quinta-feira, outubro 11, 2012

Polémica: “Passos nega favorecimento por Miguel Relvas"

Escreve o Publico que “Pedro Passos Coelho garantiuque nunca pediu "favores a ninguém, nem de ordem política nem de ordem profissional". "Não existe, na minha vida como gestor de empresas, nada que seja objecto de censura ou que tenha envolvido, do ponto de vista ético, favorecimento para as empresas por onde passei", disse o primeiro-ministro à margem de uma conferência no Porto. Passos Coelho foi inicialmente consultor e depois administrador da empresa Tecnoforma que, entre 2002 e 2004, dominou por completo os financiamentos de um programa de formação profissional tutelado por Miguel Relvas, então secretário de Estado da Administração Local. "Na empresa em causa trabalhei vários anos e ela nunca beneficiou de qualquer favor, muito menos que tivesse sido solicitado por mim", acrescentou. Já o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, considerou que a investigação do PÚBLICO revelou "dados objectivos, não desmentidos e que devem ser explicados". O deputado insistiu numa explicação: "Acho que os dados que hoje foram revelados exigem uma explicação muito concreta e detalhada. Penso que quer o senhor primeiro-ministro, quer o ministro Miguel Relvas devem dar essa explicação e nós procuraremos obtê-la pelos meios que forem necessários." Questionado pelo PÚBLICO se a notícia ajuda a explicar a manutenção de Miguel Relvas no executivo, Bernardino Soares afirmou que a permanência do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares no Governo "depende do senhor primeiro-ministro". Por outro lado, António Pais Silva, que Passos Coelho disse ao PÚBLICO ser o principal responsável pelo sucesso da Tecnoforma na região Centro graças ao seu "dinamismo", admitiu ontem à Lusa que realizou "algumas reuniões" com o actual primeiro-ministro, mas assegurou que "nunca surgiu qualquer percepção de que este tivesse qualquer influência na realização de contratos". António Silva assumiu a direcção comercial da Tecnoforma nos finais de 2002 e, em simultâneo, era vereador a tempo inteiro do PSD. O ex-director pertenceu à Comissão Política Nacional da JSD com Passos.  "Marquei entrevistas com autarquias de Bragança a Vila Real de Santo António, de todas as cores políticas, sempre por minha iniciativa, realizei contratos com câmaras do PCP ao PSD, mas nunca dei conta de que existisse qualquer interferência do então administrador (Passos Coelho) junto do governante que tinha a tutela da área (Miguel Relvas), nem outro tipo de acção que não fosse enquadrada nas suas responsabilidades profissionais", acrescentou António Silva.  Também Aníbal Maltez, que trabalhou na área comercial da Tecnoforma e foi presidente da JSD de Mangualde, disse não se ter apercebido de influências políticas nos negócios da empresa”.