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As actas e as inúmeras declarações que agora se tornaram acessíveis são o retrato fiel do mal-estar — ou “guerra”, como a determinada altura se lhe referem os próprios conselheiros — que se vive na instituição. Ainda o procedimento à TVI não estava definido, já estalava a discussão entre o presidente e o vogal Gonçalves da Silva. “Tive de abandonar a reunião pelo facto de o presidente insistir em violar as mais elementares regras de respeito e urbanidade”, escreve em declaração para a ata. Apesar de lhe pedir para parar, Azeredo Lopes prosseguiu: “Se quiser pode amuar”, “não sou seu irmão nem andei consigo na escola” ou “se quiser fazer uma peixeirada e concluir com uma cenaça, pode sair”.
Assumindo que este tipo de comportamento é recorrente no presidente, Gonçalves da Silva defende “limites na linguagem utilizada e estes há muito que vêm sendo ultrapassados”. Meses depois, é a vez de Assis Ferreira, outro vogal, abandonar os trabalhos a meio da sessão “porque a conversa estava a assumir um tom desagradável e ouvi críticas e insinuações sobre o ‘caso TVI’ que considero ofensivas”, afirma. O presidente responde, também, em abundantes páginas de atas. Considera que Assis Ferreira é “hipersensível” ou que as suas considerações são “ boutades de ironia deficiente” de alguém que tem “reacções destemperadas”. Para Gonçalves da Silva são guardadas, porém, as maiores críticas: autor “dos textos mais alucinados que me recordo de ler”, é responsabilizado pelas fugas de informação permanentes, por “faltar à verdade” ou por fazer “campanhas de insinuações”. Daí as suas iras. Estrela Serrano acha mesmo que “a sua actividade na ERC salda-se por pouco mais que frases para as atas e declarações de voto”.
“Estamos em fim de mandato”, lembra Elísio Oliveira, o supervisor do ‘caso TVI’. “A publicidade das questiúnculas internas mais parece o regresso aos bancos da escola. Haja bom senso”, pedia em Dezembro passado aos seus colegas. Sem efeito.” (artigo de Rosa Pedroso Lima, hoje no Expresso com a devida vénia)
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