quarta-feira, junho 26, 2013

Dois anos de Governo, menos aprovação

Uma análise retrospectiva dos resultados do Barómetro Político Marktest mostra que, nos últimos dois anos, quase todos os líderes partidários com assento parlamentar viram a sua actuação reprovada pelos portugueses, que são hoje ainda mais críticos que em Setembro de 2011. O Governo liderado por Pedro Passos Coelho tomou posse no dia 21 de Junho de 2011, cumprindo agora dois anos de mandato - um pretexto para uma análise retrospectiva da imagem dos líderes políticos, realizada com base nos resultados do Barómetro Político da Marktest. Como recentemente publicámos, os portugueses reprovam hoje a actuação de todos os líderes partidários com assento parlamentar, assim como a actuação do Presidente da República. Em Maio, o saldo de imagem destes protagonistas era de -44.8% para o Primeiro-ministro, de -39.9% para o Presidente da República, de -22.3% para António José Seguro, de -21.6% para Paulo Portas, de -6.5% para Catarina Martins/João Semedo e de -6.3% para Jerónimo de Sousa. Tal como pode observar-se na imagem que publicamos em baixo, estes resultados são muito diferentes dos registados em Setembro de 2011. Esse mês foi o primeiro em que o Barómetro contava com o PSD no Governo e com António José Seguro como líder do PS. Francisco Louçã era ainda líder do Bloco de Esquerda (assim como em Junho de 2012). De facto, Pedro Passos Coelho toma posse com um saldo de imagem positivo, de 10.1% e com 45.1% de opiniões que classificam a sua actuação como positiva. Cavaco Silva também regista um saldo positivo, de 2.2%, mostrando que as opiniões se encontram muito divididas (40% positivas, 37% negativas e 23% sem opinião). O líder do CDS e do segundo partido da coligação, Paulo Portas, apresenta igualmente um saldo de imagem positivo embora perto do zero, com 0.8%, registando igualmente uma repartição muito equilibrada entre opiniões positivas, negativas e nulas. O contrário era observado nos líderes dos partidos de "esquerda", com um saldo de -3.3% para António José Seguro, -6.3% para Jerónimo de Sousa e -18.7% para Francisco Louçã, que era então o político cuja actuação era a mais reprovada pelos portugueses. Estes resultados confirmavam assim a alteração das intenções de voto e o início de um novo ciclo político, liderado pelo PSD, a cujo líder se atribuía uma avaliação globalmente positiva. Um ano depois, tudo se invertia, com os portugueses a serem mais críticos com os líderes dos partidos da coligação no Governo, assim como com o Presidente da República. Em Junho de 2012, apenas António José Seguro recebia uma classificação geral positiva, sendo Cavaco Silva o político cuja actuação era a mais duramente avaliada pelos portugueses, com um saldo de imagem de -23.6%. Chegados a Maio de 2013, vemos que todos os políticos vêem a sua actuação ser chumbada pelos portugueses, sendo Passos Coelho o que mais baixou face a Setembro de 2011, seguido de Cavaco Silva, Paulo Portas e António José Seguro. Jerónimo de Sousa foi o político a mostrar uma maior constância nos resultados obtidos, sendo em Maio de 2013 equivalentes aos de há dois anos. Pelo contrário, Catarina Martins e João Semedo, embora também registem um saldo de imagem negativo, recuperam face à avaliação feita a Francisco Louçã em Setembro de 2011.O Barómetro Político Marktest é realizado junto dos residentes no Continente com 18 e mais anos. O saldo de imagem resulta da diferença entre as opiniões positivas e as negativas, ponderada pelo peso das respostas expressas (fonte: Marktest.com, Junho de 2013)