A aparição pública do antigo líder do PSD/Madeira,
Alberto João Jardim, na festa de Chão da Lagoa ao lado de Rui Rio e de Miguel
Albuquerque, o atual presidente do Governo Regional madeirense, não foi
inocente. As eleições regionais da Madeira, que se realizam no próximo ano obrigaram o ex-líder regional - e o
atual- a enterrarem o machado de guerra. Na Madeira, o resultado eleitoral do PSD é uma
incógnita e há quem receie um mau resultado do partido. Ou seja, o PSD pode
falhar, não só, uma maioria absoluta,
como até perder para o candidato apoiado pelo PS, Paulo Cafôfo. Segundo fontes
partidárias sociais-democratas, Jardim regressou ao Chão da Lagoa para dar a
imagem da unidade interna madeirense.
«Eu só quero ver Miguel a presidente», gritou Jardim
na assistência da festa que conhece como ninguém. Rui Rio, presidente
social-democrata, também lá esteve, no passado dia 29 de Julho, apesar de ter
definido regras muito claras e restritivas sobre o conceito de rentrée política
do partido.«Já imaginaram se em vez de um houvesse quatro ou cinco Alberto João
por esse país fora?», declarou Rui Rio na festa em que o protagonista acabou
por ser o antigo líder do PSD/Madeira.
«Não me passa pela cabeça que o PSD não vai ganhar,
porque se o PSD não ganhar estamos mal»,
declarou Alberto Jardim aos jornalistas durante a festa.
O tom de aviso de julho foi mais animador por
comparação com a entrevista que deu à TSF em fevereiro no quadro do último
congresso social-democrata. «Há um risco se não se mudar a agulha, ainda falta
um ano e meio, se não se mudar a agulha há o risco de perder. Se mudar a
agulha, o PSD, mesmo com maus resultados nas autárquicas - repare que em termos
de votos contados continua a ser o partido com mais votos aqui na Madeira -,
não deve é perder a maioria absoluta», defendeu Jardim naquela mesma
entrevista, alertando o PSD nacional e regional para o cenário de perda de
votos.
Alberto João Jardim afastou-se da vida política ativa
há cerca de três anos, depois de Miguel Albuquerque ter ganho as eleições
internas no PSD/Madeira, a contragosto do então presidente do Governo Regional.
Passos Coelho, líder do PSD que se manteve à frente dos destinos do partido
durante sete anos, nunca conseguiu cair nas boas graças de Jardim.
Ao contrário de Rio. Em fevereiro, o histórico
dirigente regional do PSD reconhecia as dificuldades acrescidas de Rui Rio à
frente do partido e procurou baixar a fasquia do seu consulado num primeiro
mandato de dois anos. «Não é exigível que Rui Rio »ganhe as eleições. É
exigível que ele faça tudo para ganhá-las: apresente bons candidatos, um
programa que, não sendo demagógico, mereça a concordância não da população de
Lisboa, mas do povo de todo o país» , considerou Alberto João Jardim, para quem
Rio não é um líder a prazo. «Se Rui Rio
não ganhar as eleições isto é um projeto a médio prazo. O PSD tem experiência
destas coisas», sustentou Alberto João Jardim, procurando miminimizar
expetativas. Apesar de o PSD
nacional não estar obrigado a ganhar as eleições já em 2019, as Regionais da
Madeira representam um teste ao PSD/Madeira. A maioria absoluta é dada como
perdida para alguns antigos dirigentes do PSD/Madeira, apesar de ninguém o
assumir. Nem mesmo Jardim, que entrou no espírito de pré-campanha na Madeira
(texto da jornalista do Sol, Cristina Rita, com a devida vénia)
Nota: De facto, muita
penalização do PSD-Madeira nas regionais e legislativas de 2015, e com algumas
consequências (as maiores foram opções erradas tomadas no processo de escolha
de candidatos) nas autárquicas de 2017, ficou a dever-se a factos ocorridos no âmbito do PSD-Madeira e no seu interior....
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