quarta-feira, março 03, 2010

Futebol: Real Madrid é uma máquina de fazer dinheiro

Li no Jornal I um interessante texto do jornalista Rui Catalão segundo o qual "no último Verão não faltou quem apontasse o dedo à gestão de Florentino Pérez, acabado de regressar à presidência do Real Madrid. Choveram críticas de despesismo e as inevitáveis comparações com o modelo de gestão do Barcelona - que na altura já tinha concluído uma época de sonho, com a conquista de todos os troféus. Florentino gastou 300 milhões de euros, sempre com a convicção de que o Real Madrid tinha uma estrutura capaz de suportar um investimento daquela dimensão. Agora o relatório anual da Deloitte sobre as finanças do futebol vem dar razão ao presidente merengue.O clube espanhol ficou, pelo quinto ano consecutivo, no primeiro lugar do ranking de receitas. Mas desta vez a distinção traz brinde: o Real Madrid foi o primeiro clube em todos os desportos a ultrapassar a barreira dos 400 milhões de euros em proveitos num só ano. A grande fatia deste bolo gigantesco vem dos direitos de transmissão - apesar de os merengues terem ficado aquém das expectativas desportivas na última edição da Liga dos Campeões (foram eliminados nos oitavos-de-final, competição famosa por distribuir generosas quantias entre os clubes participantes).Ainda assim, o Real Madrid foi capaz de gerar 160 milhões de euros em receitas televisivas, um valor que é ainda mais astronómico do que parece à partida. Senão vejamos: só essa verba já chegava para o clube espanhol ficar em 11.o no ranking dos proveitos totais, logo atrás do Inter e do Milan.O Barcelona, que roubou o segundo lugar ao Manchester United, também tem nos direitos de transmissão o maior alicerce das receitas de 365,9 milhões de euros. No caso dos catalães, a campanha europeia contribuiu - e muito - para o crescimento de 18% em relação ao ano anterior. De qualquer forma, Real Madrid e Barcelona estão em vantagem perante a concorrência graças ao modelo de negócio televisivo praticado em Espanha. Os clubes do país vizinho podem vender os seus direitos individualmente, ao contrário do que acontece em Inglaterra, na Alemanha, em França ou na Itália (neste caso, só a partir da próxima época).Apesar do domínio espanhol no topo da tabela, é de Inglaterra que vem a maior contribuição para este ranking. Ao todo são sete, com o Manchester United à cabeça, na terceira posição. De resto, a maior surpresa para o leitor deve ser mesmo a presença do Newcastle (20.o), recentemente despromovido para a segunda liga inglesa. A instabilidade desportiva e directiva não chegou para travar o apoio dos adeptos, que continuaram a marcar presença em força no St. James' Park. Resultado: 34,1 milhões de euros em receitas de bilheteira.Sem surpresas, não há nenhum clube português a figurar no top 20 - nem sequer no top 30. Aliás, a única referência ao futebol português surge no texto sobre o Marselha (14.o), graças à compra de Lucho ao FC Porto".

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