quinta-feira, maio 28, 2015

Madeira Palácio: José Avelino Farinha não é propriamente uma "casa de caridade"...

Li no blogue de jornalistas madeirenses, o Funchal Notícias, que "o Grupo AFA tem estabelecido negociações no sentido de comprar o Hotel Madeira Palácio, pondo fim a um longo impasse que não só tem afetado dezenas de trabalhadores como também a beleza paisagística da zona turística, dado a fachada em permanente construção do imóvel. Aquele que já foi um dos principais hotéis de cinco estrelas da cidade, com um processo de remodelação que ficou pelo meio, é hoje um projecto de intenções. O maior credor do imóvel é o BCP, sendo que corre no tribunal um processo de insolvência. Recorde-se que Avelino Farinha inaugurou há bem pouco tempo o Saccharum Hotel, nos Prazeres, mas, apesar do absoluto silêncio à volta dos negócios AFA, sabe-se que tem havido negociações no sentido de ser o grupo madeirense a dar um novo rumo ao Madeira Palácio".
Segundo julgo saber a iniciativa de contactar empresários partiu do banco, concretamente do BCP, que pretende encontrar rapidamente uma solução para aquele empreendimento - hotel e apartamentos - que se encontra numa carteira regional de outras infraestruturas entregues ao banco por causa de problemas com o crédito concedido pela instituição a empresários privados que ficaram a braços com dificuldades devido e ao impacto negativo da crise que ainda assola o país e a região.
Ao que julgo saber as tentativas do BCP ter-se-ão gorado, não apenas porque estamos a falar de um valor da ordem dos 120 a 130 milhões de euros - muito significativo considerando que existem obras para realizar no hotel e por não haver a certeza de que os apartamentos de luxo construídos ao lado do Madeira Palácio são vendáveis na actual conjuntura pelo valor estimado - que terá que ser reduzido, mas porque no caso do grupo do empresário madeirense José Avelino Farinha (componente hoteleira), as prioridades no caso do Funchal apontam para um chamado hotel de cidade com boas acessibilidades (proximidade) e com estruturas próprias de frente mar e não um hotel com características de "resort" porque esse o empresário já possui na Calheta.
Conhecido pela cautela imposta a todas as decisões que toma, a que se junta uma postura empresarial marcada pela contenção e pela discrição, não creio que o empresário José Avelino Farinha - com vários interesses empresariais no estrangeiro - esteja disposto, mesmo que o BCP resolva baixar mais o valor em causa e garanta facilidade no acesso ao crédito para conclusão das obras no hotel, a se envolver num desafio com esta amplitude financeira.
Lembro que há cerca de ano e meio escrevi neste blogue que a empresária angolana, Isabel dos Santos, chegou a  ser uma hipótese bastante forte para a concretização de um investimento na Madeira, na área da hoteleira e turismo, mas esses sinais que eventualmente terão surgido esbarraram rapidamente entre outras situações, nos valores exorbitantes que na altura terão sido pedidos para a compra de alguns empreendimentos hoteleiros, um dos quais era exactamente o Madeira Palácio.

2 comentários:

Unknown disse...

«No caso do grupo do empresário madeirense José Avelino Farinha (componente hoteleira), as prioridades no caso do Funchal apontam para um chamado hotel de cidade com boas acessibilidades (proximidade) e com estruturas próprias de frente mar». Tudo isto pode ser resumido a uma palavra: Savoy.

Ultraperiferias - Madeira disse...

Pois, não me tinha lembrado dessa hipótese