terça-feira, agosto 07, 2012

Judiciária investiga vestígios de fogo posto em S. Vicente

Escreve o DN do Funchal que "a Polícia Judiciária (PJ) está a investigar dois incêndios florestais que deflagraram na madrugada de sábado, na Boaventura e Ponta Delgada, no concelho de São Vicente, sobre os quais há fortes indícios da prática de fogo posto. Os Bombeiros Voluntários de São Vicente e Porto Moniz (BVSVPM) sinalizaram, no rescaldo dos incêndios, artefactos que teriam sido usados como fonte de ignição das chamas. Vestígios que sustentam a tese de mão criminosa e que foram reportados às autoridades, estando na posse da PJ. Segundo o que apurou o DIÁRIO, os bombeiros detectaram a presença de uma garrafa com forte odor a combustível e com um pano torcido na boca a servir de pavio. O artefacto foi descoberto durante o rescaldo. O fogo deflagrou desde as 2 horas da manhã de sábado. Ardeu uma área com cerca de 2 mil m2. Os bombeiros tiveram de utilizar material sapador para extinguir as chamas numa zona difícil e sem acessos.Pouco antes, na noite de sexta-feira para sábado, um fogo que lavrava no sítio das Pedras, na Ponta Delgada só não alastrou para as serras graças à intervenção de populares, entre os quais, o presidente da Junta de Freguesia, cuja "intervenção foi fundamental na acção de combate". Segundo o comandante Artur Fernandes, dos BVSVPM, ardeu uma área com cerca de 100 m2. As diligências no terreno viriam a identificar outro objecto suspeito no palco deste incêndio, que sustenta mais uma vez, a hipótese de haver mão criminosa: um tapete em retalhos embebido em combustível. Sábado foi um dia longo para os bombeiros do norte da ilha, que viram o concelho de São Vicente ser palco de outros dois incêndios, estes próximos de habitações. Às 2 horas, a sirene do quartel tocou para um fogo que lavrava na Santa (Porto Moniz) e destruiu mil m2. Nas Ginjas (São Vicente), o alerta foi às 21h15 e reduziu a cinzas uma área entre os 800 e os mil m2. Para o comandante Artur Fernandes, apesar de não terem sido detectados vestígios de fogo posto nestes dois incêndios, a origem não é natural. "Ainda não se registaram casos de negligência no concelho e até nas queimadas as pessoas têm agido de boa fé e é sempre pedido o apoio aos bombeiros", observa. "Isto é mão criminosa, não há qualquer dúvida", conclui Artur Fernandes. O responsável pela corporação dos BVSVPM apela à população para que colabore com as autoridades e informe sempre que detecte movimentos estranhos.

Tochas, garrafas, 'verylights' e velas

Ricardo Silva, coordenador do Departamento de Investigação Criminal da PJ do Funchal, confirmou que está a decorrer uma investigação de dois incêndios que deflagraram no fim-de-semana, na Ponta Delgada e em Boaventura, e nos quais foram recolhidos vestígios. Nada mais. Estes artefactos descobertos juntam-se a outros, sinalizados após o rescaldo dos fogos e reportados às autoridades. É disso exemplo uma tocha (na foto) em pau de madeira, recolhida num terreno junto às ruínas do antigo hotel na Camacha, a 21 de Julho, próximo do local dos incêndios que ameaçaram habitações nos Casais d 'Além. Outros engenhos rudimentares para atear fogo na serra - uma caneca de aguardente, com uma caixa de fósforos e um charuto; 'verylights', garrafas com aguardente e até velas - fazem parte do rol de artefactos que estão a ser avaliados pela investigação da PJ. Uns constituem provas materiais mais sólidas. Outros nem tanto”.

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