quarta-feira, novembro 18, 2009

Alberto João Jardim: "Portugal, estilhaçado na fragmentação partidária, vai continuar a definhar"

"Quem, através da televisão, ainda teve pachorra para acompanhar algum pouco da discussão do Programa do Governo na Assembleia da República, é normal que tivesse ficado assustado.
Que ficasse com uma ideia de que Portugal está mergulhado num impasse e de que não há o génio para nos saber tirar daí.
Não apareceram ideias novas.
Não foram sugeridos caminhos arrojados que levassem às mudanças necessárias.
Viu-se, sim, o mesmo espelho do mesmo País.
Um País que está conformado ante a crise em que mergulhou, e onde mergulhou muito por sua culpa e por responsabilidade própria e colectiva.
Um País que na sua genética fenícia, não está para se cansar muito, que na sua genética árabe, interioriza um mundo que não é aquele em que vive, e que na sua genética hispano-goda, fala em excesso e dissipa mais do que produz.
Cientificamente, tenho de acreditar na Genética.
Assim, no debate do Programa do Governo socialista, muito se falou, praticamente só falaram de algumas políticas sectoriais, e ao falarem nestas, nunca foram às questões de fundo, mas sim a aspectos pontuais.
Trabalhar mais, sacrifício colectivo, empenho individual, transformações de fundo, mudança necessária do sistema político, etc., tudo o que mais importante, não, lá e disso, não se ouviu palavra.
O que aponta para este Portugal continuar a definhar num tudo mais na mesma.
Politicamente, o País está estilhaçado na fragmentação partidária que a Assembleia da República apresenta, em que cada fragmento estiolou nas suas teimosias dogmáticas, dali não resulta solução imediata para o futuro de Portugal.
Todos batem com o pé no chão, teimando naquilo que está provado não conduzir os Portugueses seja a que destino fôr.
A atitude religiosa perante o Sistema Político que continuamos a gramar, isola cada vez mais a «classe política» que temos, mas a qual, de forma anjola, empurra os Portugueses para martírios que não estamos dispostos a padecer.
É preciso fazer qualquer coisa nova!"
(crónica de Alberto João Jardim na TVI24)

Sem comentários: