Segundo o jornalista do Publico Nuno Ribeiro, "o Parlamento espanhol prepara uma bateria de medidas contra a corrupção. Depois do país ter sido abalado nos últimos meses por diversos casos de corrupção em várias autarquias, os deputados espanhóis concertam esforços para lutar contra a praga que ameaça as instituições. Num hemiciclo de muitas divisões, este consenso é novidade. "Nem todos os políticos são iguais." A frase foi pronunciada nos últimos dias pelos mais variados dirigentes políticos. Do catalão José Montilla, o socialista presidente da Generalitat - o Governo da Catalunha -, a Mariano Rajoy, líder do conservador Partido Popular, passando pelos mais diversos líderes nacionalistas. Na base deste inesperado acordo estão sucessivos casos de corrupção, abuso do poder e má utilização dos recursos públicos A acção da Justiça popularizou es-tes casos, com nomes de códigos. "Ma-laya", para a rede corrupta de Marbella, que levou à dissolução da câmara, então dirigida pelo partido de Gil y Gil. "Gurtel", a trama corrupta do PP em Valência e Madrid. "Astapa", no caso da gestão dolosa dos socialistas em Estepona, Málaga. "Pretória", a designação da investigação em Santa Coloma de Gramonete e Badalona, afectando os socialistas e dois antigos colaboradores do nacionalista Jordi Pujol, ex-presidente do executivo catalão. "Poente", a investigação que levou à prisão o alcaide de El Ejido. Perante esta avalanche, as direcções partidárias encaram com urgência a revisão da lei de financiamento dos partidos políticos, apesar de ser recente, de 2007. O objectivo é proibir que as formações políticas e as suas fundações recebam doações de empresas contratadas pela administração, o que esteve na origem do caso "Gurtel". Seguindo a recomendação do Grupo de Estudos contra a Corrupção, dependente do Conselho da Europa, as penas por corrupção serão endurecidas: a prisão será o castigo para os subornos".
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