segunda-feira, dezembro 27, 2010

Igreja teme "situação social muito mais grave" em 2011

Li no Jornal de Notícias que "o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa previu hoje, quinta-feira, que o "ano de 2011 terá uma situação social muito mais grave" do que a que se vive neste momento. "Com o desemprego, com o fundo de desemprego a chegar ao fim para muitas famílias, com o rendimento social de inserção também com as condicionantes todas - até agora verificámos que a sociedade portuguesa tem vivido com calma, mas será que isto vai manter-se?", disse à Lusa Jorge Ortiga. O clérigo não sabe "até que ponto o Estado será capaz de assumir a responsabilidade que tem de garantir qualidade de vida para todos os portugueses". Consciente de que o "desemprego vai aumentar e as necessidades vão duplicar", o arcebispo de Braga considera fundamental que "todos os portugueses tenham mais generosidade e maior partilha". Para o clérigo, "vive-se, neste momento de crise, ainda com muita ostentação e é necessário aceitar agora uma vida com algum sacrifício para evitar fenómenos de exclusão social", mas não sabe "até que ponto os portugueses estão dispostos a aceitar essa vida de sacrifício". Jorge Ortiga teme "fenómenos de exclusão social que poderão provocar outras coisas que não gostaria de ver" porque "quando não há o essencial para viver, o povo não se cala", mas espera que não se chegue a tanto. Em relação ao combate à pobreza, o presidente da Conferência Episcopal não vê "muitas orientações" a nível nacional. "Esperaria que se encontrassem políticas, não apenas marcadas por imposições de austeridade", afirmou, acrescentando que o governo devia pensar "na questão do emprego, porque se não houver emprego e trabalho é evidente que as condições não podem melhorar". Jorge Ortiga não tem dúvidas de que "a política de austeridade vai criar mais pobreza" e promete "denunciar situações que surjam", quando tal se justificar, mas mantém a "esperança e o optimismo que com generosidade é possível ter condições de vida digna para todos os portugueses".

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