Apresentados os
relatórios relativos ao primeiro semestre das sociedades anónimas desportivas
que gerem o futebol de F. C. Porto, Benfica e Sporting, com fortes reflexos da
pandemia que tirou o público dos estádios ao longo dos últimos meses,
constata-se que são as receitas das competições europeias a fazer a diferença.
Os dragões encaixaram 55
milhões com a Champions, mais 43 milhões em transações de jogadores, e isso
garantiu-lhes o melhor resultado, a caminho da saída do programa de fair-play
financeiro da UEFA. Na Luz, valeram as vendas de jogadores, sobretudo a de
Rúben Dias para o Manchester City. Em Alvalade, o semestre deu prejuízo, mas há
boas perspetivas no horizonte.
Eis os principais números a reter, com os valores em milhões de euros:
F. C. Porto SAD
Resultado líquido: 34,4
O aumento dos proveitos
com transações de passes de jogadores (43 M€) e Champions (55 M€) vale o
resultado positivo.
Receitas operacionais:
94,7
Apesar da quebra de
receitas ditada pela pandemia, a boa participação na Liga dos Campeões fez a
diferença.
Passivo: 497
Aumento de 45 M€ em
relação ao período homólogo do ano anterior, embora o ativo tenha subido de 300
para 380 M€.
A subir: Contas saem do
vermelho
Sem público nas bancadas
do Dragão, a SAD portista conseguiu inverter o resultado do primeiro semestre
de 2019/20 (51 milhões de prejuízo).
A descer: Dívida volta a
aumentar
É no passivo, corrente e
não corrente, que está o grande problema da SAD azul e branca: há quase 240
milhões de euros em empréstimos para pagar.
Benfica SAD
Resultado líquido: 8,2
Sem presença na
Champions, foi a transferência de Rúben Dias para o City (68 M€) que manteve as
contas à tona.
Receitas operacionais:
53,5
Descida de 47,5% face ao
período homólogo do ano passado, mas os 37 milhões em direitos TV amenizaram as
perdas.
Passivo: 425
Subida de quase 100 M€ em
relação ao período homólogo, compensada pelo aumento do ativo de 487 para 594
M€.
A subir: Vendas de jogadores
Mesmo sem a "bomba
João Félix " do exercício anterior, os 77,5 M€ em vendas fazem deste o 2.º
melhor semestre em rendimentos totais da SAD benfiquista.
A descer: Gastos
arriscados
Em ano de pandemia, a SAD
benfiquista gastou quase 100 M€ em jogadores. O equilíbrio da sociedade depende
da presença na próxima Champions.
Sporting SAD
Resultado líquido: -6,9
Quebra nas vendas de
jogadores e ausência da fase de grupos da Liga Europa justificam o resultado
negativo.
Receitas operacionais:
32,1
Quebra de 11,4 milhões de
euros ditada sobretudo pela redução das receitas de bilheteira, por efeito da
pandemia.
Passivo: 291
Descida de 6,8 M€ em
relação ao período homólogo, reforçando a tendência decrescente dos três
semestres anteriores.
A subir: Perspetivas positivas
A valorização do plantel
com a excelente época que o Sporting está a realizar e a presença quase certa
na próxima Champions irão equilibrar as contas.
A descer: Volume de
negócios
O volume de negócios da
SAD leonina sofreu uma quebra de 32% em relação ao período homólogo do
exercício anterior, ficando-se pelos 61,8 M€ (Jornal de Notícias, texto do
jornalista Nuno A. Amaral)
Sem comentários:
Enviar um comentário