Segundo o Publico, "no mundo dos jornais a fatia da publicidade está a emagrecer e as vendas em banca também. O que não significa que as pessoas tenham perdido o interesse pelas notícias e pelo conteúdo jornalístico de qualidade. E isso salta à vista se olharmos para um dos maiores e melhores jornais do mundo, o The New York Times (NYT). Pela primeira vez, o grupo deste diário, fundado em 1851 em Nova Iorque, encaixou mais dinheiro com os leitores do que com a publicidade. Os factos são claros como água: nos três grandes jornais americanos do grupo News Media Group – NYT, International Herald Tribune e Boston Globe – o dinheiro oriundo dos anúncios publicitários impressos e online rendeu 220 milhões de dólares (uma queda de 6,6%) no primeiro trimestre deste ano, ao passo que o dinheiro conquistado através das assinaturas do jornal em papel (cujo preço aumentou) e através das assinaturas digitais rendeu 233 milhões de dólares (um aumento de 8,3%) no período homólogo. O grupo de media conta agora com 509 mil assinantes digitais, mais 55 mil que em Março. “O NYT é, provavelmente, o primeiro grande jornal a ter cruzado esta linha [na qual o dinheiro vindo dos leitores é superior ao dinheiro vindo da publicidade]”, indicou à New York Magazine o analista de media Ken Doctor, do site Newsonomics. “É um momento interessante”. Isto faz supor, por isso, uma mudança de paradigma, muito necessária à sobrevivência da imprensa mundial. Esta poderá ser a prova de que, se os jornais apostarem em produzir conteúdos de qualidade – que até podem ser adaptados a aplicações para smartphones –, os leitores continuarão a aderir e a pagar por essas informações. “Há um grande número de pessoas que valoriza aquilo que o Times faz enquanto organização noticiosa, e a sua vontade de pagar é maior do que aquilo que supúnhamos. Há uma alquimia que mistura preços competitivos, acesso a boas aplicações, e o próprio conteúdo. Se isso estiver tudo a funcionar, parece que há um grande número de pessoas que irão pagar por isso”, disse Ken Doctor. “O afastamento do histórico modelo que dependia muito da publicidade é definitivamente uma coisa boa”, indicou por seu lado o especialista em media Rick Edmonds, do Poynter Institute, em declarações à mesma publicação. “O esforço de assinaturas digitais tem tido mais sucesso que aquilo que desejariam muitas pessoas”, acrescentou. O NYT é o jornal mais premiado nos Pulitzer Awards, atribuídos nos Estados Unidos, e tem uma audiência estimada de 4,8 milhões de leitores diários”.
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