sábado, novembro 09, 2013

Poder de Compra concelhio em Portugal (2011)

Indicador per Capita do Poder de Compra
O Indicador per Capita (IpC) do poder de compra pretende traduzir o poder de compra manifestado quotidianamente, em termos per capita, nos diferentes municípios ou regiões, tendo por referência o valor nacional (Portugal = 100). A leitura dos resultados do IpC para 2011 associa ao território continental um poder de compra superior ao observado nas duas regiões autónomas portuguesas: o valor atingia 100,8 para o Continente e era, respetivamente, de 82,4 e 85,1 para as regiões autónomas dos Açores e da Madeira. Lisboa (131,0) é a única região NUTS II com um valor acima do poder de compra per capita médio nacional. Para o Algarve, o valor (96,7) situava-se marginalmente abaixo da média nacional. As três restantes regiões continentais — Norte, Centro e Alentejo — registavam índices de poder de compra per capita relativamente próximos: 89,2 para o Norte; 88,0 para o Alentejo; e 87,5 para o Centro.
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Além dos territórios metropolitanos, também os municípios correspondentes a algumas capitais de distrito tinham um poder de compra per capita superior à média nacional, com relevância para Faro (133,1), Coimbra (131,7), Aveiro (126,7) e Évora (112,5). Esta análise sugere, assim, uma associação positiva entre o grau de urbanização das unidades territoriais e o poder de compra aí manifestado quotidianamente. Evidenciavam-se, ainda, o Funchal (113,4), na Região Autónoma da Madeira, Sines (137,0), no Alentejo Litoral, e Azambuja (114,8), na Lezíria do Tejo. No conjunto do território nacional, 172 municípios (56% do total) apresentavam valores de IpC inferiores a 75. Dos 10 municípios com menor poder de compra per capita manifestado, sete pertenciam ao Interior da região Norte, distribuindo-se pelas sub-regiões do Tâmega, Douro e Alto Trás-os-Montes, e três à Região Autónoma da Madeira. análise do IpC obtido nos municípios tendo por referência, em simultâneo, os contextos nacional e regional possibilita avaliar o grau de coesão intrarregional e identificar os municípios que se destacam no respetivo contexto regional. Nesta perspetiva, os 308 municípios nacionais distribuíam-se da seguinte forma em 2011:
- 26 municípios apresentavam um IpC, simultaneamente, acima do poder de compra per capita médio nacional e regional – são sobretudo municípios das duas áreas metropolitanas ou cidades de média dimensão, maioritariamente coincidentes com capitais de distrito (Faro, Coimbra, Aveiro, Évora, Beja, Braga, Leiria, Portalegre, Vila Real e Santarém) e também o Funchal e Ponta Delgada, entre outros em 30 municípios, o poder de compra per capita manifestado em 2011 ficava aquém da média nacional mas acima da média regional — correspondiam maioritariamente a municípios da faixa Litoral continental, sobretudo da região Centro (11 municípios de um total de 100), mas também do Alentejo (8 em 58), do Norte (6 em 86), da Região Autónoma dos Açores (4 em 19) e da Região Autónoma da Madeira (1 em 11). (...)
Percentagem de Poder de Compra
A Percentagem de Poder de Compra (PPC) é um indicador derivado do Indicador per Capita (IpC) e pretende avaliar o grau de concentração do poder de compra nos diferentes territórios, tendo em consideração que as áreas de maior ou menor poder de compra no território nacional dependem, não só da distribuição do poder de compra per capita pelo país, mas também da distribuição espacial da população residente (...)
Ao nível municipal, Lisboa distinguia-se no contexto nacional ao representar 11% do poder de compra total. Em 2011, apenas mais 22 municípios detinham individualmente mais de 1% do poder de compra nacional. Trata-se de municípios integrados nas áreas metropolitanas de Lisboa (Sintra, que era o segundo município a concentrar mais poder de compra, com 4%, e ainda Oeiras, Cascais, Loures, Almada, Amadora, Seixal, Vila Franca de Xira, Odivelas e Setúbal) e do Porto (Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar e Santa Maria da Feira), bem como de municípios capitais de distrito (Braga, Coimbra e Leiria), e ainda o Funchal (na Região Autónoma da Madeira), Guimarães e Vila Nova de Famalicão (ambos na sub-região do Ave).  Com os menores contributos, encontravam-se os municípios do Corvo e das Lajes das Flores (Região Autónoma dos Açores) e o município de Barrancos, no Baixo Alentejo, detendo individualmente 0,01% ou menos do poder de compra nacional (...)
Fator Dinamismo Relativo
O Fator Dinamismo Relativo (FDR) pretende refletir o poder de compra de manifestação irregular, geralmente sazonal, e que está relacionado com os fluxos populacionais induzidos pela atividade turística, traduzindo a dinâmica económica que persiste na informação de base para além da refletida no primeiro fator extraído da análise fatorial – o poder de compra per capita manifestado quotidianamente nos territórios. Nesta perspetiva, salienta-se a relevância da região Algarve no contexto deste indicador. De facto, em 2011, dos 17 municípios com um FDR superior ao desvio-padrão da distribuição, 12 situavam-se naquela região: Vila do Bispo, Albufeira, Lagoa, Loulé, Lagos, Castro Marim, Portimão, Vila Real de Santo António, Tavira, Aljezur, Silves e Monchique. De entre estes municípios, Vila do Bispo e Albufeira destacavam-se por apresentarem um FDR superior a 8 desvios-padrão. Os municípios de Óbidos (2,33) e da Nazaré (1,27), na sub-região Oeste, do Porto Santo (1,67) e do Funchal (1,37), na Região Autónoma da Madeira, e de Grândola (1,07), no Alentejo Litoral, completavam o conjunto dos 17 municípios que apresentavam um FDR superior a 1 em 2011. Com valores no FDR situados entre 0,5 e 1, encontrava-se um conjunto adicional de cinco municípios — Cascais, na Grande Lisboa; Alcácer do Sal, no Alentejo Litoral; Calheta e Porto Moniz, na Região Autónoma da Madeira, e Faro, no Algarve. Caminha (0,42) era o município com o valor mais elevado em termos de FDR na região Norte. No outro extremo, com valores menores no FDR em 2011, encontrava-se um conjunto de 18 municípios com valores de FDR inferiores a -0,5: eram sobretudo municípios das duas áreas metropolitanas, algumas capitais de distrito do Interior continental, municípios do Alentejo (Castro Verde, Vendas Novas, Campo Maior e Cartaxo), da Região Autónoma dos Açores (Vila do Porto e Angra do Heroísmo) e ainda o Entroncamento (no Médio Tejo) e Arruda dos Vinhos (no Oeste).
Importa, igualmente, sublinhar a existência de municípios que apresentavam valores de IpC e FDR simultaneamente elevados em 2011. Nesta perspetiva, destacam-se os municípios do Algarve, sobretudo Albufeira, Portimão e Faro, mas também o Funchal e Cascais (fonte: INE)