Garante o Jornal I que "a partir de Setembro a prestação do empréstimo da casa vai ficar mais cara para as famílias cuja revisão do contrato ocorra no próximo mês. Embora as taxas Euribor tenham caído nas últimas cinco sessões, a descida não deverá ser suficiente para evitar o aumento da prestação do crédito à habitação. Em Agosto, a média mensal da Euribor a seis meses - o principal indexante utilizado no crédito à habitação em Portugal - fixou-se nos 1,149%, enquanto a média da Euribor a três meses, taxa utilizada em alguns contratos mais recentes, se situou nos 0,898% - apesar de o mês ainda não ter terminado. "As Euribor estão a subir desde Abril, o que, de certa forma, significa que as taxas já bateram no fundo e a tendência poderá ter-se invertido", adiantou Filipe Garcia, economista da IMF, em declarações ao i. "Ainda assim penso que a subida será moderada", acrescentou. De acordo com os cálculos feitos pelo i, os empréstimos à habitação revistos em Setembro (com base na média mensal de Agosto) vão subir mais de nove euros. No caso de um crédito à habitação de 100 mil euros a 30 anos, indexado à Euribor a seis meses e acrescido de um spread de 1%, a prestação até agora era de 367,87 euros (sem contabilizar outras comissões). Com a subida da Euribor, o mesmo empréstimo vai passar a ter uma prestação mensal de 377,11 euros, ou seja, um aumento de 9,24 euros. Esta é a maior subida da prestação da casa desde Outubro de 2008, altura em que se verificou o último aumento para empréstimos indexados à Euribor a seis meses, antes do início do ciclo de descidas que levou as taxas interbancárias a atingirem níveis historicamente baixos. Apesar desta subida, alguns economistas ainda mostram reservas em falar numa inversão do ciclo que se tem verificado nos últimos quatro meses."Ainda é muito cedo para falar numa inversão de tendência nas taxas de Euribor, mas é certo que tem havido factores que têm contribuído para esse ligeiro aumento e levado as taxas de curto prazo a níveis de Agosto de 2009", explicou Cristina Garcia Gil ao i. A directora da área de taxa fixa do Banif Investimento destacou alguns desses factores: "Na Europa temos observado alguns dados positivos, como os últimos números económicos da Alemanha ou os testes de stresse do sistema bancário europeu, que têm dado conforto ao mercado. Mas ainda estamos longe de uma normalização do mercado monetário, o que implicaria uma inversão para um ciclo de subidas mais sustentado." No início do mês, o Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa de juro de referência em 1% e tudo leva a crer que mais mexidas só para o ano. Pelo menos é esta a convicção do mercado. Para já os portugueses terão de se começar a preparar para a subida de juros. É que, "embora seja ligeira, em conjunto com as medidas de austeridade - subida do IVA, aumento da taxa de retenção da fonte, incremento da inflação e salários congelados -, acabam por retirar poder de compra às famílias e ter um impacto maior", concluiu Filipe Garcia”. Veja aqui o video da TVI sobre esta notícia.
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