quinta-feira, agosto 23, 2012

Samaras: políticos alemães e austríacos "assustam investidores"

Segundo o Dinheiro Vivo, "o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, criticou os políticos alemães, austríacos e holandeses por criarem um sentimento de insegurança nos investidores, ao pedirem a saída da Grécia do euro, numa entrevista a um jornal alemão. "Garanto que cumpriremos. A Grécia está decidida a mudar e mudará. No entanto, é preciso não assustar os investidores. De cada vez que um político alemão, austríaco ou holandês pede a nossa saída do euro pergunto-me como posso, perante isso, privatizar as empresas públicas?", interrogou-se Samaras. "Que empresário vai investir em euros temendo que depois receba em dracmas?", acrescentou na entrevista ao Süddeutsche Zeitung. Samaras garantiu ainda que os gregos vão honrar os seus compromissos, pagando as suas dívidas, mas disse ter esperança de que os parceiros europeus aceitem alargar até 2016 o prazo para cumprir o acordo com a "troika" (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), que por enquanto termina em 2014. O primeiro-ministro grego referiu que o pedido de alargamento do prazo se justifica pela situação de recessão profunda em que a economia grega se encontra, sublinhando que o PIB (Produto Interno Bruto) grego já caiu 27% desde o início da crise.
Reafirmou também que a única coisa que a Grécia pede é mais tempo, e não mais dinheiro, para retomar o crescimento económico e poder ver "alguma luz ao fundo do túnel". Ainda assim, na entrevista Samaras não quis confirmar que este pedido de alargamento do prazo seja um tema em cima da mesa no encontro com a chanceler alemã, Angela Merkel, agendado para sexta-feira.
"É a minha primeira viagem oficial como chefe de Governo. Deve ser o início de um caminho de optimismo. Precisamos dele", disse Samaras ao Süddeutsche Zeitung. Antonis Samaras lamentou que a relação de amizade entre gregos e alemães se tenha desvanecido e admitiu que "foram ditas muitas coisas negativas de ambos os lados" no contexto da crise do euro. "Temos que deixar isso para trás. Não se trata apenas de dinheiro e de números. É também política e história".

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