terça-feira, março 02, 2021

União Europeia deve preparar-se para uma «era de pandemias», alerta von der Leyen

 

A Europa deve preparar os seus serviços de saúde para enfrentar uma “era de pandemias”, avisou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que alertou também que o bloco ainda estava numa fase difícil no que toca às entregas de vacinas contra a covid-19. Ursula von der Leyen disse, em declarações ao Financial Times, que a União Europeia (UE) não se podia dar ao luxo de ficar de braços cruzados mesmo depois de a pandemia de covid-19 ter sido ultrapassada. Os planos futuros da presidente da Comissão Europeia passam por um sistema de reação rápida concebido para responder mais rapidamente às ameaças médicas emergentes.

“É uma era de pandemias em que estamos a entrar. Se olharmos para o que tem acontecido ao longo dos últimos anos, desde o HIV [sida] ao ébola, passando pelo MERS [infeção respiratória viral], até ao SARS [síndrome respiratória aguda grave], todas estas epidemias podiam ter sido contidas. Não devemos pensar que está tudo acabado quando tivermos superado a covid-19. O risco ainda existe”, sublinhou. No último mês, Von der Leyen revelou um plano de preparação chamado “Incubadora HERA”, que vai combinar investigadores, empresas de biotecnologia, farmacêuticas e autoridades públicas para monitorizar as ameaças emergentes e trabalhar na adaptação das vacinas. Isto passará a fazer parte da Autoridade de Preparação e Resposta a Emergências de Saúde (HERA).

O conceito tenta imitar alguns dos benefícios conferidos pela Autoridade de Investigação e Desenvolvimento Biomédico Avançado dos Estados Unidos, que está encarregada de responder rapidamente a novas ameaças à saúde pública. Tal como os EUA, “a Europa tem de se construir para estar preparada para o que vier, e também para as próximas possíveis pandemias”, alertou ainda a responsável. Von der Leyen disse também que “a Europa está determinada a aumentar a sua força na produção de vacinas”. Ainda assim, a UE permanece no seu “trimestre mais difícil sem qualquer dúvida para a entrega de vacinas”, afirmou, acrescentando que “muitos, muitos problemas” podem sempre ocorrer dentro do processo de produção. A responsável afirmou ainda que a UE precisa de estar particularmente preocupada com as novas variantes do SARS-CoV-2 (responsável pela covid-19). “A história mutante é a que mais me preocupa. Enquanto o vírus ainda circular, a probabilidade de ocorrência de mutantes, que regressarão à Europa, aumenta” (Executive Digest, texto da jornalista Mara Tribuna)

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