terça-feira, novembro 24, 2009

Em que ficamos? Primeiro acto...

Ontem, tal como foi noticiado na comunicação social e já aqui referimos, escrevia o jornalista do DN de Lisboa, Rudolfo Rebelo num texto intitulado "Constâncio defende mais impostos a partir de 2011" que: "Para tapar buraco do Orçamento, crescimento da economia não é suficiente, diz governador do banco central. Empresários rejeitam e economistas dizem que quem vai pagar são as famílias. Vítor Constâncio expressou ontem em voz alta o que muitos já temiam: com a falta de crescimento da economia para animar as receitas fiscais será necessário "um aumento de impostos". Não, "em 2010, mas até 2013", para levar o défice orçamental de 8% do PIB em 2009, para os 3% do PIB, ditados por Bruxelas. O governador do Banco de Portugal, ao contrário do Governo, não acredita em "aumento espontâneo"da receita fiscal. Que impostos vão aumentar? Vítor Constâncio não especificou. Mas a maioria dos economistas antecipa que o agravamento não irá incidir nos impostos das empresas. Desconfiam que os escalões do IRS, o imposto sobre os rendimentos, "será alvo de alterações". Tal como o IVA. Os empresários já deram sinais de desagrado. "Não dá mais" para aumentar a carga fiscal, avisou ontem, Soares dos Santos, líder da Jerónimo Martins, presente nas jornadas parlamentares do PSD, em Espinho. "Isso seria um convite às empresas para que saíssem do país ou deixassem de investir". "Se calhar o aumento de impostos será no IVA, onde os socialistas têm experiência", ironizava Nogueira Leite, gestor, apelando a Constâncio "que fosse menos politicamente correcto e explique à classe política que a consolidação orçamental terá de ser feita pelo lado da despesa". Critico, João Duque, docente universitário, diz que é "contraditório" passar mensagens "de aumentos salariais" para "pagar impostos dentro de dois anos", afirma, referindo-se às afirmações do governador segundo as quais em 2010 a economia suporta aumentos de salários de 1,5%. "As famílias e as empresas já suportam uma carga fiscal superior à dos países nórdicos, medido em paridades de poder de compra (PPP)", afirma Eduardo Catroga, ex-ministro das Finanças, que, assim, rejeita qualquer solução para o défice orçamental que passe por uma maior carga fiscal. Alterar a trajectória das Finanças Públicas, "resolve-se com um programa de congelamento da despesa pública, através da restruturação da despesa corrente" e com o "crescimento da economia", afirma. Paulo Portas defende que "subir os impostos é o que a economia menos precisa, o líder parlamentar do PSD, José Pedro Aguiar-Branco, também rejeita a subida, defendendo a consolidação orçamental "pela via da despesas".

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