Hipótese de bloco central deixa portugueses
divididos. Quanto à escolha para primeiro-ministro, não há dúvidas: vasta
maioria prefere o atual líder do Governo. Os portugueses não têm dúvidas sobre
o homem que preferem ver aos comandos do Governo: entre os líderes do PS e do
PSD, a vasta maioria considera que António Costa dá um melhor primeiro-ministro
do que Rui Rio. A conclusão é do barómetro de março da Eurosondagem para o
Expresso e a SIC, uma vez que 70,9% dos inquiridos dizem preferir o atual líder
do Governo, enquanto apenas 16,7% depositam as suas esperanças no recém-eleito
líder laranja.
Há, no entanto, um assunto que provoca uma
divisão praticamente absoluta: metade dos portugueses apoia a hipótese de um
bloco central nos comandos do país e a outra metade não. É que, em caso de
nenhum partido conseguir a maioria dos votos nas eleições legislativas do
próximo ano, tal como aconteceu em 2015, 45% dos inquiridos veem com bons olhos
a constituição de um bloco PS/PSD para governar, enquanto 44,4% não acham que a
aliança deva concretizar-se.
Tudo numa altura em que Rio assume os comandos
do PSD e nomeia interlocutores para negociar com o PS sobre áreas estruturais,
nomeadamente a descentralização e os fundos comunitários. Quanto ao fantasma do
bloco central, Rio encarregou-se de o afastar quando disse no congresso, depois
de muita especulação, que analisar essa hipótese é como discutir "o sexo
dos anjos".
No caso de António Costa voltar a ter
condições para governar à esquerda e tanto o atual primeiro-ministro como os
parceiros do BE e PCP estarem de acordo, a opção é bem vista pelos portugueses.
Questionados sobre se consideram "haver condições para a repetição de uma
geringonça em 2019", quando acontecem as próximas legislativas, mais de
metade (54,7%) disse acreditar numa reedição desta solução parlamentar à
esquerda. Por outro lado, 30,7% não acredita que haja condições para repetir os
acordos.
FICHA TÉCNICA
Estudo de opinião efetuado pela Eurosondagem
S.A. para o Expresso e SIC, de 8 a 14 de MARÇO de 2018. Entrevistas
telefónicas, realizadas por entrevistadores selecionados e supervisionados. O
universo é a população com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental e
habitando lares com telefone da rede fixa. A amostra foi estratificada por
região: Norte (20,8%) — A.M. do Porto (13,5%); Centro (29,2% — A.M. de Lisboa
(26,7%) e Sul (9,8%), num total de 1010 entrevistas validadas. Foram efetuadas
1170 tentativas de entrevistas e 160 (13,7%) não aceitaram colaborar neste
estudo. A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado,
em cada agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo, e desta forma
resultou, em termos de sexo: feminino — 52%; masculino — 48% e, no que concerne
à faixa etária, dos 18 aos 30 anos — 18,2%; dos 31 aos 59 — 50%; com 60 anos ou
mais — 31,8%. O erro máximo da amostra é de 3,08%, para um grau de
probabilidade de 95%. Um exemplar deste estudo de opinião está depositado na
Entidade Reguladora para a Comunicação Social (texto da jornalista Mariana LimaCunha do Expresso)
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