Nos últimos três anos, Portugal conseguiu diminuir o encargo em cerca de
mil milhões de euros anuais, devido à melhoria das condições de financiamento
do país. Depois de muita especulação, a candidatura foi enviada na quinta-feira e
o ministro é agora visto como favorito. Uma reunião na Costa do Marfim entre
António Costa, Emmanuel Macron e Angela Merkel terá mudado as regras do jogo. A despesa pública com juros da dívida, no ano passado, diminuiu 285
milhões de euros, em comparação com 2016. No ano em que a República passou a
ser avaliada por duas das três principais agências de rating em grau de
investimento, o Estado gastou 7.475 milhões de euros com juros, menos 3,8% que
no ano anterior. No ano passado, o défice entre o valor dos juros pagos por Portugal e os
recebidos foi de 77,6 milhões de euros, mas menor que o saldo negativo de 87,5,
em 2016.
“Em 2017, a dívida portuguesa saiu do lixo e os juros caíram quase 300
milhões de euros”, afirmou Mário Centeno, em conferência de imprensa após a
apresentação dos números do défice, no ano passado. O ministro das Finanças
acrescentou que estes valores se devem “ao esforço dos portugueses e ao rigor
das contas públicas”.
A despesa nacional com juros, em 2016, tinha sido 7.760 milhões de euros
e, em 2015, de 8.209 milhões de euros. Nos últimos três anos, Portugal
conseguiu diminuir o encargo em cerca de mil milhões de euros anuais, devido à
melhoria das condições de financiamento do país causada por uma combinação de
fatores.
Portugal beneficiou da retoma económica global, da estratégia do Tesouro
de reembolsos antecipados ao Fundo Monetário Internacional (FMI), emissão de
dívida a prazos mais longos e recompra de títulos a chegar à maturidade, bem
como o reforço da confiança internacional no país.
Depois de Portugal ter saído do Procedimento por Défices Excessivos, a
agência de notação financeira Standard and Poor’s surpreendeu os mercados ao
fazer um upgrade a Portugal, em setembro. Tornou-se, assim, a primeira das três
principais agências de rating mundiais a colocar a dívida do país em grau de
investimento. Em dezembro, foi a vez da Fitch tomar a mesma decisão e a
expetativa é que a Moody’s (a única que falta) o faça também em abril (texto dajornalista do Economico, Leonor Mateus Ferreira)
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