segunda-feira, maio 28, 2012

Escribas, publicidade e opiniões

Há uma questão que é de princípio e que sempre salvaguardei: não tenho nada contra o CINM. Sobretudo se se revelar um instrumento fundamental, em termos de receitas, para a Madeira que delas bem precisa. Tenho apenas reservas face ao modelo de concessão entregue maioritariamente a privados. Afinal, tenho ou não o direito de pensar que o facto da Região ter apenas 25% da entidade concessionária, essa situação pode criar obstáculos, principalmente quando se pretende convencer Lisboa e Bruxelas que o CINM é uma opção estratégica para a Madeira? Até posso estar errado, admito, e não vislumbrar as virtualidades dessa situação. Mas não abdico da minha opinião. Aliás, se compararmos esse modelo de concessão com o que acontece, por exemplo, com a Zona Franca de Canárias, não vale a pena deambular muito mais à volta do assunto. A minha opinião, tão legítima como qualquer outra, é a de que a Região deveria ter uma presença substancialmente maior na concessão. É o que penso. Não quero voltar ao assunto, não quero retomar uma ideia que para mim é de princípio e pode eventualmente ajudar a explicar algumas dificuldades sentidas.
Tenho opiniões pessoais - repito, pessoais - sobre o CINM que se alicerçam, ao contrário de outros escribas do contra e dos fretes ao contra - e quem sabe se avençados também - numa noção meramente pessoal, que até pode estar incorrecta, mas que não são influenciadas, ora pelo alinhamento pelas campanhas que foram desenvolvidas contra o CINM (lembram-se do que escreveram e disseram sobre a influência negativa do CINM no PIB da Madeira e de quem não saiu em sua defesa?!), ora por necessidades meramente publicitárias que compreendo mas que não passam disso mesmo.
Mantenho tudo o que disse, retomando o que realmente afirmei e reafirmo: se a questão do CINM se resolve no eixo Lisboa - Bruxelas (a Madeira não tem influência nenhuma), se os madeirenses (presumo isso, porque não há estudos de opinião que o demonstrem) estarão com o CINM, então é lógico que toda a estratégia deva ser realizada exactamente onde estão os centros de decisão, por muito que isso possa irritar certas pessoas, agora defensores do CINM.
Uma nota adicional, até porque continuamos sem obter resposta nem a comunicação social pelos vistos se interessa muito por isso: quanto é que o CINM gerou, em termos de receitas, a favor da Madeira entre 1990 e 2012? E só isso que se pede para reforçar os argumentos da importância do CINM. É óbvio que as previsões de receitas anuais do Centro da ordem dos 120 a 140 milhões de euros - num quadro que entretanto se alterou devido a um conjunto de medidas tomadas pelo actual governo de coligação de Lisboa - estarão hoje reconhecidamente ultrapassadas. Também não percebo, insisto, um aparente "secretismo" existente à volta do CINM. Por exemplo, sei que foi realizado recentemente um estudo sobre o CINM e as suas empresas. Alguns dados firam disponibilizados à Lusa para divulgação (e bem) no exterior da Madeira. Mas como se explica que surjam dificuldades enormes para que as pessoas interessadas tenham acesso a esse estudo que nem foi disponibilizado no site institucional da SDM? Qual o mal? Qual é o problema? Sobre isso os escribas da oposição e dos fretes não comentem. Nem sequer tentam obter essas informações para sobre elas fazerem um trabalho mais desenvolvido
Porque não tenho memória curta, e porque as minhas opiniões nada têm a ver com as minhas opções partidárias, por acaso não era Luís Amado, agora ligado à SDM por escolha do Grupo Pestana (que detém cerca de 75% da SDM), ministro do governo socialista, de Sócrates, acusado, até pela concessionária (as voltas que o mundo dá...) de ter desencadeado uma campanha de boicote ao CINM? Desconheço o que ele terá feito para inverter então essa situação. Mas, política (e partidos) à parte, reconheço que Luís Amado será uma mais-valia importante para o CINM, até pela experiência (e contactos) adquiridos enquanto governante, particularmente em Bruxelas. E para a própria SDM, contra a qual (e particularmente contra o seu Presidente, Francisco Costa), nada tenho de pessoal. Era o que faltava, até por razões que transcendem o CINM e a SDM, mas que no caso de alguns escribas do contra não tenho que esclarecer.
Mais. Considero que muito do que é o CINM e das suas potencialidades, se fica a dever ao empenho pessoal que Francisco Costa colocou neste projecto, à sua competência e conhecimentos técnicos, mesmo quando lutou contra alguns obstáculos, que contra ele (CINM) sempre se posicionaram mas que agora (a) parecem estar ao seu lado. Portanto, não admito canalhices nem insinuações tentando associar as minhas opiniões pessoais a pretensas questões pessoais que não passam do imaginário fértil de mentes porventura frustradas. Aliás, comprovadamente ao contrário do que eles fazem.
Mas que fique claro: a iniciativa do grupo parlamentar do PSD, tal como foi noticiado, tem a ver com a prestar de informações aos deputados social-democratas sobre as perspectivas futuras do CINM e qual a estratégia a seguir. E nada melhor que Luís Amado para responder a todas as questões que sejam colocadas.
Finalmente uma recomendação: deixem-se dessas tretas dos escribas do regime porque lhes fica mal e revela uma desonestidade ética e uma falta de educação que não se tolera. Tal como não confundo o que alguns indivíduos escrevem, com o que pensam, querem ou dizem o senhor Blandy ou o senhor Joaquim Oliveira, ou seja lá quem for. Seria uma tremenda desonestidade da minha parte. Não alinho nisso. O que escrevo é apenas uma expressão do que penso, pelo que as minhas opiniões se podem confundir com as minhas opções partidárias, não falo pelo mau partido Ponhamos ao menos alguma elevação numa troca de ideias.

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