Segundo a TVI, "António Borges, que foi até há poucos meses o responsável pelo departamento europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI), defende que não é preciso mais austeridade em Portugal, como admitiu o Governo e a maioria parlamentar.Em entrevista à TVI, o economista reagiu aos dados da execução orçamental dos primeiros sete meses do ano, que apontam para uma queda de 3,5% nas receitas fiscais, o que torna cada vez mais complicado atingir a meta de défice de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) com que o Governo se tinha comprometido perante a troika para o final deste ano.«O que se está a passar é extraordinariamente positivo para o país», defendeu, explicando que esta queda da receita fiscal significa «que a economia está a ajustar muito mais depressa do que pensávamos». Ou seja, «houve uma queda do consumo privado mais rápida do que se previa, e este é que é o dado surpreendente», defendeu, acrescentando ser normal que a receita fiscal se ressinta por causa disso.«Mas isto é bom, significa que a economia se está a reequilibrar muito mais depressa e, por esse ajustamento mais rápido, chegaremos final do ano com uma conta corrente mais equilibrada. Isso quer dizer que os portugueses estão a gastar o que ganham e não mais do que ganham».Questionado se, por causa deste desvio, seria necessária mais austeridade, como admitiu já o Governo e a maioria parlamentar, António Borges acha que não. «É uma resposta possível, mas eu pessoalmente acho que não é necessário».Não devemos pedir mais tempo«O objetivo fundamental (do programa de ajustamento) não é um número no défice, é reequilibrar o país», lembra, acrescentando que agora temos de «negociar com a troika para que aprovem o que se está a passar em Portugal e acompanhem as medidas».A troika, que volta a Portugal nas próximas semanas para avaliar o andamento das medidas, «está confortável com o programa português, está satisfeita», considera o economista. O que António Borges espera desta nova avaliação é que «provavelmente a troika vai orientar a discussão para o futuro, para o que será feito em 2013, as parcerias público-privadas, as privatizações...», diz.O ex-diretor do departamento europeu do FMI diz que «nós não precisamos de mais tempo, queremos é pôr o país de volta nos carris o mais rapidamente possível, queremos libertar-nos disto», por isso, o Governo não deverá pedir à troika uma revisão das metas do défice, nem mais tempo para as cumprir. «Devemos manter o caminho como tem sido feito até agora». Veja aqui o video da TVI sobre esta notícia
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