substancialmente. A pressão entre destinos é maior, a Madeira não se pode acomodar,
tal como Portugal não se pode acomodar. Há especialistas que garantem que 2019
poderá ser um ano da "normalização da procura turística o que significa
que alguns mercados europeus que beneficiaram daquelas crises africana e no
mundo árabe voltarão a ser penalizados retomando aos poucos os valores anteriores
a essa crise.
Isto exige
muita promoção, prioridades claras, teimosia, trabalho articulado entre todos, qualidade,
construção de pontes com centros de influência turística nos nossos principais mercadores
geradores de afluxos turísticos, etc. Na política há quem não goste, mas aqui
parece.me adequado: há que recorrer ao lobbing e apostar tudo o que for possível
nesta realidade empresarial. Repito, há que ir para o terreno e investir na
promoção, com qualidade, com agressividade, com regras definidas, com objectivos,
antecipando cenários. Mais do que isso, é importante haver uma cada vez maior
colaboração entre sector público e privados, hoteleiros e operadores para que
não possamos ser penalizados.
Sem
esquecer factos reais e penalizadores, que em nada ajudam a nossa imagem. Falo
claramente nos problemas com ligações aéreas e de uma nova realidade associada
ao nosso aeroporto, associando a este destino uma imagem de incerteza e de
instabilidade num sector – ligações aéreas – que não se compadece com o que se
tem passado nos últimos quase dois anos, apesar de eu ser um defensor rigoroso
de que primeiro de tudo está a garantia de segurança dos passageiros e das
operações aeroportuárias que nem aventureirismos políticos ou loucuras partidárias
histéricas podem colocar em causa.
Tudo isso
tem que ser equacionado e urgentemente. Como? Não dei. Não sou especialista na
matéria. Aos especialistas - mesmo aqueles que foram construídos a martelo - compete
encontrar respostas que todos nós, que percebemos que muita coisa gira à volta
do turismo, achamos necessária e urgente (LFM)
Sem comentários:
Enviar um comentário