Li no site da RTP um texto do jornalista da Reuters Eric Gaillard, que "será por pouco tempo, mas, até ver, a ARD e a ZDF têm em caixa 500 milhões de euros em excesso sobre o que era habitual. O fenómeno resulta da alteração da lei, que até ao início de 2013 fazia pagar a taxa audiovisual por cada aparelho de rádio ou televisão, e agora passou a fazê-la pagar por cada fogo. O excesso de 500 milhões de euros diz respeito aos três primeiros trimestres de 2013. O balanço global do primeiro ano com taxa audiovisual cobrada por cada residência e não por cada aparelho será, portanto, ainda mais impressionante. É, assim, de prever que as associações de consumidores venham a protestar com o vigor que é habitual na Alemanha. E as próprias autoridades encaram o problema com preocupação e preparam-se para corrigir a nova lei, que deu lugar a semelhante distorção. A KEF (Comissão para a Determinação das Necessidades Financeiras das estações de direito público) irá, por isso, reunir-se na próxima semana e fará uma primeira análise daquele efeito imprevisto da nova lei. Eventuais correcções ocorrerão apenas no início de 2014. Mas o site de Der Spiegel antecipou-se a qualquer conclusão desse encontro e divulgou já hoje o número demolidor dos 500 milhões. A ARD e a ZDF, interpeladas por Der Spiegel, não quiseram pronunciar-se. Et pour cause: segundo a lei, o dinheiro em excesso que neste momento lhes inunda as tesourarias poderá estar em seu poder indevidamente. Isto porque a lei prevê que um eventual excesso de receitas na cobrança da taxa audiovisual deverá sempre reverter para o contribuinte, ou sob a forma de um abaixamento geral daquela taxa, ou sob a forma de um abaixamento da mesma para grupos que se conclua estarem desproporcionadamente sobrecarregados".
