quinta-feira, junho 07, 2018

Assim não vão lá!

Quando vejo certas notícias - desconhecendo se são verdadeiras ou se se trata apenas de mera especulação - começo a interrogar-me sobre se as pessoas não entendem que a política do sofá, dos comunicados a pataco e das redes sociais nem para limpar o... serve!
No fundo - e poderia apontar muitas situações concretas - mais importante do que essas palhaçadas há que olhar para a realidade terrena, ouvir as pessoas, estar com elas, sem pressas e sem incómodos ou atitudes que revelem desprezo e irritação, há que reencontrar e remobilizar  pessoas que foram afastadas nas freguesias e nos concelhos só porque alegadamente eram "jardinistas" - como se isso fosse um crime ou lhes fosse imposto um carimbo como nos campos de concentração nazis para diferenciar os judeus das outras pessoas - tudo isto para que uma certa casta de emergentes apressados novatos chegasse ao poder, atropelando tudo e todos se necessário fosse, distorcendo ou manipulando nos pequenos círculos onde residem, como se fossem eles o novo centro do mundo naquele seu quintalinho ou lhes tivessem entregue as chaves da re....

Há que dinamizar as estruturas partidárias, motivá-las de novo, dar-lhes expetativas, propósitos, objetivos, rumos, caminhos, levar-lhes uma mensagem de apoio, evitando erros que no final do mandato da liderança anterior foram cometidos, porque tudo era feito de forma apressada, em cima dos joelhos.

O que vemos (e ouvimos) é desmotivação, descrença, pessoas com a sensação de que já não contam para nada, que não são ouvidas - apenas convocadas para ouvirem a mesma lenga-lenga do costume, que já sabem quase de cor e salteado - e mais nada. Uma desmotivação que cirula na familia, contagiando todos, afastando-os a todos.
O que pode vir a acontecer depende do que for feito no terreno, da eficácia demonstrada, do grau de confiança que exista entre quem tem a responsabilidade de liderar ou coordenar as bases partidárias. Sem essa interligação, sem essa aposta convicta num projecto e numa vitória, sem que as pessoas se sintam válidas e úteis, temo que 2019 possa constituir, em termos eleitorais, um acontecimento bem negro.
Sinceramente não creio que o PSD-M esteja preparado nem para uma travessia no deserto, nem para se envolver numa dramática e abjecta caça às bruxas, apesar de essa ter sido uma realidade, mais ou menos tímida, ao longo dos anos, de todos os anos.
Julgar que tudo se resolve no sofá (leia-se, nos gabinetes ou nas secretárias), com recurso doentio às redes sociais, graças a uma pequeníssima estrutura de "respondidores" divertidos que pretendem responder a que é dito nesses espaços públicos, será limitativamente catastrófico.
Julgo que em ano de congresso regional, começa a ser este o tempo para que falem de forma clara e inequívoca: há uma pretensa casta de pessoas, algumas chegadas a cargos públicos em circunstâncias muito específicas - e decorrentes de tudo o que se passou no PSD regional com as directas no final de 2014 e depois as eleições regionais antecipadas de 2015 - que precisa perceber que a política exige muito mais do que aquilo que é feito, que não há espaço à arrogância ou ao auto-convencimento, que é preciso saber ouvir e respeitar, que cada um tem o seu tempo e o seu espaço próprios.
Há que injetar esperança em militantes que apesar de terem perdido as eleições autárquicas de 2017 - muitas delas sem que tenham sido eles os culpados do que aconteceu, já que foram vítimas de erros estratégicos, de escolhas e de decisões erradas e autocráticas tomadas no Funchal, distantes das estruturas de base do partido, que acabaram desmobilizadas e incapazes de travar a fuga de eleitores para a abstenção ou mesmo para outros partidos e candidatos - não podem ser postos à margem, deixando de lado o contributo de pessoas que durante anos foram os responsáveis por manter o partido operacional no terreno, nas freguesias e concelhos e que subitamente passaram a quase lixo.
Sobre as assessorias de imprensa ou de comunicação - como pomposamente hoje são designadas - há que perceber que uma coisa são os contributos pontuais e isolados dados por especialistas outra coisa são contratações para perdurarem no tempo, levando o partido e dirigentes a seu reboque, algumas delas acabando por confundir o institucional e o partidário, criando por isso uma ligação diferente, diria mesmo uma certa afetividade, que facilita o trabalho a realizar. (LFM)

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