Segundo a SIC, "os juros exigidos pelos investidores para comprar dívida pública portuguesa a dez anos bateram hoje o máximo histórico e estão agora em 6,66% no mercado secundário, um dia depois da aprovação do Orçamento do Estado.Pelas 11h11, os investidores exigiam 6,66% pelas obrigações a dez anos, acima do anterior recorde histórico de 6,51%, atingido a 28 de setembro. Esta subida dos juros da dívida soberana acontece um dia depois de o Orçamento do Estado ter sido viabilizado na generalidade, com os votos a favor do PS, a abstenção do PSD e a oposição dos restantes países da oposição. Já o 'spread' da dívida portuguesa face aos títulos de dívida alemã nos títulos a dez anos, ou seja, o prémio pedido pelos investidores para comprarem obrigações portuguesas em vez de alemãs, também está a subir, situando-se em 417,3 pontos base. Na maturidade a cinco anos os juros atingem os 5,49% e o 'spread' face às bunds alemãs agrava-se para os 382,2 pontos base. PM diz que FMI não vai ser necessárioO primeiro-ministro recusou recorrer à intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI), recusou a hipótese de despedimentos na administração pública e afastou o cenário de uma remodelação governamental a breve prazo. Estas posições foram transmitidas por José Sócrates, durante uma entrevista de 30 minutos à TVI, ontem, e que foi centrada na atual situação económica e financeira do país. Questionado se admite a hipótese de uma intervenção do FMI para ajudar a solucionar os problemas da economia portuguesa, o líder do executivo deu uma resposta direta: "Não, não admito recorrer ao FMI", porque "Portugal não precisa de ajuda nem de assistência para resolver os seus problemas". Na entrevista, José Sócrates procurou fazer passar a mensagem de que a crise da dívida soberana não é especificamente portuguesa, mas "um problema de toda a Europa", e rejeitou que os seus governos tenham falhado na capacidade de antecipação dos fenómenos económicos, ou que tenham seguido uma política eleitoralista em 2009. "Só queria que percebessem a turbulência em que o mundo entrou depois de 2008", declarou. Sobre as negociações com o PSD para a viabilização do Orçamento, o primeiro ministro disse que houve cedências das duas partes, tendo o Governo aceite, embora sem ficar convencido, a proposta dos sociais democratas no sentido de não limitar as deduções dos 4, 5 e 6 escalões do IRS. Em relação à forma como compensará os 500 milhões de euros que saíram da receita do Estado na sequência do acordo com o PSD, o líder do executivo disse que "haverá redução de despesas repartidas pelos vários ministérios e um aumento das receitas não fiscais".
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