sábado, outubro 23, 2010

Bons conselhos: os melhores PPR para garantir uma reforma tranquila

"Tem até ao final do ano para subscrever um PPR e ter acesso a benefícios fiscais que podem ir até aos 400 euros. O Diário Económico dá-lhe a conhecer os PPR que nos últimos cinco anos deram mais dinheiro aos investidores. Inês vai ser, brevemente, uma das mais jovens investidoras de PPR em Portugal. Tem cinco meses e meio de vida, mas isso não impede que os seus pais estejam a construir um pé-de-meia que irão colocar nos próximos meses num plano de poupança reforma para a sua bebé. O motivo? "As contas e produtos dos bancos tradicionais oferecem juros pouco atractivos, muitas vezes abaixo da inflação, por isso vamos fazer um PPR, que tenha um rendimento mais atractivo", explica a mãe, Cidália Martins. A professora de Francês de Lisboa é adepta deste tipo de aplicações. Com 39 anos e a trabalhar em regime de recibos verdes, Cidália sabe que tem razões para ter preocupações acrescidas com a sua reforma. Por isso tem dois PPR na Optimize: um mais conservador, onde faz entregas mensais de 150 euros, e um outro mais agressivo, com maior exposição a acções. Cidália Martins não está sozinha. Os números do estudo ‘Basef Seguros' da Marktest, de 2009, mostravam que pelo menos 1,2 milhões de portugueses têm um PPR. Uma tendência que se tem intensificado. Os números falam por si: desde o início do ano, os PPR sob a forma de seguro (que representam mais de 85% do mercado de PPR em Portugal) conseguiram amealhar junto dos portugueses 2.187 milhões de euros até ao final de Agosto. O que representa mais de 12,6 milhões de euros por cada dia útil. O número poderá engordar ainda mais com o aproximar do final do ano, já que Novembro e Dezembro são os meses em que os bancos e seguradoras realizam mais campanhas de ‘marketing' sobre este tipo de aplicações, aproveitando o facto do PPR ser um produto com várias vantagens fiscais. Para quem não tem um PPR, a grande dificuldade está em saber com escolher o melhor produto do mercado porque, à primeira vista, podem parecer todos iguais. Mas não. Há diferenças importantes: há PPR com capital garantido e outros sem esta benesse. Dentro da categoria dos produtos com garantia de capital existem ainda produtos que asseguram também uma remuneração anual mínima. Ao nível das comissões praticadas as diferenças são também evidentes. Segundo um levantamento feito recentemente pela Deco, as comissões de entrega previstas pelas sociedades gestoras e pelas seguradoras oscila ente os 0% e os 3%. Já as comissões de gestão variam entre os 0,75% e os 2,18%. "Olhar para as comissões é importante porque as comissões de entrega podem comer parte da rentabilidade dos produtos, principalmente, no caso dos PPR de taxa fixa", refere Diogo Teixeira, administrador da Optimize. Mas é ao nível das rendibilidades que os investidores devem prestar mais atenção, já que o investimento num PPR é uma aplicação de longo prazo - por vezes, de várias décadas. Por isso mesmo ter um PPR que oferece em média 2% ao ano ou 4% ao ano pode fazer toda a diferença. Por exemplo, se aplicar hoje 25 mil euros num PPR que ofereça, em média, 2% ao ano, chegará ao fim de 20 anos com uma poupança de 37.149 euros. Se optar por investir numa aplicação que ofereça 4%, o bolo final dispara para os 54.778 euros. Ou seja, no longo prazo, cada ponto percentual de rendibilidade pode significar muitos euros a mais na carteira. Olhando para o mercado português existem PPR com rendibilidades muito variadas. Analisando os ganhos dos últimos 12 meses, há PPR que estão negativos- como é o caso do fundo Millennium Investimento PPR Acções, que, nos 12 meses terminados em Setembro, acumulava uma perda de 2,07%. Mas também existem aplicações que estão a render mais de 6%. É o caso do PPR SGF Acções Dinâmico, que avança 6,22% no último ano, segundo dados da APFIPP. No entanto não basta olhar para os ganhos conquistados no últimos meses. É preciso recuar no histórico e analisar os produtos que nos últimos anos conseguiram gerar, de forma consistente, ganhos elevados nos últimos anos. O Diário Económico foi à procura dos PPR- sob a forma seguro ou de fundo de investimento- que conseguiram fintar a crise dos mercados e entregar aos investidores ganhos anuais superiores a 3,5% nos últimos cinco anos. E não são muitos os produtos que registaram esta meta. No campo dos PPR sob a forma de seguro existem apenas quatro produtos que conseguiram atingir esta meta entre 2005 e 2009. São eles: o Unirev PPR, da Generali- que nos últimos cinco anos obteve uma rendibilidade anual de 4,6%- e o Solução PPR Zurich que rendeu no mesmo período 3,7%. Fazem ainda parte da lista dois produtos do Groupama Seguros: o Viva PPR XXI, que registou um ganho médio anual nos últimos cinco anos de 3,7% e o Viva PPR XXI, que avançou 3,6%. Todos estes produtos garantem o capital investido.
Já no campo dos PPR sob a forma de fundo de investimento há dois produtos que se destacam. É o caso do BPI Reforma Acções PPR, que nos últimos cinco anos terminados no final de Setembro apresentava uma rendibilidade anualizada média de 6,06%. Destaque também para o ESAF PPR Vintage que no mesmo período brindou os investidores com ganhos anualizados de 4,27%. Olhar para a rentabilidade histórica de um PPR é um factor chave para ajudá-lo a escolher o melhor produto para investir. Mas, para Diogo Teixeira, da Optimize, há outro factor a ter em conta no actual contexto. Tendo em conta a crise que a economia portuguesa atravessa e a elevada probabilidade de nos próximos anos continuar a debater-se com problemas de crescimento, será prudente os investidores analisarem as carteiras de investimento dos PPR e ver qual é o nível de exposição a activos internacionais. "É importante que as carteiras diversifiquem o risco em relação à economia portuguesa", conclui Diogo Teixeira.
Os melhores seguros PPR
No último ano
Segundo os dados do ISP, o PPR sob a forma de seguro que obteve a melhor performance em 2009 foi o PPR Leve Duo da Fidelidade Mundial, que brindou os investidores com ganhos de 4,27%. Em segundo lugar está o Poupança Dinâmica Global - PPR, da Global Vida, que em 2009 obteve um retorno de 4,21%. Já o terceiro melhor PPR no último ano foi um produto da Generali, o "Unirev - PPR a Prémio único" que no ano passado gerou uma rendibilidade de 4%.
A cinco anos
Segundo um estudo recente da Deco, os melhores PPR sob a forma de seguro nos últimos cinco anos foram os seguintes: Unirev PPR, da Generali, que gerou retornos anuais médios de 4,6% nos últimos cinco anos; a Solução PPR Zurich também tem um lugar no pódio ao brindar os investidores com uma rendibilidade anualizada de 3,7% entre 2005 e 2009. Em terceiro lugar está o Viva PPR XXI que no mesmo período gerou ganhos de 3,6%.
Os melhores Fundos PPR
No último ano
Entre os fundos de investimento PPR, há vários produtos que se destacam nos últimos 12 meses (terminados em Setembro). Segundo os dados da APFIPP o melhor produto é o PPR SGF Acções Dinâmico, que rendeu 6,22%. Trata-se de um produto com um perfil de risco mais agressivo, que prevê uma exposição a acções superior a 35%. É também nesta categoria que estão os dois PPR seguintes que apresentam uma melhor performance: Barclays PPR Acções Life Path 2025 que avança 6,07% e o Barclays PPR Acções Life Path 2020 que no mesmo período acumula ganhos de 5,5%.
A cinco anos
O fundo BPI Refoma Acções PPR é o produto que a 60 meses (cinco anos terminados em Setembro) conseguiu dar maiores ganhos aos investidores: 6,06% em termos anualizados. O segundo melhor produto no mesmo período é o ESAF PPR Vintage com uma rendibilidade anualizada de 4,27%. O PPR Europa também está em destaque: nos últimos 60 meses deu aos investidores um retorno anual de 2,86%
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(pela jornalista do Económico, Alexandra Brito)

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