domingo, março 28, 2021

ECO digital: “Bomba-relógio” das moratórias em sete grandes números

 



As moratórias bancárias estão em queda em Portugal. Ainda assim, o saldo de crédito que tem as prestações "suspensas" ascende a 45,6 mil milhões de euros, o que tem sido motivo de preocupação por poderem vir a representar uma "bomba-relógio". O peso destas moratórias é maior nas empresas, onde um euro por cada três emprestados pela banca está em moratória. Mas é também avultado junto das famílias: mais de 400 mil particulares tinham pelo menos um contrato em moratória no final de janeiro. Veja estes e outros grandes números das moratórias em Portugal:

45,6 mil milhões

Era o saldo em euros de empréstimos em moratória em Portugal no final de janeiro. O montante corresponde a mais de 20% de todo o crédito concedido pela banca às famílias e empresas. Portugal é o terceiro país europeu com mais crédito cujas prestações estão “suspensas”, o que tem deixado as autoridades apreensivas. Há uma (pequena) boa notícia, contudo: há quatro meses que as moratórias estão em queda, depois de ter atingido o pico de 48,1 mil milhões em setembro.

17,1 mil milhões

Era o saldo em euros de empréstimos à habitação em moratória em Portugal no final de janeiro. O pico foi atingido também em setembro (17,3 mil milhões) e estava a cair até dezembro. Entretanto, com a reabertura da janela do regime público a novas adesões, o valor voltou a subir em janeiro em cerca de 71 milhões de euros, o que significa que mais particulares sentiram ou antecipam dificuldades financeiras por causa do confinamento.

407,7 mil

Era o número de famílias e particulares que não estava a pagar as prestações dos créditos da casa e pessoal em Portugal em janeiro. Eram menos 28 mil clientes particulares face ao pico atingido em agosto. Os números têm vindo a cair desde então.

3,7 mil milhões

É o saldo de crédito em moratória que vai expirar no final deste mês. Pode haver mais empréstimos em fim de prazo, mas este montante diz respeito às moratórias do crédito hipotecário que estão no regime privado da banca e que termina a 31 de março. O grosso das moratórias da casa, contudo, está no regime público e este só termina em setembro ou depois para as adesões concretizadas já este ano.

Era a percentagem de crédito empresarial em moratória em Portugal em janeiro, o que indica que um euro em cada três euros emprestados pela banca às empresas não paga prestações. No total, o saldo de empréstimos às empresas em moratória em Portugal atingia os 24,4 mil milhões de euros no final de janeiro. Tal como acontece no crédito a particulares, também aqui o valor está em queda há quatro meses, depois do pico de setembro (25,2 mil milhões).

53,7 mil

Era o número de pequenas e médias empresas (PME) que tinha pelo menos um contrato de crédito em moratória em janeiro. Número exato: 53.737 PME. O que quer dizer que há ainda 340 empresas de grandes dimensões que também aderiram ao regime de moratória devido ao impacto da pandemia.

Era a percentagem de crédito concedido às empresas do setor do alojamento e restauração em moratória em Portugal em janeiro. São cerca de 3,8 mil milhões. Na prática, mais de um euro por cada dois euros emprestados pelos bancos a hotéis e restaurantes e outras empresas ligadas ao setor do turismo está “suspenso” de prestação. O turismo é um dos setores mais afetados pela pandemia e o Governo e bancos estão a pensar em soluções mais direcionadas para apoiar estas empresas quando terminar a moratória. Ao contrário da tendência da economia, as moratórias estão a crescer no setor do alojamento e restauração (ECO digital, texto do jornalista ALBERTO TEIXEIRA)

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