segunda-feira, agosto 27, 2018

Madeira e o turismo: ou rema tudo para o mesmo lado ou vamos ter dificuldades

Quando vejo os números do turismo que no caso de Portugal indiciam uma queda de turistas ingleses, fico preocupado. Acabei de fazer uma recolha de indicadores turísticos de várias regiões insulares, quer em termos gerais, quer em termos do peso real do chamado turismo nacional e entre estrangeiros, das principais nacionalidades geradoras de turismo que oportunamente publicarei só para comparação e por curiosidade.

Parece-me que a Madeira – e não sou especialista no sector limitando-me a projectar o que os números dizem - precisa de perceber que há mercados turísticos muito fortes que estiveram mergulhados na instabilidade social e política durante vários anos – facilitando a concorrência europeia nomeadamente – os quais começam a recuperar paulatinamente voltando a ser aposta dos principais operadores turísticos europeus pelo que a concorrência que antes não se fazia sentir entre a RAM e alguns destinos no norte de África ou mesmo noutras zonas geográficas, nos últimos tempos alterou-se substancialmente. A pressão entre destinos é maior, a Madeira não se pode acomodar, tal como Portugal não se pode acomodar. Há especialistas que garantem que 2019 poderá ser um ano da "normalização da procura turística o que significa que alguns mercados europeus que beneficiaram daquelas crises africana e no mundo árabe voltarão a ser penalizados retomando aos poucos os valores anteriores a essa crise.
Isto exige muita promoção, prioridades claras, teimosia, trabalho articulado entre todos, qualidade, construção de pontes com centros de influência turística nos nossos principais mercadores geradores de afluxos turísticos, etc. Na política há quem não goste, mas aqui parece.me adequado: há que recorrer ao lobbing e apostar tudo o que for possível nesta realidade empresarial. Repito, há que ir para o terreno e investir na promoção, com qualidade, com agressividade, com regras definidas, com objectivos, antecipando cenários. Mais do que isso, é importante haver uma cada vez maior colaboração entre sector público e privados, hoteleiros e operadores para que não possamos ser penalizados.
Sem esquecer factos reais e penalizadores, que em nada ajudam a nossa imagem. Falo claramente nos problemas com ligações aéreas e de uma nova realidade associada ao nosso aeroporto, associando a este destino uma imagem de incerteza e de instabilidade num sector – ligações aéreas – que não se compadece com o que se tem passado nos últimos quase dois anos, apesar de eu ser um defensor rigoroso de que primeiro de tudo está a garantia de segurança dos passageiros e das operações aeroportuárias que nem aventureirismos políticos ou loucuras partidárias histéricas podem colocar em causa.
Tudo isso tem que ser equacionado e urgentemente. Como? Não dei. Não sou especialista na matéria. Aos especialistas - mesmo aqueles que foram construídos a martelo - compete encontrar respostas que todos nós, que percebemos que muita coisa gira à volta do turismo, achamos necessária e urgente (LFM)

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