Escreve o Dinheiro Vivo que "o número de portugueses desempregados está a crescer a grande velocidade nos últimos anos. Segundo os números do Eurostat, em março de 2008, 451 mil estavam à procura de trabalho. Em apenas quatro anos – junho de 2012 – esse número quase duplicou. Há agora 830 mil portugueses desempregados. Ontem, o Eurostat publicou os últimos números do mercado de trabalho português. Depois de uma estabilização em maio, que poderia indiciar uma inversão da tendência de agravamento, a taxa de desemprego nacional voltou a aumentar, atingindo em junho um novo máximo histórico de 15,4%. 0,2 pontos percentuais acima do valor registado no mês anterior e mais 2,8 pontos que há um ano (12,6%). Atualmente há mais 140 mil pessoas à procura de emprego do existiam em junho do ano passado. Destes novos desempregados, 28 mil são jovens. Apesar de os meses do verão constituírem normalmente um alívio para a taxa de desemprego - com a criação de postos de trabalho temporários - os dados do Eurostat são ajustados sazonalmente, o que significa que lhes é descontado esse efeito positivo. Ainda assim, os valores não ajustados também não mostram uma melhoria. A taxa de desemprego não ajustada foi exatamente a mesma que em maio, depois de ter caído consecutivamente nos dois meses anteriores. Ou seja, os melhores resultados desses meses parecem ainda não ter representado uma viragem que indique o começo de um caminho de descida. Esta nova subida para 15,4% vem mostrar mais uma vez o desfasamento entre as previsões do Governo e a evolução da economia. Recorde-se que, no Orçamento do Estado de 2012, apresentado em outubro do ano passado, Vítor Gaspar previa uma taxa de desemprego de 13,4%. Cinco meses depois, no Orçamento Retificativo, o ministro das Finanças corrigiu o valor para 14,5%. Passados três meses, Gaspar volta a rever em alta as previsões, esperando agora uma taxa média de 15,5% para este ano. PCP e PS viram nestes dados o reflexo da atuação errada do Governo PSD/CDS-PP, pedindo uma mudança de políticas (ver reações ao lado). Já o Bloco de Esquerda, apontou que a subida do desemprego coloca Portugal “em contraciclo com a tendência da União Europeia”, onde o indicador estabilizou. De facto, tanto na zona euro como nos 27 países da UE, a taxa de desemprego média permaneceu nos 11,2% e 10,4%, respetivamente. Portugal continua a ser o terceiro país com a taxa de desemprego mais elevada da UE, apenas ultrapassado por Espanha (24,8%) e Grécia (22,5%, dados de abril). Economias onde a destruição de emprego tem sido bastante acelerada (ver infografia). Do lado oposto do espetro está a Áustria e a Holanda, com taxas de desemprego de 4,5% e 5,1%. Quanto aos jovens, a taxa de desemprego juvenil estagnou em junho, depois de também ter recuado no mês anterior. 36,4% dos jovens portugueses com menos de 25 anos está à procura de trabalho, num total de 157 mil”.
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