quinta-feira, setembro 11, 2025

Von der Leyen já afia a tesoura: Comissão Europeia prepara cortes grande revisão da estrutura executiva para 2026

A Comissão Europeia deverá concluir até ao início de 2026 um plano de reestruturação do seu braço executivo, com o objetivo de simplificar a sua complexa burocracia e torná-la mais eficiente e economicamente sustentável. A informação consta de documentos internos a que o jornal POLITICO teve acesso. Segundo estes documentos, o responsável pelo orçamento e pela administração pública da União Europeia, Piotr Serafin, foi encarregado de realizar uma “revisão em grande escala da organização e funcionamento da Comissão, acompanhada de um exercício de benchmarking externo”. O objetivo é criar uma “administração pública moderna e eficiente, capaz de cumprir as prioridades políticas”, ao mesmo tempo que consegue lidar com “a volatilidade como nova normalidade” e reduzir tanto a complexidade como os custos sempre que possível.

Dois altos funcionários da Comissão, que falaram sob anonimato devido à sensibilidade do processo, afirmaram que estão a ser estudados modelos alternativos de organização, incluindo a possibilidade de fundir departamentos para agilizar a estrutura. A previsão é que, até ao final de 2026, o executivo europeu consiga eliminar “processos desnecessários” e promover “trabalho mais colaborativo”, depois de uma avaliação detalhada das funções de cada área. Um grupo externo de alto nível será constituído ainda este outono para aconselhar sobre o processo, com a entrega final da revisão prevista para o final de 2025 ou início de 2026.

A Comissão Europeia, responsável pela execução da maioria das funções administrativas diárias da UE, emprega cerca de 32 mil pessoas em todos os níveis da burocracia. Desde que assumiu o cargo em 2019, a presidente Ursula von der Leyen tem procurado centralizar o fluxo de decisões na sede da Comissão em Berlaymont, permitindo uma reação mais rápida a eventos e crises, como a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Piotr Serafin foi inicialmente designado para liderar a revisão no início do novo mandato, e a antiga secretária-geral da Comissão, a irlandesa Catherine Day, foi nomeada como assessora especial para supervisionar o processo. Nos últimos anos, a complexidade da Comissão aumentou, com a responsabilidade de desenvolver e implementar políticas-chave dividida entre as diretorias-gerais tradicionais e o secretariado-geral central, diretamente controlado por von der Leyen (Executive Digest, texto do jornalista Pedro Zagacho Goncalves)

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