terça-feira, janeiro 16, 2007

Time sharing na Madeira...

Em noticia de hoje do Publico, ficamos a saber que a Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira com a colaboração do Departamento de Investigação Criminal do Funchal da Polícia Judiciária, deteve quatro indivíduos - de nacionalidades belga, francesa e italiana - envolvidos em burlas com títulos de direitos temporários de férias (o chamado time-sharing). O esquema envolvia a apresentação de propostas tentadoras a pessoas titulares de direitos de time sharing em diversos países. Algumas delas deslocavam-se a Lisboa e ao Funchal, suportando as despesas de deslocação e ainda acabavam por desembolsar cerca de dois mil euros para uma hipotética liquidação de taxas relacionadas com a transacção. A venda dos títulos acabaria por se não concretizar, razão pela qual alguns dos lesados se queixaram à Polícia Judiciária, que, nos últimos meses, procurou localizar os suspeitos. Eles acabaram por ser detidos na passada sexta-feira, por alegada prática de dois crimes: associação criminosa e burla agravada. As autoridades judiciárias identificaram algumas firmas usadas pelos presumíveis burlões, uma das quais, a FériasLisboa, foi alvo de cerca de duas dezenas de buscas na semana passada, realizadas em instalações de Lisboa e do Funchal. A Polícia Judiciária constatou que alguns escritórios estavam já desactivados. As autoridades estão a agora a proceder ao levantamento das pessoas lesadas pelos quatro arguidos, a quem um juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa não confirmou a detenção, obrigando-os somente a apresentações periódicas. As investigações prosseguem para determinar o número de pessoas vítimas de uma burla com títulos de férias que estará a ser consumada noutros países europeus. Há cerca de um ano, uma outra burla, envolvendo também títulos temporários de férias, foi investigada pela polícia alemã, que identificou quem induzia turistas a adquirir direitos de gozo de férias em hotéis de cinco estrelas. O expediente neste caso era diverso: os burlados eram instalados em estabelecimentos de duas e de três estrelas, sendo confrontados com uma proposta para beneficiarem das condições inicialmente contratadas: pagar um suplemento para terem direito a alojamento num hotel de cinco estrelas.
Fonte: Publico
O comentário que tudo isto me oferece dizer é o seguinte: eu acho uma vergonha o que se passa na Avenida do Mar e na Estrada Monumental com as negociatas do time-sharing. Se existe legislação que proíbe esse tipo de actividade, se os turistas se têm queixado – e eu sei que isso tem acontecido – aos hóteis pela pressão dos vendedores – porque motivo ninguém actua. Desconfio que existirão alguns interesses privados e empresários do sector que julgam que podem fazer tudo com a maior impunidade deste mundo que ninguém lhes faz mal. Quando estes casos se multiplicarem e a qualidade do turismo madeirense descambar, então queixem-se.

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