Escreve a jornalista do Jornal I, Sandra Almeida Simões: “708 514. Este é o número de famílias portuguesas que já não consegue pagar os seus créditos à banca. Trata-se do valor mais elevado de sempre. O agravamento da conjuntura económica arrastou, só no segundo trimestre deste ano, mais 10 093 lares para o incumprimento, de acordo com os dados da Central de Responsabilidades de Crédito, actualizados ontem pelo Banco de Portugal. Contas feitas, são 111 famílias que todos os dias passaram a ter prestações em atraso, o equivalente a uma média de cinco lares por hora. Em cada 100 famílias com empréstimos contraídos junto da banca, 15,6% tem prestações vencidas. Embora o incumprimento seja transversal a todo o tipo de créditos, é mais grave no consumo. A lista de devedores na habitação e dos empresários em nome individual também é cada vez mais extensa. As estatísticas ontem divulgadas mostram que o ritmo de famílias sem capacidade para honrar os seus compromissos financeiros abrandou no segundo trimestre face aos três primeiros meses do ano. Ainda assim, no total do semestre, regista-se um crescimento de 53% face ao mesmo período do ano anterior. Estes números explicam-se, sobretudo, com o máximo histórico da taxa de desemprego - que em Junho atingiu os 15,4% – e com a deterioração das condições de trabalho, num ano marcado por reduções salariais, supressão de horas extraordinárias e cortes nos salários da função pública. As situações de divórcio e ainda o agravamento fiscal contribuem para os números do incumprimento.
Consumo
No final de Junho, 649 335 famílias tinham prestações em atraso nos empréstimos ao consumo. Este é o primeiro pagamento (cartões de crédito, automóvel, ou por exemplo, electrodomésticos) que as famílias falham quando confrontadas com restrições de liquidez. Do total de portugueses com este tipo de empréstimo, 17,5% tinha prestações em atraso em Junho.
Habitação
O crédito da casa é, por norma, prioritário para os particulares, pelo que só deixa de ser pago em última instância. O Banco de Portugal reportou um total de 150 329 lares com crédito vencido no final de Junho, o que corresponde a 6,2% do universo total. No último trimestre, foram 1 612 as famílias que deixaram de pagar o empréstimo da casa, o que revela um abrandamento significativo face às 8 840 registadas nos primeiros três meses do ano. O alívio poderá ser explicado com a maior disponibilidade da banca para renegociar as condições contratuais dos créditos, através da reestruturação da dívida, e também com o facto de as taxas de juro interbancárias estarem ao nível mais baixo de sempre, o que tem arrastado as prestações para sucessivas descidas e, em alguns casos, para mínimos históricos.O peso do malparado no montante total dos empréstimos aumentou em todos os segmentos. O rácio de crédito vencido nas famílias atingiu os 4% em Junho, um novo recorde desde que há estatísticas. No consumo é de 11,5%, e na habitação já superou os 2%.
Empresas
A actual conjuntura económica está a agravar também as dificuldades das empresas. O número de empresários em nome individual classificados como devedores registou um crescimento de 28,5% no primeiro trimestre para 29,7% no final de Junho. No total, 128 061 empresários por conta própria estão em incumprimento. De acordo com as mesmas estatísticas, 27,4% das empresas com dívidas à banca tem mensalidades em atraso. O peso do crédito em cobrança duvidosa atingiu um novo recorde de 9,2% em Março, equivalente a quase 10,3 mil milhões de euros de créditos vencido. Em média, cada empresa deve quase 480 mil euros. O supervisor bancário e os presidentes dos maiores bancos portugueses já anteciparam que o número de famílias e de empresas em incumprimento vai continuar a subir, pelo menos, até ao final deste ano, fruto do ajustamento da economia e da diminuição do rendimento disponível das famílias”.
Consumo
No final de Junho, 649 335 famílias tinham prestações em atraso nos empréstimos ao consumo. Este é o primeiro pagamento (cartões de crédito, automóvel, ou por exemplo, electrodomésticos) que as famílias falham quando confrontadas com restrições de liquidez. Do total de portugueses com este tipo de empréstimo, 17,5% tinha prestações em atraso em Junho.
Habitação
O crédito da casa é, por norma, prioritário para os particulares, pelo que só deixa de ser pago em última instância. O Banco de Portugal reportou um total de 150 329 lares com crédito vencido no final de Junho, o que corresponde a 6,2% do universo total. No último trimestre, foram 1 612 as famílias que deixaram de pagar o empréstimo da casa, o que revela um abrandamento significativo face às 8 840 registadas nos primeiros três meses do ano. O alívio poderá ser explicado com a maior disponibilidade da banca para renegociar as condições contratuais dos créditos, através da reestruturação da dívida, e também com o facto de as taxas de juro interbancárias estarem ao nível mais baixo de sempre, o que tem arrastado as prestações para sucessivas descidas e, em alguns casos, para mínimos históricos.O peso do malparado no montante total dos empréstimos aumentou em todos os segmentos. O rácio de crédito vencido nas famílias atingiu os 4% em Junho, um novo recorde desde que há estatísticas. No consumo é de 11,5%, e na habitação já superou os 2%.
Empresas
A actual conjuntura económica está a agravar também as dificuldades das empresas. O número de empresários em nome individual classificados como devedores registou um crescimento de 28,5% no primeiro trimestre para 29,7% no final de Junho. No total, 128 061 empresários por conta própria estão em incumprimento. De acordo com as mesmas estatísticas, 27,4% das empresas com dívidas à banca tem mensalidades em atraso. O peso do crédito em cobrança duvidosa atingiu um novo recorde de 9,2% em Março, equivalente a quase 10,3 mil milhões de euros de créditos vencido. Em média, cada empresa deve quase 480 mil euros. O supervisor bancário e os presidentes dos maiores bancos portugueses já anteciparam que o número de famílias e de empresas em incumprimento vai continuar a subir, pelo menos, até ao final deste ano, fruto do ajustamento da economia e da diminuição do rendimento disponível das famílias”.
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