terça-feira, outubro 29, 2013

Sondagem: Inquiridos apoiam chumbo do TC aos despedimentos na função pública


Escreve a jornalista Suzete Francisco do Jornal I que "a maioria admite cortes nas reformas, desde que estas sejam de montante superior a dois mil euros (36%) ou mil euros (23%). A maioria dos inquiridos do barómetro i/Pitagórica não quer despedimentos na função pública. Questionados sobre a decisão do Tribunal Constitucional de chumbar a hipótese de despedimentos entre os funcionários da administração pública - o chamado diploma da "requalificação", que implicava o despedimento ao final de um ano, caso o trabalhador não fosse recolocado - mais de 50% dos inquiridos diz concordar (31,6%) ou concordar totalmente (18,6%) com a decisão dos juízes do palácio Ratton. Em sentido contrário, 34,4% teriam visto com bons olhos a possibilidade de despedimentos entre os funcionários da administração pública preconizada pelo executivo de Pedro Passos Coelho.Uma maioria ainda mais substancial manifesta-se contra a proposta do governo de fazer convergir as pensões da CGA e da Segurança Social. Nada menos que 64,9% diz-se contrário a esta medida. Ou porque discorda - 39,8% - ou porque discorda totalmente - 25,1%. No pólo oposto, 21,5% declara-se favorável à aproximação do valor das pensões entre sector público e privado, enquanto uma reduzida percentagem de 4,2 diz "concordar totalmente" com a convergência. Mas a posição é substancialmente diferente se se aduzir aquele que tem sido o principal argumento do governo em defesa da convergência das pensões - que as reformas do sector público são em média superiores às do privado. Neste contexto, 49,2% já diz concordar com a medida, enquanto 35,2% diz discordar. Reflexos desta divisão, questionados sobre se a lei da convergência das pensões deve ser chumbada pelo Tribunal Constitucional, os inquiridos mostram--se divididos. Enquanto 42,3% diz discordar de que venha a ser este o desfecho desta proposta (27,9% discordam e 14,4% discordam totalmente), uma percentagem próxima - de 40,6% - quer ver a lei travada pelos juízes do palácio Ratton. 27,8 diz ver com bons olhos um chumbo, enquanto 12,8 diz concordar totalmente com esse cenário.
CORTES A PARTIR DE 2000 EUROS
Os inquiridos não discordam em absoluto de cortes nas pensões. Por um lado, a maioria concorda que haja cortes em pensões de sobrevivência quando em causa estejam valores superiores a 2000 euros (à data em que foi feita a pergunta ainda não eram conhecidos os detalhes da medida, que veio a concretizar--se mais tarde em cortes nas pensões de sobrevivência, quando o beneficiário aufira outras pensões, que resultem num valor acumulado superior a 2000 euros). Este é, aliás, o valor que os inquiridos elegem como o montante a partir do qual são admissíveis cortes. É essa a escolha de 36% dos inquiridos, mas uma percentagem significativa - 23% - admite que os cortes possam ser feitos logo a partir dos mil euros. Avançar com cortes a partir dos 600 euros (o valor avançado pelo executivo) merece a concordância de apenas 8,2% dos inquiridos no barómetro i/Pitagórica. Uma percentagem ainda inferior (3,1%) só admite um decréscimo nas reformas superiores a quatro mil euros, já 9% aponta para montantes acima de cinco mil euros"