quarta-feira, setembro 30, 2015

Legislativas-2015: Partidos ainda não sabem estar nas redes sociais

Os polémicos cartazes do PS com erros nos números e histórias fictícias de pessoas, que nem sequer tinham autorizado o uso da sua imagem, tornaram-se virais nas redes sociais em poucas horas. Se alguém duvidava da força do ‘social media' nas campanhas eleitorais, ficou esclarecido. Os principais partidos que concorrem às eleições de 4 de Outubro estão na internet, no Facebook e no Twitter... mas será que sabem usar todo o seu potencial? O Diário Económico pediu a Diogo Ferreira da Costa, ‘managing director' da MORE - Digital Culture, que fizesse uma avaliação da performance dos partidos nas redes sociais. 
Para essa análise foi tida em conta a forma como o conteúdo está estruturado e como a mensagem é divulgada: "A estruturação do conteúdo é crucial para a obtenção de bons resultados na pesquisa, a qualidade do conteúdo nos canais certos é benéfico para o tipo de resultados que se queiram atingir nas redes sociais", explica. Conheça o diagnóstico deste especialista em comunicação e marketing digital.
investimento no digital marketing sem eficácia
"Todos os principais partidos têm um ‘website', mas curiosamente o BE tem elementos no seu ‘website' feitos em Adobe Flash. Não é boa prática. Os nativos digitais garantidamente bloqueiam o acesso ao conteúdo quando está neste formato. É essencial que os conteúdos estejam adaptados aos formatos de cada uma das plataformas e que sejam de acesso rápido: fazer perder tempo no acesso significa estar a descartar essa oportunidade de contacto. Finalmente, os candidatos devem questionar se o posicionamento estratégico de cada um passa por divulgar o conteúdo numa dinâmica ‘real-time' ou ‘right-time'. Quem não entender isto, não espere obter bons resultados. É de notar ainda que pelo formato dos conteúdos e modo como estão ‘plantados', genericamente as principais candidaturas integraram nas equipas especialistas em comunicação e marketing digital".
Partidos não ganharam Seguidores em campanha
"As duas principais forças candidatas (PS e PàF) têm uma diferença residual no número de seguidores. O PS lidera mas não tem mais de 41 mil seguidores na principal rede social em Portugal, o Facebook. Ao longo dos últimos meses não se verificou um aumento ‘anormal' de seguidores em qualquer rede e em qualquer candidato".
performance do site do PS abaixo da coligação 
"Ao utilizar uma ferramenta de análise aos principais parâmetros de ‘ranking' dos motores de pesquisa dos dois principais partidos, numa escala de 1 a 100, o ‘website' do PS apresenta um valor de performance de 29% e o da coligação de 52%. Garantidamente valores baixos e com impacto negativo para a performance nas redes sociais".
Apoiantes não multiplicam mensagem 
"Os partidos não devem ser os únicos veículos de divulgação da mensagem. Um exemplo: o secretário-geral do PS encontrou-se com figuras públicas que lhe manifestaram o seu apoio. Fazendo uma visita às páginas sociais dessas figuras públicas esse apoio não foi divulgado. Imaginando que a soma de seguidores dessas figuras públicas era ‘só' seis vezes mais do que os seguidores da página desse partido, percebe-se o quão importante é trabalhar esta dimensão nas redes sociais".
Vozes da máquina partidária desmobilizam
"Testar conceitos, ideias ou rumores só se revela eficaz quando se seguem as melhores práticas. Por exemplo, basta ver alguns comentários nos ‘blogs', de esquerda ou de direita, e verificar que são sempre os mesmos a participarem e a transmitirem a mesma opinião... ao fim de alguns comentários, já não são tidos em conta e desmobilizam a participação" (Económico)

Sem comentários: