quarta-feira, março 31, 2010

"Madeira Livre": um artigo de Jardim cheio de recados...

"A reconstrução – NA Madeira, e não DA Madeira – exige uma atitude política fria e inteligente.
Comecemos pelo próprio Partido Social Democrata da Madeira.
Todos sabemos cada um possuir o seu feitio, o que temos de respeitar.
Todos sabemos que as pessoas são diferentes no modo de reagir perante as circunstâncias.
Temos de respeitá-lo em cada um. E fazer com que esta diversidade natural, devidamente coordenada, seja enriquecedora nas tarefas de combate à adversidade e de empenho na reconstrução.
Até porque, mais uma vez, o Povo Madeirense através quer do Cidadão anónimo, quer do Trabalhador dedicado ao Próximo e às tarefas colectivas, quer do Voluntário que se esgota no auxílio aos outros, quer de todos aqueles que chefiando ou integrando a competência com que os Serviços Públicos demonstraram saber responder nas circunstâncias mais difíceis, o Povo Madeirense mostrou bem o muito que vale.
E cada um terá a Honra de continuar, pela vida fora, a ser o que é, com a Consciência do Dever cumprido.
Ora, o Partido Social Democrata, até pelas maiorias que mobiliza, é feito de gente assim.
O que explica muito, não só desde a sua fundação e da sua imediata operacionalidade em defesa da Democracia e da conquista de uma Autonomia Política para o Povo Madeirense. Mas explica também, depois, os últimos trinta anos na governação do arquipélago.
O que de grave se passou, em 20 de Fevereiro, atingiu todo o Povo Madeirense.
Portanto, no interior do Partido Social Democrata, também é necessário sarar as feridas celeremente.
Bem como o anómalo das situações vividas, em caso algum pode consentir qualquer descarrilamento involuntário nos comportamentos, que viesse alterar ou perturbar, sequer, pilares que têm sido fundamentais na vida do PSD/Madeira: Unidade e Operacionalidade.
Há pessoas enganadas, a pensar que Unidade implica obrigatoriedade de pontos de vista iguais. Pelo contrário. No PSD/Madeira é como que obrigatório ter opinião própria, coincidente, ou não, com a de outros. Esta necessidade é fundamental para uma boa avaliação das opções a tomar, constitui uma riqueza partidária em termos de participação e de formulação das decisões.

Depois, o necessário é que, feita uma síntese correcta pelos competentes Órgãos eleitos, a opção seja adequada. E, à volta dela, no seu conceito e na sua execução, se congregue a unidade e a operacionalidade partidária.
É nesta linha que vamos continuar.
Depois, as relações com o Estado central.
A solidariedade que o Povo Madeirense sentiu de quase todos os Portugueses reforçou a Unidade Nacional. Matou os desígnios de todos os que, no Continente e na Madeira, procuravam fazer despertar, cada vez mais, motivações separatistas, ou a estas usavam para calúnias.
Afinal, provou-se aquilo que sempre denunciámos. O desenvolvimento natural, a EVOLUÇÃO INABDICÁVEL da Autonomia Política da Madeira decorre num quadro de reforço da Coesão Nacional, nada tem a ver com o fantasma do separatismo, reles e propositadamente agitado SÓ por certos sectores políticos e da comunicação social.
A solidariedade de quase todos os Portugueses acabou por demonstrá-lo. E a nossa gratidão não o esquecerá.
Sem abdicarmos dos nossos Princípios e objectivos políticos.
Mas esta é uma boa ocasião para rever estratégias. Obrigação, na medida em que perante parecer também ser isso o que outros comportamentos denotam.
O Partido Social Democrata da Madeira terá de actuar, ainda mais, quase que numa óptica só de Estado, e ainda, menos, numa óptica partidarizada.
A reconstrução NA Madeira exige-o.
A não ser que tudo fosse só promessas...
Ora a óptica exclusiva de Estado nada tem a ver com conceitos de aproximações ou distanciamentos partidários.
Significa um relacionamento convergente com os Órgãos do Estado, tendo em vista os objectivos de recuperação NA Madeira e, em contrapartida, a obrigação de não criar problemas ou escolhos a esses Órgãos, na medida em que estejam a colaborar connosco.
As “guerras” partidárias façam-nas em Lisboa.
À Madeira, neste momento, interessa a estabilidade política da República Portuguesa.
Pelo que não tem de se colar, por meras razões partidárias, aos incidentes políticos que se sucedem em Lisboa e que adiam a imprescindível recuperação nacional.
E não tem de se colar, porque cada vez menos o Partido Social Democrata nacional tem a ver com o Partido Social Democrata da Madeira.

O PSD/Madeira é o PSD autonomista e social-democrata de Sá Carneiro.
Este, em Lisboa, não se percebe o que é. Mas de certeza que já não é o que esteve nas nossas raízes comuns.
Pelo que, nunca na praça pública e sem prejuízo dos trabalhos oficiais que temos pela frente, agora impõe-se uma reflexão sobre o nosso futuro em termos de organização partidária, mantendo-nos sempre, por cá, todos juntos e unidos.
A nossa organização partidária na Região Autónoma prosseguirá a sua inequívoca continuidade e inerente evolução.
Quanto à Oposição local.
Lembrando algumas atitudes pessoais miseráveis, que aliás a ninguém estranharam face ao que se conhece do carácter de quem assim procedeu, não devemos perder tempo com eles.
Deixemos as palhaçadas para a Madeira Velha.
Deixemos os traumas vingativos para conhecidos empresários. Deixemos o disparate, a falta de cultura, a exigência tonta ou a proposta dolosa para os habituais medíocres, que só são gente por estarem nos Partidos e pelos fretes que a comunicação social, também ressabiada, lhes faz, dando-os ao público e fazendo censura aos governantes. Deixemos à eventualidade de tratamento psiquiátrico aqueles que, na comunicação social, maus, só pensam em ajustes de contas político-pessoais, covardemente esgrimindo o poder que alguém indevidamente lhes deu.
Esta gente não deve estar nas nossas prioridades. Até porque não têm conserto, nem qualidade. O Povo Madeirense já entendeu os métodos deles e o que seria da Madeira e do Porto Santo entregues a semelhantes mediocridades locais.
Responder e esclarecer logo tudo o que se impuser, ao que não sejam meras tontices.
Até para desacreditar os mentirosos.
De resto, só lhes ligar lá para o Outono de 2011".

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