sexta-feira, novembro 26, 2010

Açores: Secretário ouve médicos para decidir onde cortar mais

Li no Açoriano Oriental numtexto da jornalista Paula Gouveia, que "as medidas de contenção de custos que já foram implementadas no Hospital Divino Espírito Santo são para manter e são suficientes para assegurar a poupança pretendida de 14 milhões de euros, afirmou o secretário regional da Saúde. Miguel Correia passou ontem o dia no hospital de Ponta Delgada para ouvir os directores de serviço, mas deixou claro que as reuniões que agora decidiu promover servirão para definir que medidas adicionais serão adoptadas no próximo ano, de modo a garantir que a unidade hospitalar cumpra os objectivos de contenção já estabelecidos para 2011, e não necessariamente para rever as medidas já em vigor. “Estamos aqui para programarmos a melhor estratégia para o ano”, disse em declarações aos jornalistas após uma primeira reunião com todos os directores de serviço. “Até ao fim do ano, queremos fazer um levantamento de todos os contributos (do hospital de Ponta Delgada e dos outros hospitais)”, explicou, “e depois tem de ser feito um trabalho com os conselhos de administração e com as direcções clínicas”, adiantou Miguel Correia. O secretário regional da Saúde reconhece agora a importãncia de ouvir “quem está no terreno”, nomeadamente os médicos, pois “são eles que prescrevem medicamentos e exames complementares de diagnóstico”. Mas, recorde-se que isso só acontece depois de, nas últimas semanas, os directores de serviço terem tornado pública a sua discordância com algumas das medidas, como a suspensão das prevenções em algumas especialidades médicas, por considerarem que está em causa a assistência aos doentes. Um descontentamento que teve consequências: o director clínico do hospital pediu a sua demissão, depois dos médicos terem admitido estar também em causa a confiança no detentor do cargo que os deveria representar junto da admistração hospitalar. A medida da polémica - a suspensão das prevenções nocturnas no hospital - é desvalorizada por Miguel Correia. “Todas as carreiras contribuíram para este plano de contenção” - médicoscontribuíram com cerca de 800 mil euros e os enfermeiros com um valor substancialmente superior, salvaguarda. E estão já implementadas outras medidas, lembra, “medidas, como a dispensa da unidose nas farmácias hospitalares, que são muito significativas na poupança; e a aquisição centralizada de medicamentos e de material de consumo clínico”. Por outro lado, salienta o secretário regional, todas as medidas de contenção de custos, em execução, foram propostas pela administração do hospital e aceites pela tutela. No próximo ano, o plano de contenção poderá ou não conter “cortes” nas prevenções de outras especialidades, disse Miguel Correia que adiantou que “poderá ser encontrado um novo regime de disponibilidade que não o regime da prevenção tradicional”, uma vez que “temos especialidades que acorrem muito pouco às urgências e contudo recebem todas o mesmo ao fim do ano”.• Poupança será reinvestida Os cortes nos hospitais permitirão poupar, mas como salvaguarda o director regional da Saúde, permitirão afectar verbas a novas infraestruturas, como o Centro de Radioterapia dos Açores, o novo hospital de Angra do Heroísmo e o centro de Saúde de Ponta Delgada. E, disse ainda, são necessários para diminuir o défice da Saúde. De qualquer forma, o Orçamento de 2011 prevê um reforço de verbas na Saúde de 20,6 milhões de euros, adiantou Miguel Correia. O endividamento da Saudaçor é de 160 milhões de euros de longo prazo e 33 milhões de euros a investimento de curto prazo, revelou".

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