quinta-feira, agosto 23, 2012

Açores: Enquanto o INE aponta 19 mil, o governo diz que inscritos são 11 mil desempregados!!!

Escreve o Correio dos Açores que "perante os números do aumento do desemprego na região o Director Regional do Trabalho, Qualificação profissional e Defesa do Consumidor, Rui Bettencourt, prefere salientar o aumento do número de licenciados empregados na região, que corresponde a mais 15%. Para Rui Bettencourt existe uma grande diferença entre desempregados qualificados e desempregados não qualificados e por isso salienta a necessidade de se insistir na qualificação “porque a tendência é aumentar o número de postos de trabalho qualificados”. O responsável pela pasta do trabalho na região frisa que aos desempregados que não são qualificados é urgente “qualifica-los e reconvertê-los se quisermos em 2020 ter uma economia competitiva a nível europeu e para isso temos de ter a mesma estrutura de qualificação que tem a Europa”. Salientando o lado mais positivo das estatísticas ontem divulgadas pelo INE, Rui Bettencourt questiona o real número de desempregados na região. Enquanto o INE aponta 19 mil, o governo diz que inscritos nos centros de emprego “temos 8 mil de diferença”, ou seja, apenas 11 mil desempregados oficiais. São estes que estão inscritos nos centros de emprego que são acompanhados pelo governo. “Acompanhamos para reconversões de mestrados e pós-graduações aqueles que estão inscritos, trabalhamos com as pessoas que estão inscritas e de quem sabemos o perfil e as expectativas. Não trabalhamos com 19 mil de um inquérito que não sabemos quem são”, responde. Rui Bettencourt dá o exemplo dos licenciados desempregados, actualmente 359 inscritos nos centros de emprego, “são aqueles para os quais podemos dar resposta”. Quanto a soluções para estas pessoas que, apesar de nas contas do governo serem apenas cerca de 11 mil, estão sem emprego Rui Bettencourt acredita que tal só é possível com acompanhamento destas pessoas para políticas activas de emprego nas quais o executivo gasta mais de 35 milhões de euros anuais. “Não é por acaso que houve um aumento de 15% de licenciados a trabalhar nos Açores. As pessoas não querem ver que a qualificação é importante”, refere ao acrescentar que em relação ao futuro e à possibilidade dos números voltarem a aumentar ainda não se pode avançar com prognósticos. Tudo porque “estamos a passar uma fase muito difícil do ponto de vista da economia, temos um problema muito grande de retracção da economia e ninguém nos Açores pode resolver na origem, porque a origem está a nível nacional e europeu”. No entender de Rui Bettencourt não é a região que vai resolver esta questão que se vive também a nível internacional, mas o que pode fazer é “insistir em políticas activas que acompanhem as pessoas, temos tido desde há um ano para cá uma grande actividade a acompanhar as pessoas e não queremos que as pessoas fiquem mais de 100 dias sem resposta” nos centros de emprego. Mas perante os números reais que agora são conhecidos, o director regional salienta que o emprego tem 3 grupos de factores. Um que tem a ver com a motivação, outro com as competências e qualificação para que a economia funcione e outro tem a ver com a conjuntura, por isso Rui Bettencourt salienta que há que trabalhar agora “os factores que são estruturais para quando melhorarem os factores conjunturais estarmos numa melhor posição. Temos de fazer com que a empregabilidade das pessoas seja maior para quando a retoma se fizer o panorama seja diferente. Não ficamos de braços cruzados. Agimos mas com visão estrutural para que as pessoas tenham uma empregabilidade”, reforça”.

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