quarta-feira, dezembro 02, 2009

Açores: empresários preocupados com redução do investimento no Plano 2010...

Segundo o Correio dos Açores, "um parecer da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada ao Plano do Governo dos Açores que começou foi debatido na Assembleia Legislativa Regional constata uma quebra no investimento público directo da ordem dos 3,5% para 2010. O organismo, presidido pelo economista Mário Fortuna, sublinha que os investimentos públicos no Plano 2010 “evidenciam uma quebra de cerca de 1%, incluindo a previsão de um investimento de 50 milhões de euros na reconversão da frota da SATA Air-Açores”. Refere o parecer que as quebras de dotação do Plano “são particularmente elevadas” nos programas de desenvolvimento do turismo (redução de 20% em relação a 2009 e de 2% nas campanhas publicitárias); do fomento à competitividade (redução de quase 18% em relação ao ano anterior), e de financiamento de apoios às empresas (SIDER), “num contexto, que se pretende de maior apoio e com acesso menos restritivo.” A verba para o SIDER apresenta uma redução de 14,29%, o que se revela “contraditória com a necessidade de apoiar o investimento privado e contribui negativamente para as expectativas dos agentes económicos”. Os investimentos em infra-estruturas rodoviárias, “fundamentais para as empresas de construção civil, também conhecem reduções”, refere-se no parecer. Numa conjuntura perspectivada de retracção económica nacional da ordem dos 3% para 2009 e de estagnação para 2010, “uma quebra de investimentos públicos representa um reforço da tendência negativa da evolução da economia”, perspectiva.Realça que a “redução ainda mais acentuada” das verbas afectas ao desenvolvimento do turismo, “um importante sector” de exportação, e à promoção dos Açores constitui “uma evolução incompreensível” num contexto em que a actividade económica “está fragilizada”. Regista que até Agosto de 2009 o número de dormidas caiu nos Açores cerca de 10% para os turistas nacionais e 7% para os estrangeiros. “A tendência é para que se registe um agravamento até ao final do ano, numa situação que é exclusiva dos Açores e Lisboa quando se trata do turismo nacional” lê-se no parecer assinado por Mário Fortuna. O parecer conclui, assim, que o instrumento público de investimento, “susceptível de contrariar a crise económica, não está a ser utilizado como tal” nos Açores, “constituindo-se, por via da sua redução, como elemento adicional de alimentação da crise, uma vez que o orçamento público é uma fonte muito importante de alimentação da procura”.

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