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sábado, março 15, 2025

Portugal é um dos países mais centralistas da OCDE

Excerto do relatório "Centralismo: Todos os caminhos vão dar a Lisboa":

“A forma mais comum de medir o grau de centralismo de um país é analisar a parcela da despesa pública destinada a níveis de governo subnacionais (regiões e municípios). Quanto menor essa parcela, maior a concentração de poder e recursos no governo central, indicando um maior nível de centralismo. Portugal destaca-se como sendo um dos países mais centralistas na OCDE, sendo que apenas 15% da despesa pública é realizada ao nível local ou regional. Este valor inclui a despesa das duas regiões autónomas – se considerássemos apenas Portugal continental, o valor da despesa pública gerida ao nível subnacional seria ainda mais baixo. Grande parte dos países do leste europeu, que apresentam menor dimensão territorial ou populacional do que Portugal, são mais descentralizados. Ou seja, a justificação de que Portugal é um país pequeno e de que não há necessidade de descentralizar o processo de decisão não parece ser coerente com a experiência de outros países. A Suíça, outro país de pequena dimensão, é um bom exemplo dessa incongruência, uma vez que 62% da sua despesa se efetua ao nível local ou regional” (fonte: Instituto +Liberdade, + Factos)

sexta-feira, julho 15, 2022

Estudo OCDE: Portugueses confiam cada vez menos no Governo

 

Um estudo da OCDE conclui que os portugueses dão nota negativa ao governo. Um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico indica ainda que os cidadãos também atribuem pouco crédito ao Parlamento e aos partidos políticos. A polícia é a instituição em que os portugueses têm mais confiança, seguida das câmaras municipais e da comunicação social.

quinta-feira, junho 23, 2022

“Os portugueses ficam demasiado tempo no sistema educativo. Chegam muito tarde ao mercado”, diz OCDE

As empresas têm um papel fundamental na formação, considera a OCDE. No entanto, em Portugal, apesar de haver uma obrigação legal, apenas 16% das empresas dá, realmente, formação às suas pessoas. São as pessoas com maiores habilitações e mais competências que continuam a investir na formação contínua ao longo da vida. É uma tendência nos países da OCDE, mas em Portugal o problema é mais fundo. “As pessoas em Portugal ficam demasiado tempo no sistema educativo. Chegam muito tarde ao mercado de trabalho, em vez de ver o local de de trabalho como um local de aprendizagem contínua, onde se continua a expandir a carreira”, diz Andreas Schleicher, diretor para a educação e competências da OCDE, durante a apresentação do relatório “Estado da Nação sobre Educação, Emprego e Competências em Portugal”, de 2022, elaborado pela Fundação José Neves (FJN) e divulgado esta terça-feira. As empresas têm um papel fundamental a assumir neste campo. No entanto, a aposta das empresas na formação dos seus colaboradores continua baixa, revela o “Estado da Nação”. Em Portugal, apesar de haver uma obrigação legal, apenas 16% das empresas dá, realmente, formação às suas pessoas. “Precisamos também de um aumento muito significativo desses rácios”, alertava Carlos Oliveira, presidente executivo da Fundação José Neves, em conversa com a Pessoas.

terça-feira, maio 24, 2022

Portugal é um dos países da OCDE que dão maior benefício fiscal a quem tem filhos


Em dez países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a carga de IRS enfrentada por um casal, em que apenas um leva salário para casa, com dois filhos, é menos de metade da fatura que é exigida a um contribuinte solteiro, sem dependentes. Segundo o relatório ‘Taxing Wages 2022’ – divulgado pela OCDE esta terça-feira, dia 24 –, Portugal é um deles, a par com a República Checa, Alemanha, Hungria, Luxemburgo, Polónia, Eslováquia, Eslovénia, Suíça e Estados Unidos. Segundo a OCDE, não há diferença em onze territórios: Austrália, Chile, Colômbia, Costa Rica, Finlândia, Israel, Lituânia, México, Nova Zelândia, Noruega e Suécia – e no Chile, Colômbia e Costa Rica, nem o solteiro nem o casal pagaram imposto sobre o rendimento das pessoas singulares em 2021.

A diferença entre a taxa de IRS paga por contribuintes com filhos e a que recai sobre contribuintes solteiros sem dependentes continuou, no ano passado, a ser uma das mais altas da OCDE, que calculou a carga fiscal sobre o trabalho em 38 economias. Nos agregados com dois filhos, em que apenas um tem rendimentos do trabalho, o Estado cobrou 6,7% de IRS, em média, enquanto ao solteiro foram exigidos 17%. Entre 2009 e 2021, a carga fiscal do trabalhador solteiro médio aumentou 5,3 pontos percentuais em Portugal.

quarta-feira, julho 08, 2020

Países da OCDE com desemprego nos 9,4% este ano acima de nível na crise de 2008

A taxa de desemprego nos países da OCDE atingirá os 9,4% em 2020, um nível superior àquele verificado na crise financeira de 2008, devido à pandemia de covid-19, podendo agravar-se com novos surtos, divulgou a organização. O nível de desemprego no conjunto dos países da OCDE no final deste ano “será pior” que o registado durante crise financeira de 2008, adverte a Organização para o Comércio e Desenvolvimento Económico (OCDE) no último relatório sobre a evolução do mercado de trabalho. A OCDE calcula que o emprego cairá, em média, 4,09% no final deste ano nos países que fazem parte da organização e que essa percentagem poderá aumentar para 4,98% se houver uma segunda vaga da pandemia. A taxa de desemprego da OCDE, que era de 5% em fevereiro deste ano, antes dos primeiros efeitos dos confinamentos nos países serem sentidos, aumentou para 8,4% no mês de maio, uma décima acima do pico registado na crise financeira global de 2008-2009.

quinta-feira, abril 11, 2019

Relatório da OCDE recomenda políticas de protecção da classe média

Para uma maior igualdade dos sistemas socio-económicos, diz a OCDE que as políticas precisam de olhar mais e melhor para os trabalhadores e famílias de classe média diante dos cada vez mais prementes desafios económicos. A classe média é a mais importante para o crescimento económico. Com os rendimentos a crescerem pouco e o custo de vida a subir, em muitos países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico este estrato social está a ser negligenciado. Um estudo revela que nos últimos 30 anos diminuiu 3%. Numa realidade assim, a classe alta ganha mais influência no sistema político mas há outras consequências. Em Portugal, a maioria da população está na classe média. A percentagem dos mais desfavorecidos e dos que tem rendimentos mais altos é significativa mas não sustenta o problema, que é os gastos das famílias continuarem a ser mais altos que os salários. Entre 2005 e 2015, o estudo da OCDE revela um aumento de salários de 0,6%, mas para um crescimento nos gastos de 6,6%. Com as famílias a gastarem mais do que ganham, as perspetivas de emprego que são cada vez mais instáveis, e com a habitação a ser três vezes mais cara que o rendimento médio, os resultados são uma redução da capacidade de economizar e em muitos casos o sobreendividamento, mas também uma classe média espremida e sob grande pressão. Mas o relatório lança também apelos aos governos, como uma melhor proteção social e um melhor e maior acesso aos serviços públicos. Para resolver problemas de custos de vida, a redução de impostos é sempre uma ajuda e, em relação à habitação, o alívio de hipotecas ou o apoio financeiro a empréstimos. O investimento deve focar-se nos sistemas de ensino e na formação vocacional, na resposta ao empregos cada vez mais temporários ou instáveis.

sexta-feira, abril 05, 2019

Santos Pereira: Governo quis censurar palavra "corrupção" em relatório

Álvaro Santos Pereira confirmou que o governo tentou eliminar as referências à corrupção do relatório da OCDE sobre Portugal. O diretor de estudos da OCDE e antigo Ministro da Economia do governo de Passos Coelho foi ao Parlamento dizer que, na sequência dessa pressão, o relatório final da OCDE suavizou as referências à corrupção em Portugal. Santos Pereira defendeu que foi por causa da corrupção e do compadrio que o país quase entrou na bancarrota. De viva voz, mais de um mês depois da apresentação do relatório da OCDE sobre Portugal na qual não marcou presença, Álvaro Santos Pereira confirma que o capítulo sobre a corrupção causou incómodo ao Governo. Houve mesmo preocupações expressas ao próprio secretário-geral da OCDE. Os relatórios da OCDE, garante o antigo Ministro da Economia de Passos Coelho, não são de um homem só, mas sim feitos por equipas e mais tarde validados pelos diferentes países. Por pressão do Governo, assegura, as referências à corrupção em Portugal foram suavizadas, embora se tenham mantido. Álvaro Santos Pereira diz que Portugal está acima da média da OCDE quanto a percepção das pessoas sobre corrupção. O atual diretor de estudos da OCDE acusou o governo e também o parlamento de pouco empenho na luta contra a corrupção em Portugal.

terça-feira, outubro 28, 2014

OCDE quer menos polícias, menos professores e turmas com mais alunos

Li no Dinheiro Vivo que "o Estado reduziu em 8% o número de funcionários públicos desde 2012, mas para a OCDE ainda é pouco. No Economic survey, apresentado ontem, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico diz que há margem para apertar mais nas forças de segurança e na educação. Depois de todo o aperto nas admissões, do corte nos contratados, das rescisões por mútuo acordo e das passagens à mobilidade especial, a organização insiste em dizer que "existem evidências de emprego em excesso em áreas específicas". Uma delas é a das forças de segurança, onde a OCDE contabiliza "mais de 450 polícias por 100 mil habitantes" - o segundo valor mais elevado da Europa. O Ministério da Administração Interna responde que os países do sul têm um rácio mais elevado, mas registam igualmente um índice de criminalidade reportada inferior. Salientando que muitas vezes os dados não são diretamente comparáveis, o Governo nota que "o número dos efetivos das forças de segurança está a diminuir desde 2008", adiando ainda que "não está planeado qualquer programa de requalificação". Os dados mais recentes apontam para que no final de junho existissem 437 forças de segurança (incluindo PSP, GNR, Polícia Municipal e outras forças de segurança) por 100 mil habitantes. No final de 2011, este rácio era de 461.
Turmas maiores
Angel Gurría aponta ainda baterias ao tamanho das turmas. "A média de alunos por turma é pequena", afirma, acrescentando que este é um fator menos relevante para a qualidade do ensino do que a preparação do professor. Em Portugal, a legislação permite que as turmas tenham até 30 alunos, número que, segundo relatórios anteriores, apenas é suplantado pelo Japão e Coreia do Sul (32 alunos). No estudo Education Indicators in Focus, a organização refere o esforço feito por vários países e que "turmas de dimensão mais pequena são muitas vezes um critério dos pais para a escolha da escola" porque "permitem aos professores passarem mais tempo com cada aluno". Argumento semelhante é o do presidente da Federação Nacional da Educação: "A qualidade dos processos de ensino e de aprendizagem é maior com turmas por exemplo de 20 alunos do que com 30 alunos".
Economia desilude
A OCDE é a organização mais pessimista sobre as perspetivas para a economia portuguesa em 2014 e 2015, apontado para crescimentos de 0,8% e 1,3% - afastando-se assim da meta de 1% do Governo para 2014 e de 1,5% para o ano que vem. Além disto prevê que o défice e a dívida se comportem de forma mais negativa do que espera o Executivo. Boas notícias só mesmo do lado do consumo privado e das exportações. Ainda assim, Gurría não poupou elogios às reformas adotadas nos últimos três anos e diz mesmo que até 2020 ajudarão o PIB a crescer 3%.
IVA mantém-se a 13%
O relatório sugere também a eliminação da taxa intermédia do IVA (13%) e a redução dos bens abrangidos pela taxa de 6%. Mas na conferência de imprensa conjunta de apresentação deste Economic survey, a ministra das Finanças foi clara: "Neste momento não tencionamos fazer mais reformas fiscais".
Teto para apoios
Nas prestações sociais, a OCDE vai ao encontro do OE 2015, sugerindo a adoção de um patamar máximo para os apoios sociais. Este mecanismo, refere, permite "reforçar a monitorização", impedir a sua duplicação e limitar a fraude. Este redirecionamento dos apoios deverá resultar na libertação de verbas para os mais pobres. Neste contexto defende a subida do limiar de valor do rendimento social de inserção, "a última linha de apoio" num país onde 40% dos desempregados vivem abaixo do limiar de pobreza. No subsídio de desemprego defende que a sua duração deixe de estar indexada à idade do beneficiário. À semelhança do aviso que já tinha partido de Bruxelas, também a OCDE levanta dúvidas quanto aos efeitos do anunciado aumento do salário mínimo nacional (SMN) para os 505 euros. A organização presidida por Angel Gurría alerta que "com baixo crescimento da produtividade em Portugal há o risco de o SMN poder vir a aumentar a desigualdade em vez de a diminuir". E alerta que a medida pode mesmo "levar a perdas de emprego significativas".

segunda-feira, outubro 06, 2014

Panorama das Regiões da OCDE 2014

"As disparidades entre regiões ao nível dos rendimentos aumentaram na maioria dos países da OCDE nas últimas décadas; a crise pouco fez para alterar esta tendência. Nos casos em que as disparidades diminuíram, tal ficou geralmente a dever‑se aos fracos resultados nas regiões mais ricas, e não ao crescimento nas regiões mais pobres. A crise veio igualmente acentuar as disparidades ao nível do desemprego entre as várias regiões.
A mudança da injeção de liquidez para a consolidação ocorrida após a cries provocou cortes profundos no investimento público, que registou uma queda de 13% em termos reais em toda a OCDE entre 2009‑12. Cerca de 72% do investimento público são geridos por governos subnacionais (GSN), o que criou um desafio particularmente difícil para as regiões e localidades. Apesar de os cortes no investimento terem ajudado a proteger os serviços correntes e as transferências, correm o risco de prejudicar o crescimento e a prestação de serviços no futuro.
As pressões orçamentais têm também sido um dos fatores impulsionadores de um número crescente de reformas da governação subnacional. Estas foram, em parte, motivadas por uma necessidade de obter economias de escala e outras poupanças de custos, sendo também uma forma de delegação de responsabilidades adicionais.
A crise veio sublinhar as limitações das avaliações do progresso social sob uma perspetiva meramente económica, tendo sublinhado a necessidade de medidas mais alargadas em termos do bem‑estar. Contudo, há que entender e abordar o bem‑estar ao nível regional. As disparidades no que respeita a medidas de bem‑estar de índole não pecuniária são, muitas vezes, maiores entre regiões de um mesmo país do que entre países diferentes; são também extremamente estáveis ao longo do tempo. Os países com disparidades rmais profundas no acesso ao ensino, ao emprego e aos serviços principais são também aqueles que registam globalmente níveis mais baixos de bem‑estar.
Os esforços com vista ao crescimento têm incidido cada vez mais nas cidades enquanto motores de crescimento potenciais mais importantes para a maioria das economias da OCDE. Globalmente, as cidades são mais produtivas e a sua vantagem em termos de produtividade aumenta com a dimensão da cidade. As grandes cidades normalmente estimulam o crescimento nas regiões que as rodeiam, num raio de distância que pode atingir os 200‑300 quilómetros. As cidades de menor dimensão, contudo, podem ganhar em termos de benefícios se estiverem ligadas a outras cidades, utilizando a conetividade como uma espécie de substituto para a dimensão.
Os benefícios em termos de crescimento e produtividade que resultam da urbanização não são automáticos: a forma como as cidades são geridas tem um impacto direto e importante no seu desempenho, bem como na qualidade de vida dos cidadãos. As ações das famílias e das empresas, bem como as interações entre os diversos níveis da política pública têm, normalmente, repercussões indiretas positivas ou negativas que são mais significativas nas cidades do que nas zonas de menor densidade populacional. Isto implica uma maior necessidade de coordenação das políticas entre setores, jurisidções e níveis da governação.
Such co‑ordination is often lacking: as políticas setoriais nacionais e subnacionais criam frequentemente incentivos contraditórios e não estão corretamente alinhadas entre os vários níveis da governação. A fragmentação horizontal ao nível municipal vem agravar o problema, em especial em zonas metropolitanas grandes mas politicamente fragmentadas. O Inquérito sobre Governança Metropolitana da OCDE destaca com grande relevo os custos da fragmentação da governança e chama a atenção para as vantagens de uma melhor coordenação das políticas à escala metropolitana – isto é, à escala de cidades definidas segundo padrões de assentamento e atividade económica, e não segundo fronteiras administrativas, muitas vezes antiquadas.
Principais implicações ao nível das políticas
O aumento das disparidades, a lentidão do crescimento e a falta de espaço de manobra no que diz respeito às políticas orçamentais e monetárias vêm sublinhar a necessidade de abordagens estratégicas eficazes que tenham devidamente em consideração as características locais. Primeiro, e mesmo dentro dos países individualmente, as barreiras ao crescimento variam consideravelmente de uma região para outra. Segundo, as políticas têm, cada vez mais, de prestar atenção às soluções de compromisso que podem ser obtidas entre objetivos diferentes, bem como às potenciais complementaridades entre esses objetivos que podem ser exploradas através de uma abordagem integrada. Essas soluções de compromisso e complementaridades refletem muitas vezes as condições específicas de determinados lugares e, muitas vezes, são mais visíveis – e passíveis de ser geridas – aos intervenientes regionais ou locais.
A geografia das políticas é importante: na identificação e promoção das ligações entre objetivos económicos, ambientais e sociais, os decisores políticos têm de olhar além das delimitações administrativas para considerarem a geografia real dos desafios que querem solucionar ‑ como, por exemplo, sucede quando é necessário resolver problemas envolvendo transportes públicos para toda uma área metropolitana, em vez de esses problemas serem resolvidos em separado por cada um dos municípios. O grau adequado de intervenção política depende do desafio que se pretende solucionar: as zonas de captação para as escolas serão diferentes das dos hospitais, e é possível que as autoridades dos transportes trabalhem com escalas diferentes das escalas das autoridades da saúde. Contudo, o número de níveis de governação não pode ser multiplicado infinitamente, e daí a necessidade de dados, ferramentas e instituições capazes de dinamizar a coordenação vertical e horizontal a escalas diferentes.
É particularmente importante a adaptação das políticas aos locais entre o meio rural e urbano. Uma vez que cerca de 78% da população rural da OCDE vivem perto de uma cidade, não faz muito sentido encarar os espaços urbanos e rurais como domínios diferentes. As políticas rurais e urbanas têm de ser integradas de forma mais aprofundada para poderem refletir as realidades dos locais onde são implementadas. As parcerias entre zonas rurais e urbanas podem ajudar a concretizar um desenvolvimento territorial mais integrado, maximizando as potenciais vantagens do mercado de trabalho, aspetos ambientais e outras ligações entre as comunidades urbanas e rurais.
As restrições ao investimento público obrigam os governos locais e regionais a fazer mais – e melhor – com menos. Foi com estas ideias em mente que o Conselho da OCDE adotou em março de 2014 uma Recomendação sobre o Investimento Público Eficaz entre os Níveis de Governação. Os princípios consignados na recomendação vão ajudar os governos a avaliar os pontos fortes e as fraquezas da sua capacidade de investimento público e a definir quais os aspetos prioritários a melhorar.
Os governos nacionais e regionais/estaduais podem ter um papel importante a desempenhar para fomentar o surgimento de soluções de governação metropolitana mais eficazes. Os obstáculos à ação coletiva são muitas vezes substanciais, e mesmo que todos os municípios de uma grande área urbana ou região possam vir a beneficiar da cooperação, é possível que nenhum deles tenha capacidade ou incentivos para assumir os custos da recolha da informação necessária, mobilização dos outros, etc.
Por sua vez, uma melhor governação das áreas metropolitanas tem de ser apoiada por um maior grau de coesão nas políticas para as cidades ao nível nacional. Tradicionalmente, as políticas urbanas nacionais explícitas, nos casos em que existiram, eram normalmente concebidas de forma estrita e centravam‑se nos problemas e não no potencial existente. Muitas outras vertentes da política, que têm implicações profundas para o desenvolvimento urbano, podem nunca ser vistas sob a perspetiva de uma “lente urbana”. Os governos que querem cidades verdadeiramente funcionais têm de criar uma visão muito mais alargada sobre política urbana, concebendo estratégias intersetoriais que procurem resolver de uma forma integrada os desafios que as cidades enfrentam"

quarta-feira, julho 09, 2014

OCDE condiciona subida de salários ao aumento da produtividade



O secretário-geral da OCDE diz que os salários só devem subir em Portugal quando aumentar a produtividade. Angel Gurria apresentou um relatório sobre a reforma estrutural de Portugal ao Presidente da República e ao primeiro-ministro. Apesar desta recomendação, Governo e Presidência querem avançar já com o debate da atualização do salário mínimo nacional com os Parceiros Sociais

 

domingo, junho 29, 2014

domingo, junho 02, 2013

Dívida pública portuguesa supera 132% do PIB em 2014



Li no Económico que a "OCDE é mais pessimista do que o governo e a troika sobre os cenários económico e orçamental. A dívida pública de Portugal deverá superar 132% do PIB no próximo ano, prevê a OCDE no capítulo dedicado ao país no relatório anual "Economic Outlook", hoje publicado. O valor é significativamente mais alto do que os 124% previstos pelo Governo e do que o limiar psicológico de 120% definido nos mercados após a segunda reestruturação de dívida da Grécia. Na origem do valor previsto pela organização sedeada em Paris está um cenário económico e orçamental mais pessimista face ao projectado pelas autoridades nacionais e da troika. Na frente económica espera que a contracção este ano ronde -2,7% (face aos -2,3% previstos pelo Governo e pela troika) e que a recuperação no próximo ano seja apenas de 0,2% (face aos 0,6% do Governo e da troika). Na frente orçamental a instituição coloca em 6,4% do PIB a previsão para o défice orçamental este ano e em 5,6% em 2014, valores significativamente acima dos 5,5% e 4% definidos pela troika na sétima avaliação. A OCDE não conta, contudo, com medidas de consolidação ainda não apresentadas e implementadas, o que exclui o Orçamento Rectificativo e o pacote de cortes permanentes de despesa em 2014. Mesmo contando com este efeito da austeridade adicional, as previsões publicadas hoje indiciam que o rácio de dívida se encaminha para valores que rondam 130% no próximo ano. Segundo dados do Banco de Portugal, o peso da dívida na economia - uma medida de sustentabilidade - atingiu 127% do PIB no final do primeiro trimestre deste ano. Para a troika, o rácio elevado é um factor limitativo de cedências maiores nas metas nominais do défice orçamental"

Análise aos números da OCDE apontam para uma recessão superior à prevista



A previsão da OCDE agrava números do Governo e meta do défice é difícil de cumprir. O Governo desvaloriza e diz que há medidas que não estão contabilizadas