A PSP alerta a população para não fornecer dados pessoais considerados intransmissíveis e suspeitar sempre de quaisquer solicitações que tenham urgência, pressionando a um pagamento/transferência imediato. A Polícia de Segurança Pública (PSP) alerta a população para os nove métodos mais utilizados de burla por telefone, segundo um comunicado. De acordo com a PSP "foram identificados nove métodos diferentes, que têm sido os mais utilizados na concretização desta prática criminal, e que correspondem a burlas, única e exclusivamente, praticadas através de telefone".
1.Burla “Olá pai / Olá mãe” – ao fazerem-se passar por familiar (normalmente filho), por mensagem via WhatsApp, solicitam pagamento para arranjar o telemóvel partido, para comprar um novo ou simplesmente para pagar uma suposta despesa inopinada e urgente. Homem detido por suspeitas de burla "Olá Mãe, Olá Pai"
2.Falso arrendamento – perante um anúncio de arrendamento, a um preço bastante mais atrativo do que o habitual no mercado, é solicitado à vítima o pagamento do “sinal” do arrendamento fictício.
3.Pagamento por MB Way – normalmente são desencadeados na sequência de um anúncio online de venda de um artigo, em que o burlão solicita que o pagamento seja efetuado por MB Way, dando ele próprio as instruções para o efeito, levando a que a vítima lhe forneça os códigos de acesso ao levantamento num ATM da quantia estabelecida no negócio.
4.Oferta de Emprego/Trabalho – é oferecido um emprego com ordenado atraente ou numa empresa conceituada, podendo a burla ocorrer das seguintes formas:
a. Oferta de trabalho – em que o burlão anuncia o suposto emprego, normalmente no estrangeiro ou longe de casa, e solicita à vítima pagamento referente a despesas processuais;
b. Anúncio da vítima a oferecer a prestação de serviços – em que o burlão oferece uma proposta de trabalho à vítima, normalmente longe de casa, arranjando-lhe um alojamento e pedindo-lhe um valor de “sinal”;
c. Oferta de emprego online (Pig Butchering) – em que o burlão anuncia o suposto emprego totalmente online (p. ex.: gostar de vídeos na aplicação YouTube), pagando à vítima pelas tarefas cumpridas, chegando a uma fase em que solicita à vítima que pague um valor pela tarefa que lhe irá ser conferida, com a promessa de que o valor que lhe será retribuído será muito superior.
5. Falso empréstimo – é anunciada uma empresa de crédito onde é indicado um contacto telefónico e/ou um endereço eletrónico. No primeiro contacto, o burlão solicita a documentação do requerente (vítima) e, em seguida, alega que o requerente terá de pagar algumas taxas para concluir o processo, tais como, seguros, pagamentos de formulários, imposto de selo, etc., informando que o depósito do valor do empréstimo demorará alguns dias a ficar disponível na sua conta.
6. Compra e venda de viaturas – é colocado estrategicamente pelo burlão um anúncio em plataformas online de compra e venda de viaturas, a um preço bastante mais atrativo que o habitual no mercado, e, quando a vítima responde a esse anúncio, a burla pode ocorrer das seguintes formas:
a. Falso transportador – o burlão solicita pagamento à vítima, para fazer face a despesas de transporte da viatura ou para resolução de problemas alfandegários;
b. Negócio através de intermediário – o burlão cria várias contas nas diversas plataformas online de compra e venda de viaturas, colocando anúncios clonados de viaturas apelativas das quais não é proprietário, a um valor manifestamente inferior ao solicitado pelo legítimo proprietário.
7. Falso funcionário – o burlão apresenta-se como funcionário de uma instituição credenciada, fazendo-o através de um contacto telefónico, um site falso, um e-mail ou uma mensagem escrita, podendo a burla, por via de chamada telefónica, ocorrer das seguintes formas:
a. Falso Polícia – o burlão faz-se passar por um agente da autoridade (PSP, GNR, PJ, AT), fazendo crer à vítima de que tem coimas pendentes ou que está ligada a uma qualquer atividade ilícita, propondo-lhe de imediato o arquivamento ou suspensão dos processos após o pagamento de determinada quantia monetária;
b. Falso Veterinário – o burlão identifica-se como veterinário municipal a um particular que colocou nas redes sociais o desaparecimento de um animal, fazendo crer à vítima que o animal foi atropelado e que foi assistido pelo veterinário, exigindo o pagamento daquele serviço para que a vítima possa reaver o animal;
c. Falso Inspetor da ASAE – o burlão contacta um estabelecimento, identificando-se como Inspetor da ASAE e avisa o lesado que o seu estabelecimento irá ser alvo de uma fiscalização, convencendo-o da existência de uma irregularidade, propondo-lhes de imediato cancelar a fiscalização mediante o pagamento de determinada quantia monetária;
d. Falso Bancário – através da clonagem do contacto geral da instituição bancária (Spoofing), o burlão faz crer à vítima que a sua conta bancária está a ser utilizada de forma suspeita, sendo necessária autorização do cliente para cancelar esse procedimento, levando a vítima a aceder a um link para o efeito;
e. Falso Funcionário da Microsoft – o burlão contacta a vítima e alerta-a de que foi alvo de um ataque informático por parte de hackers ou de um vírus, prontificando-se a ajudar a resolver a situação, solicitando que a vítima instale um alegado software de assistência remota, dando permissão da sua utilização e acesso ao seu computador ao burlão. De seguida, é solicitado à vítima o pagamento do serviço, levando a mesma a introduzir as suas credenciais de acesso ao homebanking.
f. Falso Funcionário de Operadora Telefónica – o burlão contacta a vítima, informando-a que tem um valor em dívida ou em crédito, ou apresentando a promoção de um telemóvel topo de gama a baixo custo, levando a vítima, numa situação ou noutra, a efetuar transferência bancária para adquirir o equipamento.
8. Falso SMS de dívida – é enviado um SMS para a vítima alegando que a mesma tem uma dívida ativa de um qualquer serviço, devendo efetuar o pagamento sob pena do serviço ser cortado, fornecendo na própria mensagem os dados de pagamento (entidade e referência).
"Tem dívidas à Segurança Social": recebeu esta mensagem? Cuidado, pode ser burla
9. Falso CEO – CEO Fraud – consiste num contacto no qual o burlão se faz passar por um responsável de uma empresa ou organização, solicitando a um funcionário dessa mesma empresa ou organização que proceda a um pagamento, ao envio de algum tipo de informação sensível, ou à alteração de dados bancários.
A PSP alerta a população para não fornecer dados pessoais considerados intransmissíveis e suspeitar sempre de quaisquer solicitações que tenham urgência, pressionando a um pagamento/transferência imediato. As pessoas devem evitar fazer qualquer transferência monetária, principalmente para o nome de outra pessoa que não daquela com quem se está a estabelecer o negócio e suspeitar de qualquer transação aparentemente bastante rentável e vantajosa, segundo a PSP.
A população não deve efetuar quaisquer ações em aplicações que permitam a transferência de dinheiro se não se sentir familiarizado com o seu funcionamento e os procedimentos a adotar, indicou a PSP, sublinhando que se deve ter cuidado no caso de um número desconhecido a contactar, identificando-se como familiar ou amigo, devendo colocar-lhe questões que apenas o próprio soubesse responder (PSP e Lusa)
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