"Guerras" e discrição
A reboque de declarações de Passos Coelho sobre o JM o DN do Funchal, inevitavelmente tinha que surgir uma vez mais a terreiro - respondendo a Brasão de Castro - em vez de manter, penso eu, a atitude discreta que em determinados momentos se recomenda. Não tenho rigorosamente nada a ver com estas "guerras", nem com situações mais ou menos complicadas nas empresas, tenho uma opinião muito pessoal sobre a comunicação social, conheço a sua realidade em termos de agravamento das receitas devido a quedas na publicidade ou nas assinaturas, tudo por causa da crise, estou consciente da ameaça de despedimentos, conheço também muitos aspectos sobre os quais não se fala, porque não convém. Mas não julgo que seja tempo para hipocrisias. Por exemplo a última edicão do Tribuna da Madeira, no espaço do ex-jornalista do DN do Funchal, Juan Fernandez, publica um cartoon que não deixa de convidar à reflexão. É que, depois, pela insistência na abordagem do assunto, incluindo por via de terceiros, em torno dos quais se levantam muitas dúvidas quanto à sua seriedade, fica-se sem saber se a realidade empresarial é que é determinante para tomadas de posição repetitivas e precipitadas. Afinal, para que se dissipem de uma vez por todas as dúvidas - e sobre estes negócios não sei rigorosamente nada - estiveram ou não em negociações com o Governo Regional para manter os dois jornais sob uma gestão comum, assente num modelo empresarial "privado" mas sustentado por uma significativa verba anual a ser paga pelo orçamento regional? Julgo que com mais discrição, por vezes se consegue mais, ainda por cima num processo que está a ser conduzido há uns meses a esta parte para um determinado desfecho. Isto leva-me a uma outra questão, a atribuição dos subsídios governamentais às rádios locais - assunto que o PS tem suscitado politicamente - escondendo indicadores que são fundamentais:quais as rádios que recebem esses subsídios atribuídos como contra-partida pela ocupação de espaços publicitários? Qual o valor dos subsídios e se o mesmo é igual para todos? Quantos funcionários, efectivos, contratados ou avençados, tem cada uma dos quadros das rádios beneficiadas? Qual o período de emissão de cada uma das rádios e finalmente qual a posição em termos de audiência de cada uma delas nu universo regional e/ou concelhio? A ideia é saber se alguém é discriminado.
Sem comentários:
Enviar um comentário