"Quando do trigésimo aniversário do falecimento de Francisco Sá Carneiro, o regime político, cuidadosamente, abordou a efeméride, tratando-a com certo controlo. Por exemplo, com personagens escolhidas a dedo e de inequívoco fervor situacionista. Assim, pudemos ver pessoas que atacaram Sá Carneiro da maneira mais radical possível, então ultrapassando os limites do equilíbrio democrático, da boa-educação e do respeito pelas opções pessoais de cada um, depois de isso tudo há trinta anos atrás, aparecerem como se Lhe fossem o maior admirador, o amigo mais profundo. Muitos nos recordamos de como Sá Carneiro, após a Constituição de 1976 da qual discordou, foi por isso vítima de conspiração organizada dentro do próprio Partido Social Democrata, que até o conseguiu afastar por uns tempos, porque Ele não subscrevia tal texto fundador do regime. Mas foi ver, agora, alguns dos que Lhe eram contra dentro do PSD, a tecer o panegírico e os louvores à firmeza coerente da Sua resistência, que o tempo provou Ele ter toda a razão.
Vejam de que massa humana é feita, os arquitectos do sistema que gramamos. E, em toda esta desfaçatez que pode causar tudo, menos espanto, calculem que os situacionistas que seguram o presente regime constitucional e barram tudo e todos que, na linha de Sá Carneiro o pretendam alterar, eles mesmos vieram admitir como Portugal seria diferente para melhor, se o Pensamento de Sá Carneiro tivesse imperado, também quanto à Constituição de 1976.
O que não deixa de ser curioso.
Significa que, no dia 4 de Dezembro de todos os anos, aqueles que enfileiram na guarda pretoriana do regime, reconhecem a incapacidade da actual Constituição para a sobrevivência decente de Portugal, como logo Sá Carneiro percebeu e assumiu. Mas esses mesmos são situacionistas nos restantes 364 dias do ano e, mais felizes ainda, situacionistas durante 365 dias nos anos bissextos. Dá a impressão que a hipocrisia, disfarçada de «politicamente correcto», é uma das características do regime político decadente que temos em Portugal. A frontalidade e a luta democrática por Ideais legítimos e pela Pátria, é que passaram a ser politicamente incorretos" (Alberto João Jardim, crónica "Palavras Assinadas", ontem na TVI24)
Vejam de que massa humana é feita, os arquitectos do sistema que gramamos. E, em toda esta desfaçatez que pode causar tudo, menos espanto, calculem que os situacionistas que seguram o presente regime constitucional e barram tudo e todos que, na linha de Sá Carneiro o pretendam alterar, eles mesmos vieram admitir como Portugal seria diferente para melhor, se o Pensamento de Sá Carneiro tivesse imperado, também quanto à Constituição de 1976.
O que não deixa de ser curioso.
Significa que, no dia 4 de Dezembro de todos os anos, aqueles que enfileiram na guarda pretoriana do regime, reconhecem a incapacidade da actual Constituição para a sobrevivência decente de Portugal, como logo Sá Carneiro percebeu e assumiu. Mas esses mesmos são situacionistas nos restantes 364 dias do ano e, mais felizes ainda, situacionistas durante 365 dias nos anos bissextos. Dá a impressão que a hipocrisia, disfarçada de «politicamente correcto», é uma das características do regime político decadente que temos em Portugal. A frontalidade e a luta democrática por Ideais legítimos e pela Pátria, é que passaram a ser politicamente incorretos" (Alberto João Jardim, crónica "Palavras Assinadas", ontem na TVI24)
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