Depois da Alemanha, também França anunciou medidas
no serviço militar. Para os especialistas militares ouvidos pela CNN Portugal,
são "sinais relevantes de que a Europa está a mudar". O serviço
militar na Europa ganhou uma nova dimensão com o recente anúncio da França, que
pretende recrutar 50.000 jovens voluntários até 2035 devido às "crescentes
ameaças", e para o especialista militar da CNN Portugal, o major-general
Agostinho Costa, este desenvolvimento é mais um sinal de passámos de "um
contexto a priori pacífico para um momento onde admitimos guerra com a
Rússia".
Emmanuel Macron anunciou na semana passada que a partir do próximo ano os jovens maiores de 18 anos podem voluntariar-se para o serviço militar, onde terão dez meses de treino pagos nas forças armadas. Para Agostinho Costa, "Macron não é original nesta medida", referindo-se ao facto de a França estar a seguir aquilo que é o plano de outros países como a Alemanha de expandir o seu número de militares ativos para se preparar para um possível confronto direto com a Rússia.
"Estas medidas e declarações servem para ir preparando a mentalidade [dos europeus] para um cenário de aceitação de guerra", defende ainda o major-general. Mas são também "sinais relevantes de que a Europa está a mudar", acrescenta o tenente-general Rafael Martins. "Esta onda de preparação é, neste momento, um recalibrar daquilo que eram os dispositivos e a capacidade da Europa de se defender, não só de uma ameaça do Leste, mas outra ameaça que eventualmente surja", sublinha.
Sobre se o anúncio francês pode influenciar Portugal quanto a uma eventual alteração ao serviço militar, Rafael Martins lembra que "há uma reflexão que tem vindo a ser realizada nos últimos meses (...), relativamente àquilo que seria o serviço militar obrigatório", mas que "isso não criou atração". No entanto, afirma que política e socialmente "há uma maior aceitação (...) para a valorização daquilo que é ser militar". O tenente-general crê que há pela parte de Macron e de outros países europeus "uma necessidade de ter mais efetivos para que a Europa tenha maior capacidade de dissuasão àquilo que sejam tentações da Rússia em continuar a sua progressão para o Ocidente" (CNN-Portugal)

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