Segundo o jornalista do Correio da Manhã, António Sérgio Azenha, “a Fundação Mário Soares vai receber, nos próximos dois anos, 210 mil euros de apoio financeiro do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Ao todo, entre 2008 e 2014, a fundação presidida pelo próprio Mário Soares receberá do Estado um total de cerca de 1,8 milhões de euros. O apoio financeiro de 210 mil euros resulta da prorrogação do protocolo celebrado em 2007, durante o Governo de José Sócrates, entre a Fundação Mário Soares e o Ministério dos Negócios Estrangeiros, representado por João Gomes Cravinho, então secretário de Estado da Cooperação. Sem o corte de 30% aplicado pelo Governo, no âmbito da nova lei das fundações, a Fundação Mário Soares receberia, em 2013 e 2014, um financiamento de 300 mil euros. A prorrogação do contrato inicial da Fundação Soares com o Ministério dos Negócios Estrangeiros ocorreu em 26 de Novembro de 2010. E nesta adenda a fundação assume o compromisso, já assumido antes, de recolher e tratar os documentos de entidades públicas e privadas dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Pela continuação desse trabalho durante mais quatro anos, de 2011 a 2014, o Ministério dos Negócios Estrangeiros assumiu o compromisso de "conceder um apoio financeiro à fundação [Mário Soares] até ao montante global máximo de 600 000 euros repartido em tranches anuais de 150 mil euros", refere a adenda ao protocolo inicial, a que o CM teve acesso. Com o corte de 30%, o apoio financeiro anual cai para 105 mil euros nos próximos dois anos. A renovação do apoio financeiro à Fundação Mário Soares justifica-se, segundo a adenda ao protocolo, pelo facto de, no âmbito da preservação da memória histórica dos países da CPLP, ter sido "positiva" a colaboração da Fundação com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, no que diz respeito ao reforço da cooperação com aqueles países.
CORTES PERMITEM POUPAR 200 MILHÕES DE EUROS
O corte nos apoios financeiros às fundações, efectuado pelo actual Governo, permitirá gerar uma poupança anual de cerca de 200 milhões de euros.No âmbito da reforma na área das fundações, o Executivo extinguiu quatro fundações e recomendou a universidades e autarquias o fecho de outras 36 fundações. Fundação Casa de Guimarães, Fundação Museu do Douro, Côa Parque e a Fundação para a Protecção e Gestão das Salinas do Samouco serão extintas”.