sábado, janeiro 13, 2018

PSD: não voto!

O PSD está a cair num erro que lhe pode ser fatal. O de achar que basta eleger um líder e que por muito papagaio que ele seja, isso garante logo uma vitória eleitoral em 2019. Não garante coisa nenhuma.
O grande desafio do futuro líder, seja ele quem for - é-me indiferente porque não acredito em nenhum deles - será o de recolocar o PSD nos trilhos da sua coerência ideológica, respeitando  o pensamento de Sá Carneiro e rejeitando a desfiguração programática e ideológica feita por quem tomou o PSD de assalto para, através dele, conquistar o poder. O PSD hoje é um partido de direita, radical nas concepções sociais, que esbarra permanentemente nos amuos e nas mágoas de uns tantos viúvos e viúvas do "passismo" (?) que, pateticamente, se arrastam atolhados num saudosismo doentio de tempos idos, os quais iam destruindo o PSD em toda a linha.
Se esse recolocar o PSD nos seus trilhos ideológicos naturais, se essa depuração interna limpando o partido de certas pequenas máfias de oportunistas saloios que se apoderaram do aparelho partidário manipulando campanhas, resultados, filiações, pagamento de quotas, etc - não se concretizar, então seguir-se-á a travessia no deserto que pode acabar mal, bastante mal, para o partido.
Não duvido que esta campanha mostra bem a mesquinhez e a rafeirada da guerra pessoal entre um candidato parido pelos média e empurrado pela ambição e pela vaidade pessoais (Rui Rio) e um outro candidato, do tipo "agarrem-se senão eu jogo-me" (Santana), apressadamente arranjado, que inicialmente até se recusou entrar na corrida mas que perante o consumado avanço do candidato do norte, foi convencido (sabe-de lá os motivos...) pela estrutura de Passos Coelho a avançar.
Um deles vai ganhar porque não sei quantos dos alegados 70 mil militantes em condições de votar - estou desejando de ver os resultados finais das "directas" porque temo que elas possam revelar-se uma vergonha para o PSD e para a sua mobilização, desde logo dentro de casa - assim determinarão, influenciados pelas pressões e pelas subtis (ou não) sugestões dos pequenos núcleos lobbistas que funcionam nos partidos ao nível das suas estruturas de freguesias e dos concelhos - uma realidade que nem sequer é apenas do PSD.
Mas será que isso chega? Não, longe disso.
Há que refazer um discurso, há que aproveitar o congresso para marcar diferenças, para distanciar o partido de fundamentalismos ideológicos e programáticos idiotas que vivem hoje ainda sob a frustração de um (normal) afastamento do poder - o parlamento é ou não o epicentro da política? - e que não conseguem ter um discurso assente no pragmatismo e na realidade.
Estou a falar de um partido derrotado nas autárquicas de 2017  que não percebeu que o rumo que estava a seguir ia conduzi-lo ao caos eleitoral.
Por tudo isso não voto, nem sequer dou o benefício da dúvida. Pura e simplesmente fico encostado à espera de quem traga uma imagem nova ao partido, uma mensagem limpa, que crie empatias com a sociedade em geral, que não dependa de ambições pessoais ou seja um refém doentio do espaço mediático (LFM)

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