Registo e agradeço ao Sancho Gomes do Conspirações, pelo facto de ter despoletado um assunto que na realidade vale o que vale. A questão de informação reservada é conversa da treta. Não há informação reservada no parlamento. E a prova disso é que todos os deputados sabem que recebem toda a informação, 90% ou mais dela, em ofícios assinados por mim no exercício de outras funções que nada tem a ver com a liberdade, que nunca prescindirei, de ter o meu blogue. O problema é que se confunde uma função profissional, que depende apenas e só de uma decisão do Presidente do parlamento, função essa que tem um contexto e uma determinada amplitude e contexto, com o facto de eu ser, e sou, dirigente político. E darei, sempre que me apetecer, informações relacionadas com o PSD, desde que a elas tenha acesso - reconheço que não tenho acesso a todas. Alguém duvida que não conheço as propostas que o PSD vai apresentar em matéria de alteração ao regimento? Mas o que é que eu tenho a ver com o facto dessa proposta não ter sido ainda apresentada? Ela não tem sido debatida noutro contexto que nada tem sequer a ver ainda com a Assembleia Legislativa? Porque se confundem as coisas? Informação privilegiada ou classificada? Na Assembleia Legislativa? Desconheço. Mas também não tenho que saber tudo. Será que se referem aos documentos distribuídos pela Presidência aos partidos e que imediatamente chegam às redacções dos jornais? O parecer da procuradoria-geral da Republica que, pelos vistos, por não ser favorável aos partidos já não chegou a lado nenhum? Mas a partir do momento em que é distribuído se quisesse dá-lo a conhecer aqui alguma cosia me impedia? Não é o mesmo que se passa com os acórdãos do Tribunal de Contas ou Constitucional colocados online nos sites? Se eu usasse informação reservada, com base na interpretação que alguns querer dar a este conceito... Tal como não me importa rigorosamente nada que os deputados usem os seus blogues pessoais para divulgarem actividade partidária, incluindo cartas pessoais, ou exprimirem opiniões que podem até ser ataques pessoais. E iniciativas partidárias que entregues a uma funcionária que se limita a fazer o registo de entrada da correspondência, são logo divulgadas em conferência de imprensa, em comunicados ou em blogues, sem que o Presidente da Assembleia, a quem cabe a admissão dos diplomas, deles tenha tomado conhecimento? Será isso um procedimento correcto? Recentemente, por exemplo, um partido distribuiu aos meios de comunicação social o texto de uma pergunta dirigida a um membro do Governo Regional. O Gabinete da Presidência, incluindo eu próprio, fomos contactados por meios de comunicação social que pretendiam perceber do que se tratava, quando esse documento nem tinha ainda chegado à Presidência da Assembleia e muito menos seguido para o destinatário. E as dezenas de perguntas que quase todos os dias passam pelo Gabinete com os deputados a pedirem informações a entidades externas? E outras prerrogativas regimentais ao dispor dos deputados? Alguém me viu porventura uma vez que fosse usá-las? Obviamente, porque sei estar, sei o que faço, sei o quadro deontológico que tenho que impor a mim próprio. Portanto, depois de 10 anos numa função não seria agora, só porque aparece um indivíduo que resolve lançar a suspeição sobre tudo e todos, que mudarei a minha postura. Este blogue é um espaço pessoal que eu continuarei a usar quando entender. A mim não me dá lições, nem de ética, nem de seriedade, nem de coerência. E se pensa que me ofende quando me chama de funcionário engana-se. Porque funcionários são todos os que trabalham para o Estado, e que por ele são pagos, incluindo os deputados e os funcionários de partidos, pagos pelo erário público, todos sem excepção. Julgo que um funcionário é, basicamente, alguém que trabalhou sempre para terceiros. E qual é o problema? Quem me dera ser empresário de sucesso porque não andaria a aturar isto, de certeza absoluta. Não meu caro Sancho, tudo isto tem a ver com questões políticas e partidárias, e começou desde que escrevi aqui, e mantenho, que andavam no PS a "fazer a cama" ao João Carlos Gouveia", graças a estratégias montadas e que têm as regionais de 2011 como horizonte. Informação privilegiada? Isto? É a minha opinião. Provavelmente não sei se será a de João Carlos Gouveia. Encontrei contudo uma solução, porque acho que não me posso, nem devo, por opção pessoal, envolver-me em guerras pessoais, que valem o que valem, e que normalmente acabam por arrastar as pessoas para excessos e a cometer injustiças opinativas das quais se arrepende. Resolvi ignorar - é esse o termo - ignorar o blogue do referido deputado CP, que pode por isso continuar a dizer o que diz, a comentar da forma que faz, a emitir juízos de valor sobre a minha pessoa (ofendeu-se em tempos quando um blogue insinuou situações que o envolviam) que não responderei. Se for para discutir política, faço com quem for preciso, num quadro de livre expressão e de respeito pelo pensamento de cada um. Para entrar pelos caminhos da ofensa, da insinuação, da suspeição e da deturpação, obviamente que não posso aceitar. Por respeito a mim próprio, a quem me educou e aos mais de 200 mil visitantes que por aqui passaram.
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